Possíveis caminhos dos hebreus do cativeiro do Egito à Terra Prometida – Luigi Benesilvi
(02/01/2024)
Dia 28 de dezembro de 2023 escrevi um artigo (reproduzido no final deste), mostrando 4 possíveis caminhos que os hebreus podiam ter tomado para ir do Egito à Terra Prometida, argumentando que não havia encontrado o documentário que Tim Mahoney tinha prometido fazer sobre isso.

Os pontos amarelos mostram vários locais propostos serem o Monte Sinai.
Pois encontrei e baixei o documentário no dia seguinte. São 9 horas de filmes, no qual ele explora os possíveis locais onde teria ocorrido a travessia do Mar Vermelho e a localização do Monte Sinai, o que mostrou a existência de um quinto trajeto do Êxodo, não aventado no artigo anterior.
Os documentários mostram os argumentos e debates de dois grupos de pesquisadores.
Um grupo de entrevistados mais racionais e realistas coloca a travessia mais modesta e próxima ao Egito e o Monte Sinai na Arábia Saudita ou na Península do Sinai, sempre com a ajuda de fenômenos naturais, embora admitam várias intervenções divinas. É chamado de grupo “Egípcio”.
O outro grupo, mais religioso, coloca a travessia no Golfo de Áqaba e o Monte Sinai na Arábia Saudita, com intervenções divinas espetaculares, principalmente na separação das águas do Golfo de Áqaba, onde a profundidade do mar é superior a 600 metros. É chamado de grupo “Hebreu”.
Cada grupo menciona apaixonadamente argumentos favoráveis à sua versão e argumentos desfavoráveis à versão do outro grupo.
Na Bíblia é citado que as águas foram separadas por um forte vento vindo do leste, no Êxodo 14:21
“Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas.”
O grupo “Egípcio” alega como seria possível o vento separar as águas de um mar profundo mais de 600 metros, com altíssimas “paredes” de cada lado, sem afetar os hebreus que o atravessavam?
Alegam também que os nomes dos locais passados nos primeiros dias do caminho próximos ao Egito conferem com os nomes citados na Bíblia:
Pi-hahiroth = Boca do canal; Migdol = Fortaleza ou torre; Yam Suph = Mar de juncos; Ball-zephon = Senhor do norte.
O grupo “Hebreu” alega que o Êxodo 15:8, claramente declara:
“E com o sopro do Senhor as águas se elevaram e os corpos dos egípcios se amontoaram nas profundezas do mar”.
O que significa que a travessia teria ocorrido num corpo de água muito profundo e não num lago de pouca profundidade.
O grupo dos hebreus defende a posição de que todo o trajeto foi feito mediante intervenções espetaculares de Deus.
Alguns exemplos: separação espetacular das águas; as colunas de fogo e fumaça que guiaram e protegeram os hebreus, a provisão do alimento maná, as sandálias dos 2 milhões de hebreus teriam durado durante todo o trajeto de 40 anos.

Já o grupo egípcio argumenta que Deus interveio de forma moderada, usando meios naturais, que ajudaram a travessia de cerca de apenas algumas centenas de milhares hebreus e que coisas extraordinárias, inesperadas e inexplicáveis aconteceram durante todo o trajeto.
E assim foi durante todo o documentário.
No final, o cineasta Tim Mahoney não expressou claramente qual das opções achou mais plausível, embora tenha demonstrado uma certa inclinação pela travessia espetacular no golfo de Áqaba, o que leva o Monte Sinai ser o monte Jabal al-Lawz, na Arábia Saudita.
Com relação ao local do Monte Sinai, houve diversas localizações, mas as duas predominantes e com mais evidências foram a do sul da Península do Sinai e o Monte Jabal al-Lawz.
Se Deus é todo poderoso e pode fazer qualquer coisa, como argumentam os membros do grupo dos hebreus, Ele podia ter poupado os fugitivos de todo o sofrimento que passaram, principalmente as crianças, evitando que trilhassem caminhos tão difíceis e extenuantes.
Quanto a isso, o grupo dos hebreus argumenta que Deus pode fazer o que desejar e assim o fez e ponto final.
Mas, pelo que li, ouvi e assisti e depois de tudo dito e feito, me pareceu ser mais razoável a travessia próxima ao Egito e o monte Hashem el-Tarif, como Monte Sinai, o que corresponde ao trajeto número 4 do artigo de 28/12/2023, abaixo.

