As autênticas religiões abraâmicas atualmente existentes – Luigi Benesilvi

(18/11/2023)

As Bíblias Judaica e Cristã contam a história de Abraão saindo da cidade de Ur, no sul de onde hoje é o Iraque e indo para o oeste, para a terra onde atualmente está Israel. Isso foi uns 20 séculos antes de Cristo.

Encontrei na Wikipedia um resumo da história de Abraão, com alguns “errinhos” de conteúdo, que pode ser lido neste link. Mais adiante vou explicar qual é esse “errinho” no conteúdo.

Abraão teve um filho com a esposa Sarah, chamado Isaque, que gerou Jacó, que gerou José e assim por diante. A Bíblia menciona Saul, David, Salomão, até o último rei de Israel, Oseias, lá pelo ano de 700 antes de Cristo.

O reino de Judah resistiu um pouco mais, mas também caiu diante de um ataque dos babilônios e foi conquistado em 586 antes de Cristo, tendo sido Sedecias seu último rei.

Ao longo de suas histórias, os dois reinos sofreram ocupações de egípcios, assírios, babilônios, persas e romanos. Foram levados cativos para Babilônia e dispersados definitivamente pelos romanos, lá pelo ano de 70 da era Cristã, tendo os Judeus sofrido perseguições em praticamente todos os países nos quais se refugiaram.

Aprendi nas aulas de catecismo, que os judeus tinham crucificado Jesus Cristo, por isso seriam tão odiados.

Para fugir às perseguições, os Judeus emigravam para vários países do mundo, mas uma boa parte deles ia para região de seus ancestrais, no Oriente Médio, de onde muitos judeus nunca tinham saído.

Depois o holocausto, na Alemanha nazista, durante a segunda guerra mundial, havia tantos Judeus no Oriente Médio, que a ONU acabou concedendo a eles o direito de terem seu próprio país e então surgiu o Israel  moderno, em 1947.

Voltando ao assunto das religiões abraãmicas.

O Cristianismo adotou quase inteiramente o livro sagrado dos Judeus, colocando-o como Antigo Testamente da Bíblia Cristã, acrescentando apenas o Novo Testamento, com relatos dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João e alguns livros adicionais.

Antes de conceber Isaque, Sarah não conseguia ter filhos e então permitiu a Abraão ter um filho com sua escrava Agar, tendo dela nascido Ismael.

Logo depois do nascimento de Ismael, Sarah teve um filho próprio, com Abraão, chamado Isaque.

Com o nascimento de seu filho Isaque e para evitar conflitos sucessórios, pois Ismael era o primogênito de Abraão, Sarah expulsou Agar e Ismael de sua casa.

Ismael sobreviveu e teria dado origem aos povos árabes, parentes dos judeus, pois seriam provenientes do mesmo pai, o Patriarca Abraão.

Não tenho conhecimento de haver na história, além do que está na Bíblia, sobre o caso de Abraão e Agar, relatos sobre a genealogia de Ismael até os tempos do nascimento de Jesus Cristo.

Lá pelo ano de 600 da era Cristã, na cidade de Mecca, na atual Arábia Saudita, um mercador pagão chamado Maomé, fundou o Islã, adotando um dos principais deuses da região, Allah, como único deus de sua nova religião.

Depois de 13 anos de pregação, Maomé havia conseguido seguidores apenas entre alguns membros de sua própria família, não tendo havido interesse dos outros pagãos em aderir à nova religião de um único deus.

Por causa da antipatia dos politeístas de Mecca, Maomé e seus seguidores acabaram indo para a cidade de Medina, um pouco mais ao norte, onde havia muitos Judeus e alguns Cristãos.

Para atraí-los, Maomé adicionou passagens da Bíblia, para poder dizer que sua religião era bastante parecida com a deles. Incluiu também passagens mencionando Abraão, Ismael, Noé, Moisés e o próprio Jesus Cristo, como profetas anteriores a ele. Maomé dizia ser o último profeta de uma linhagem muito antiga, cuja origem remontaria ao Patriarca Abraão.

Maomé conhecia bem as escrituras sagradas dos Judeus e Cristãos, pois tivera contatos com eles, quando ia para Damasco nas caravanas do tio dele.

Cabe registrar que o Corão teria começado a ser revelado quando Maomé tinha uns 40 anos de idade e foi escrito sucessivamente nos 20 anos seguintes da vida dele.

Como os Judeus não aceitaram sua conversa, Maomé montou um exército e passou a persegui-los, dando origem ao ódio dos muçulmanos em relação aos Judeus, afinal, para eles, Maomé é o perfeito exemplo de conduta a ser seguido pela humanidade.

“O Corão cita 91 vezes que as palavras e ações de Maomé são consideradas o mais perfeito exemplo de conduta para a humanidade”, como revela o estudioso Bill Warner em seu livreto “Conheça o Corão em Duas Horas ”, que pode ser lido e baixado no link deste artigo.

Além de ter se apoderado das riquezas dos Judeus, o grupo de Maomé também assaltava caravanas de Mecca, que iam para o norte, para manter seu exército. Ele conhecia bem o trajeto dessas caravanas, pois costumava acompanhar a caravana do tio dele para Damasco.

Esse é o resumo da narrativa alegada pelos muçulmanos de que o Islã seria uma das três religiões abraãmicas, versão bastante aceita na comunidade internacional e mencionada no link da Wikipedia a que me referi no início deste texto.

Sempre que se apresenta uma oportunidade, os muçulmanos costumam “encurtar” o tempo passado entre o nascimento de Ismael e de Maomé.

Pesquisei na internet e encontrei várias versões da genealogia de Maomé, muitas delas regredindo até Ismael, quando teriam passado apenas algumas poucas gerações, sendo que teria que haver mais de 60 gerações nos 2600 anos passados entre a existência dos dois.

Na “genealogia” abaixo  teriam se passado apenas 7 gerações (uns 280 anos) de Ismael a Maomé.

O Islã foi fundado cerca de 2600 anos depois de Abraão e uns 600 anos depois da criação do Cristianismo, ficando difícil alegar ser uma evolução das duas religiões monoteístas anteriores ao Islã.

O Judaísmo incorporou diversos ensinamentos de religiões precedentes, do Egito, de várias regiões da Mesopotâmia e mesmo de religiões mais orientais, mas nunca soube de terem alegado que o Judaísmo seria um aperfeiçoamento daquelas religiões ou de usarem nomes de profetas delas para legitimarem seus ensinamentos.

Se o Islã tivesse mesmo origem autêntica em Abraão, não haveria razão dos muçulmanos rejeitarem completamente os ensinamentos da Bíblia Judaica e Cristã e de considerarem esses livros corrompidos, mas quase todas as vezes que pesquisamos sobre livros sagrados, aparecem os três livros juntos.

Um resumo da vida e obra de Maomé pode ser lido neste link, basicamente extraído de um discurso da refugiada cristã libanesa, Brigitte Gabriel.

Luigi Benesilvi

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