“Matar uma pessoa é mesmo como matar toda a humanidade”? – Peter Townsend
A mensagem preocupante do versículo “mais pacífico” do Corão.
(27/07/2023)
Sempre que se afirma que o Islã ensina a violência contra os descrentes, os apologistas do Islã geralmente respondem afirmando que o Corão ensina que “matar uma pessoa inocente é como matar toda a humanidade“.

Esse sentimento também é expresso em inúmeras postagens nas redes sociais, logo depois da ocorrência de atrocidades cometidas em nome do Islã. [Durante as quais os perpetrantes costumam gritar “Allahu Akbar”]
A primeira coisa a notar é que a declaração em questão, encontrada no versículo do Corão 5:32, é quase sempre mal citada.
Um exemplo de quando isso aconteceu foi durante o “Discurso ao Mundo Muçulmano”, do presidente dos EUA, Barack Obama, em 2009, no Cairo, Egito. Ele disse:
“O Sagrado Corão ensina que quem mata um inocente, é como se tivesse matado toda a humanidade; e quem salva uma pessoa, é como se tivesse salvo toda a humanidade“.
Isso soa como um sentimento muito nobre, mas vale notar que o termo “inocente” não tem qualquer base no Corão árabe, que diz simplesmente “matar uma pessoa“.
Ao incluir falsamente a palavra “inocente”, os apologistas modernos estão tentando fazer com que o Corão fale a linguagem dos direitos humanos, onde a retirada de vidas inocentes é justamente abominada. No entanto, como veremos, essa não é de todo a intenção daquele versículo, razão pela qual ele nunca é citado na íntegra por aqueles que tentam suavizar o Islã.
Antes de olhar para o texto em si, vale mencionar que a afirmação em questão não é autenticamente islâmica, pois foi plagiada do Midrash judaico, em seu comentário sobre a história bíblica de Caim e Abel. Portanto, fornece apenas um dos muitos exemplos da incorporação de fontes externas ao Corão.

Vejamos agora a afirmação “matar um é matar toda a humanidade” no contexto.
Como dito acima, os versículos em que a declaração está contida quase nunca são citados na íntegra, pois isso minaria poderosamente a narrativa “Islã é da paz”.
Os versículos do Corão 5:32-33 realmente dizem o seguinte:
“Por conta disso: Ordenamos aos Filhos de Israel que se algum deles matar uma pessoa – a menos que seja por assassinato ou por espalhar maldades na terra – seria como se matasse todo o povo; e se alguém salvar uma vida, seria como salvar a vida de todo o povo. Então, embora tenham chegado a eles nossos mensageiros, com sinais claros, ainda assim, mesmo depois disso, muitos deles continuam a cometer excessos na terra. O castigo daqueles que travam guerra contra Allah e Seu Mensageiro, e lutam com força e principalmente por maldades através da terra é: execução, ou crucificação, ou corte de mãos e pés de lados opostos, ou exílio da terra: essa é a sua desgraça neste mundo, e um castigo pesado será deles no Além” (Corão 5:32-33).
Não é tão “pacífico”, quando se considera o contexto mais amplo, não é mesmo?
Deve ser imediatamente óbvio que esse versículo não é uma condenação geral de todas as formas de assassinato. Exceções claras são feitas (ou seja, não matar “a menos que seja por assassinato ou por espalhar maldades na terra”).
Portanto, aqueles que espalham “maldades” na terra não são de forma alguma considerados “inocentes” e não são elegíveis para qualquer proteção oferecida por esse versículo e podem ser mortos. Muito depende, portanto, do que significa “maldade” de acordo com o Corão.
Passemos agora aos dois mais veneráveis livros de Tafsir (interpretação) do Islã sunita. As duas coleções são aceitas como autorizadas, na medida em que os muçulmanos sunitas, que rejeitam suas interpretações do texto do Corão, podem ser acusados de ensinar bidah (inovação), tornando-os hereges.
– Tafsir Ibn Khatir: “O Significado de Maldade/Corrupção – Sua maldade é desobedecer a Allah, porque quem desobedece a Allah na terra, ou ordena que Allah seja desobedecido, ele comete maldades na terra”.
– Tafsir Ibn Abbas: “(Por isso) porque Caim matou injustamente Abel na Torah (aquele que mata um ser humano por outro que não seja um assassino), ou seja, premeditadamente (ou corrupção na terra) ou por causa da idolatria, (será como se ele tivesse matado toda a humanidade), o inferno será decretado para ele por matar premeditada e injustamente um ser humano, que é como se ele matasse toda a humanidade”.