Como os cientistas, arqueólogos, exploradores e religiosos lançaram várias opções conflitantes e contraditórias, mesmo dentro de suas próprias proposições, sinto-me no direito de também lançar minha própria proposta.
Luigi Benesilvi
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NOTA
Mahoney diz que levou 18 anos para fazer os dois documentários. Os vídeos, em inglês, podem ser assistidos e baixados nesses links:
Travessia do “Mar Vermelho”, em 2 vídeos, totalizando 4 horas, neste link aqui. O nome do arquivo é “Patterns of Evidence – The Red Sea Miracle”
Localização do “Monte Sinai”, em duas partes, totalizando 5 horas, neste outro link. Este tem uma entrevista antes do filme e um debate no final. O nome deste é “Patterns of Evidence – Journey to Mount Sinai”.
Sobre a estadia dos hebreus no Egito, tem um vídeo de 2 horas, legendado, que pode ser assistido neste link e um resumo escrito neste outro link.
Abaixo está o artigo escrito dia 28/12/2023, com outros 4 possíveis trajetos.
Luigi Benesilvi
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O caminho dos hebreus do Egito à Terra Prometida
(28/12/2023)
Alguns meses atrás assisti um vídeo feito em 2015, chamado “Patterns of Evidence – Exodus” e fiquei muito injuriado pela forma como alguns entrevistados menosprezaram a Bíblia e o autor do documentário, Tim Mahoney.

Ele estava apenas fazendo um documentário sério em busca da verdade sobre a presença e êxodo dos hebreus no Egito.
Fiquei tão contrariado, que resolvi legendar o vídeo e ainda fiz um resumo dele para publicar no meu blog, pois existem poucas matérias abordando esse assunto aqui no Brasil. O documentário completo, legendado, pode ser assistido neste link e o resumo neste outro link.
O documentário de Tim Mahoney termina depois de mostrar as evidências da presença dos hebreus no Egito e a conquista de Jericó, mas não aborda o trajeto que eles fizeram nos 40 anos que andaram pela vastidão do deserto do Sinai, o que ele ficou de fazer mais tarde, mas nada consegui encontrar até agora.
Então, comecei a pesquisar, lendo artigos e assistindo vídeos sobre o tema e acabei encontrando várias versões sobre como foi a viagem dos hebreus do Egito até a Terra prometida.

Selecionei as 4 versões mais publicadas, nas quais existem 2 locais da travessia do mar e 3 locais onde estaria o Monte Sinai.
A travessia mais próxima ao Egito tem a favor o fato da existência, na época, de vários grandes lagos na fronteira do país, no sentido norte-sul, com guarnições militares fiscalizando as passagens entre os lagos.
A localização da travessia ficou muito confusa por causa de problemas na tradução do termo Yam suf, que significa “sea of reeds” (mar de juncos) e não “red sea” (mar vermelho).
Os hebreus não ficaram “vagando” pelo deserto durante 40 anos, pois precisavam andar em trilhas providas de poços de água, capazes de saciar as necessidades daquelas milhares de pessoas.
Então, todo o trajeto e locais de parada tinham que ser planejados com antecedência, talvez por “batedores”, que precediam o grosso da caravana.
O trajeto mais popular é o que coloca a travessia logo na saída do Egito e o Monte Sinai ao sul da Península do Sinai.

