A impraticável ideia de colonizar Marte
(16/01/2024)
Uma colônia humana em Marte é uma extremamente estúpida e perigosa ideia. E continuará sendo em um futuro próximo.

E estou aqui para explicar por quê.
Então, vamos considerar os seguintes pontos:
– A logística para chegar a Marte;
– as possíveis justificativas para uma colônia;
– os problemas práticos de viver em Marte;
– os efeitos psicológicos sobre os colonos;
– a “terra-formação” de Marte;
– as melhores alternativas do que Marte;
– e um ponto misterioso de codinome: absoluto desastre.
O problema número um é a logística para chegar lá.
A distância média entre a Terra e Marte é de cerca de 230 milhões de km. É uma média porque a distância varia consideravelmente, porque a Terra e Marte não orbitam o sol na mesma velocidade.
Então, não se pode simplesmente lançar a espaçonave quando os dois planetas estão mais perto. É preciso sincronizar o tempo certo numa chamada “janela de lançamento”, para que a viagem seja a mais curta possível.
Essa janela de lançamento é de aproximadamente 30 dias, ocorrendo a cada 26 meses. O lançamento nessa janela significa que a viagem a Marte levará apenas de 7 a 9 meses.
As implicações logísticas disso são, obviamente, bastante severas. Se uma missão de reabastecimento falhar, por qualquer motivo, é possível que haja um atraso de mais de 2 anos nos suprimentos. Sem mencionar o risco de algo dar errado durante o pouso.
Agora, recentemente, a taxa de fracasso das missões para Marte parece ser menor. Mas em comparação com a criação de uma colônia de Marte, essas são missões muito simples, em que não se está tentando aterrissar suprimentos para vários anos ou colonos reais.
Para mim, isso significa enviar 2 ou até 3 vezes a quantidade necessária de suprimentos ao mesmo tempo para uma colônia de Marte, com transportes separados, para o caso de 1 ou até 2 deles sofrerem um acidente ou algo assim. É claro, a carga pode permanecer no espaço por mais tempo, então, posso imaginar que você também poderia pré-lançar um grande número de naves de carga, mesmo fora da janela de lançamento de forma que elas chegassem a Marte em tempos predeterminados. Mas isso ainda não é o ideal.
As missões não tripuladas podem se dar ao luxo de correr o risco de falhar. As missões tripuladas não podem. Nada pode dar errado, o que significa muitas falhas, muitos backups. Consequentemente, os custos serão horrendos.
E para quê?
Vamos dar uma olhada nas possíveis justificativas para a sua colônia em Marte. E o problema é que não há uma qualquer. Descontando as vigarices, como o fato de ser para a ciência ou a posse de Marte, atualmente, não temos absolutamente nenhuma razão para estar lá pessoalmente. Não há objetos de valor para extrair em grandes quantidades. Mas mesmo que houvesse, enviá-los à Terra tornaria o empreendimento mais não lucrativo da história da humanidade.
Em termos de ciência, não há muito que os seres humanos possam fazer que os “rovers” (aparelhos automáticos) não possam fazer. Marte é um deserto de rochas, não há muitas oportunidades de ser produtivo.

Agora, a superpopulação e a fuga da terra por causa das mudanças climáticas, são motivos que as pessoas às vezes apresentam em favor da colonização de Marte e ambos são bastante idiotas.
Em primeiro lugar, com planejamento e tecnologia adequados, a Terra pode suportar um número muito maior de pessoas. A superpopulação é apenas um problema com nosso atual desperdício de espaço e produção ineficiente de alimentos. Se consertássemos esses problemas com a magia da ciência, a superpopulação deixaria de ser um problema.
Se você expandisse a densidade populacional da Holanda para toda a superfície terrestre do planeta, você poderia, teoricamente, abrigar 75 bilhões de pessoas. Ou mesmo se considerarmos a metade disso, ainda seriam 38 bilhões, cerca de 5 vezes a população atual da Terra.
Mas se você insistir em diminuir a população da Terra por meio de uma colônia em Marte, realisticamente, você a terá diminuído em cerca 50 pessoas e isso custará apenas 10 BILHÕES de dólares por pessoa.
Portanto, se você quiser afetar o problema da superpopulação, em vez de montar uma missão de colonização para Marte, seria melhor encomendar anticoncepcionais em grandes quantidades e distribuí-los gratuitamente em uma esquina.
Quanto à mudança climática, as pessoas fazem parecer que Marte seria o plano B da humanidade, no caso de um desastre climático na Terra. Mas por “humanidade”, na verdade, eles se referem aos poucos selecionados, também conhecido como o 1% do topo.

Quem você pensa que estaria no foguete de evacuação?
Mesmo supondo que possamos montar uma colônia funcional do tamanho de uma cidade em Marte e que possamos evacuar, digamos, um milhão de pessoas por meio de foguetes, esses assentos serão distribuídos com base na alavancagem.
Você estará no foguete se puder comprar, fazer lobby ou outra forma forçar sua entrada nele. E embora existam apenas alguns milhares de multibilionários por aí, há muitos multimilionários mais do que dispostos a escapar do planeta em caso de uma catástrofe global.
O chamado plano B da humanidade, no caso de um desastre climático na Terra, seria apenas uma operação de resgate para a classe dominante do planeta, nada mais. Mas mesmo que a classe dominante ou qualquer outra pessoa conseguisse chegar lá logo, a dura realidade começaria a se impor:
os problemas de viver em Marte. Marte é uma espécie de inferno laranja para os seres humanos, com uma ampla gama de oportunidades de morte disponíveis para você.
A pressão atmosférica marciana é inferior a 1% do que a da Terra, o que significa uma atmosfera muito fina, o que significa radiação solar prejudicial e micro meteoritos, minúsculas pedras que voam como balas apontadas para prédios e para o visor de seu traje de pressão.
Além disso, na Terra, a temperatura mais fria já registrada foi de -89 graus Celsius, medida no Ártico. Em Marte, as temperaturas geralmente ficam abaixo de -120.
Mesmo se estiver num período quente, a fina atmosfera simplesmente não retém o calor. O núcleo interno de Marte também é sólido e congelado, o que significa que não há efeito dínamo, o que significa que não há escudo magnético, o que significa níveis perigosos de radiação cósmica.
Mesmo que você cave para evitar a radiação cósmica, os colonos serão expostos a taxas mais altas do que a média durante o resto de suas vidas. Isso significa que, depois de alguns anos, as taxas de câncer serão altíssimas.