Deveria ser óbvio que as interpretações tradicionais desse texto equivalem “maldades”, incredulidade ou idolatria (ou seja, rejeitar Allah e a mensagem trazida por Maomé). Todos os não-muçulmanos são, portanto, automaticamente culpados das “maldades” descritas nesse texto.
Considerando isso, os eruditos muçulmanos tendem a restringir a aplicação desse versículo, afirmando que ele ensina que apenas a vida muçulmana é sagrada.
Por exemplo, Ibn Kathir cita, com aprovação um dos primeiros eruditos do Islã, Sa’id bin Jubayr, que traduziu o texto:
“Aquele que se permite derramar o sangue de um muçulmano, é como aquele que permite derramar o sangue de todas as pessoas. Aquele que proíbe derramar o sangue de um muçulmano, é como aquele que proíbe derramar o sangue de todas as pessoas.”
Os descrentes não podem, portanto, esperar qualquer proteção desse versículo. O princípio de que apenas a vida muçulmana é sagrada sob os termos do Corão 5:32-33, é confirmado por um hadith em Sahih Bukhari, onde esse princípio é explicitamente declarado:
“O apóstolo de Allah disse: ‘Fui ordenado a lutar contra o povo até que todos eles digam: ‘Ninguém tem o direito de ser adorado senão Allah. E se eles disserem que oram com nossas orações, com nossa Qibla (em direção a Mecca) e matam como nós matamos, então seu sangue e propriedades serão sagrados para nós'” (Sahih Bukhari Volume 1, Livro 8, Hadith 387).
Note que a vida só é declarada sagrada quando aqueles que foram combatidos se conformam com a crença e a prática islâmicas.
Então, o que pode acontecer se você cair na desgraça desse versículo pelo fato de ser um idólatra ou descrente?
O versículo seguinte (Corão 5:33) explicita seu destino.
Aqueles que “fazem maldades na terra” devem ser “mortos, crucificados e ter membros amputados“.
Assim, longe de oferecer proteção aos inocentes, esse versículo ordena uma das formas mais tormentosas de execução (crucificação) para aqueles que se recusam a dobrar o joelho diante de Allah e seu Profeta.

Se você acha que isso é apenas uma curiosidade histórica, refiro-me à série de crucificação realizadas, nos últimos anos, feitas pelo Estado Islâmico em toda a Síria e no Iraque, em obediência direta a esse versículo.
É profundamente irônico que um verso defendendo a morte violenta de descrentes seja escolhido para uma única declaração nobre (e plagiada), e que isso seja então apresentado (muitas vezes de forma incorreta, adicionando a palavra “inocente”) como um comovente apelo à paz e à tolerância.
Você que recebeu este texto, por favor, encaminhe-o para seus amigos que possam estar interessados ou compartilhe-o nas mídias sociais.
Atenciosamente,
Peter
NOTA
O texto acima foi traduzido de uma “News Letter” enviada por e-mail por Peter Townsend.
Se quiser ler uma tradução crítica das partes do Corão que mencionam o tratamento que deve ser dado aos não muçulmanos, elaborado pelo estudioso Bill Warner, acesso o link “Aprenda em duas horas o que interessa aos não muçulmanos no Corão”
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