Contra esse trajeto, assinala o egiptólogo Bryan G. Woods, é que naquela época os egípcios tinham várias guarnições militares no sul da península, pois exploravam várias minas de pedras preciosas na região e os hebreus estavam evitando encontrar-se com militares egípcios.
Segundo o egiptólogo, essa versão da localização do Monte Sinai, foi uma promoção dos Cristãos Cooptas, que tiveram que fugir no Egito no século 4, por causa da perseguição que sofriam dos romanos. Estabeleceram um monastério aos pés da montanha e divulgaram que essa seria o verdadeiro Monte Sinai.
Mais recentemente surgiu uma nova versão, fazendo o mesmo trajeto anterior, mas colocando a travessia no Golfo de Áqaba e o Monte Sinai na Arábia Saudita.

Várias expedições refizeram o trajeto e afirmam terem encontrado vários vestígios da presença dos hebreus na região. Uma das expedições mostrou uma coluna de granito, que teria sido erigida pelo Rei Salomão, quando ele teria atravessado o golfo e visitado o Monte Jabal Al-Awz, na região antigamente conhecida como Midian, assinalada à direita do primeiro mapa acima. Esse seria o verdadeiro Monte Sinai.
Midian foi onde Moisés ficou uns 40 anos depois que fugiu do Egito, por ter matado um capataz egípcio, que estava abusando dos escravos judeus. Lá ele casou e teve vários filhos com Zéfora, filha de um chefe tribal chamado Jethro.
Contra essa versão existe o fato de que, tanto a travessia, como o monte Jabal Al-Awz, ficam muito distantes do Egito e a caravana dos hebreus, com idosos, crianças e rebanhos de ovelhas, não tinha come chegar até ele nos 60 dias mencionados na Bíblia, uma vez que não poderiam ter andado mais de 10 quilômetros por dia.
O trajeto da terceira versão não desce até o monte Jebel Musa, aos pés do qual fica o Monastério Coopta, mas vai direto à parte de cima do Golfo de Áqaba e depois desce atravessando o golfo no vale chamado Nuweiba, indo em direção ao monte Jabal Al-Awz, na Arábia.
Esse trajeto tem a mesma dificuldade do tempo que levaria para ir até a localidade onde fica o monte Jabal Al-Awz.

Eu já tinha me conformado com essas 3 versões, quando me deparei com uma entrevista do Dr. Bryant G. Woods, que baseou sua versão do trajeto no tempo mencionado na Bíblia, 10 dias até a travessia e 60 dias até o Monte Sinai.

Ele diz ter feito o trajeto proposto e medido o tempo e as distâncias percorridas pelos hebreus, de acordo com a velocidade de 10 km por dia, que se encaixam perfeitamente na localização da travessia e no local do monte Hashem el-Tarif, proposto por ele como sendo o Monte Horeb (Monte Sinai 3).
O vídeo, legendado , no qual o Dr. Bryant descreve o trajeto proposto por ele, pode ser assistido neste link. O pesquisador Simcha Jacobovici publicou este vídeo mostrando que o verdadeiro Monte Sinai é o monte Hashem el-Tarif, o mesmo citado pelo Dr. Bryant Woods.
Ele também menciona estar escrito na Bíblia, que a família de Jethro, sogro de Moisés, foi ao encontro dele, tendo caminhado apenas alguns dias.
A travessia teria sido feita num dos braços do “Ballah Lake”, que tinha uns 10 metros de profundidade e alguns quilômetros de largura. Esse lago não existe mais hoje em dia, assim como vários outros, pois foram adaptados para fazerem parte do canal de Suez.
Depois de tudo dito e feito, acabei ficando com uma boa impressão do trajeto 4, proposto pelo Dr. Bryant Woods, que parece ser mais racional e lógico do que os outros, mais influenciados pela exagerada vontade de comprovação da história contada na Bíblia.
Luigi Benesilvi
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NOTA
Não importa se as pessoas acreditam ou não no que está escrito na Bíblia, devem ter algum respeito pela crença dos outros.
Luigi Benesilvi
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