Além disso, a gravidade é um terço da gravidade da Terra. Portanto, mesmo que você consiga levantar coisas pesadas e andar por aí, não há como prever os problemas de saúde que a baixa gravidade causaria. A permanência mais longa em micro gravidade até o momento é de menos de um ano. Depois disso, só podemos extrapolar. Como a baixa gravidade de Marte afetaria a gravidez ou seu sistema cardiovascular? Quem quer ser o primeiro sortudo a descobrir?
Considerando esses perigos, até onde eu sei, lindas imagens de cúpulas elegantes na superfície marciana são pura besteira, a menos que você esteja planejando morrer. Mas se não estiver, sua única opção é cavar e viver o resto de sua vida num bunker subterrâneo marciano , saindo apenas ocasionalmente quando não houver uma erupção solar cobrindo a superfície com níveis perigosos de radiação.
A grande variedade de perigos letais, além de ficarem juntos em um pequeno bunker subterrâneo, com dezenas de outros pelo resto de sua vida, certamente fará maravilhas para sua saúde mental, aliás.
– Os efeitos psicológicos sobre os colonos.
Algumas pessoas podem dizer que não podemos saber com certeza quais seriam os efeitos sobre a saúde mental dos colonos, porque simplesmente não existe tal precedente. E elas estariam erradas ao dizer que temos absolutamente um precedente e ele não parece ser muito bom.
Considere o artigo publicado na revista “Quartz” intitulado,
“É completamente ridículo pensar que os seres humanos poderiam viver em Marte”
Nesse artigo, há um trecho útil que transcrevo a seguir.
Apesar de ter uma atmosfera completamente respirável e muita água doce, a Antártica não tem residentes permanentes. Ninguém quer viver lá. Cientistas que trabalham nas bases árticas sofrem de um distúrbio de saúde mental chamado Síndrome do Inverno, caracterizada por sintomas como, depressão, irritabilidade, comportamento agressivo, insônia e déficits de memória, e a ocorrência de estados leves de fuga, conhecidos como “olhar antártico”.

Como deve ser um pouco como viver com uma colônia de zumbis, não é de se admirar que eles queiram ficar bêbados durante todo o inverno. Imagine isso.
Mas sem a atmosfera lá fora, além de todos os perigos mortais, o pensamento de que você nunca mais voltará para casa e o fato de que suas vidas estão constantemente no fio da navalha, porque se seus sistemas de suporte de vida falharem, não haverá qualquer operação de resgate.
Em tais condições, todos os colonos estariam em variados graus de insanidade, depois de um mês, Se apenas um deles começar um incêndio, sabotar o sistema de suporte à vida, ou abrir a câmara de compressão, todos estarão mortos.
Agora, esses problemas de saúde mental são causados pelo fato de Marte ser… Marte, um deserto rochoso perigoso.
Mas e se pudéssemos mudar isso? Transformar esse planeta morto numa Terra 2.0?
Então, vamos falar sobre a maldita terra-formação.
Como as coisas estão atualmente, a terra-formação de Marte é a maldita mágica. Não temos recursos ou a tecnologia para terra-formar um planeta. No site da SpaceX, diz que Marte é um pouco frio, mas podemos aquecê-lo. Presumivelmente, Elon apertará o grande botão mágico do cérebro da ciência e Marte ficará mais quente.
A principal coisa que você precisaria fazer em Marte é criar uma atmosfera. Mas, de acordo com a NASA, se você combinar todas as fontes de gases de efeito estufa em Marte, você teria uma atmosfera 6,9% da Terra, 93.1% abaixo de sua meta.
Descongelar as calotas de gelo, como sugerido por inúmeros especialistas do Reddit e do Twitter, não lhe renderia 1,2% da atmosfera da Terra.
Sem uma atmosfera semelhante à da Terra, não há muito mais que você possa fazer lá. E esse seria apenas o primeiro obstáculo a ser superado. A terra-formação é algo para a qual nós simplesmente não temos a tecnologia ou os recursos. Mas se esse for o caso, o que mais deveríamos fazer?
Vamos dar uma olhada em algumas das melhores alternativas para Marte. Então, por que não criar uma colônia na lua primeiro?
A lua tem cerca de 0% de atmosfera em comparação com a atmosfera de Marte, que é de 0,6%, portanto, no que lhe diz respeito, elas são essencialmente iguais.

Você terá uma visão muito melhor do espaço e o tempo de viagem é de apenas 3 dias em vez de 7 a 9 meses. Se algo der errado, você pode voltar para a Terra, ou pelo menos ter um módulo de pânico capaz de sustentá-lo até que a ajuda chegue à Lua. A latência de sua Internet é de apenas 2,5 segundos em vez de meia hora, e você não precisa lidar com a percepção desoladora de que nunca mais verá seus amigos e familiares.
Ter uma base permanente na Lua também poderia ter justificativas reais, como um conjunto de observatórios livres de interferência atmosférica; ou um espaçoporto, que poderia tirar proveito da gravidade mais baixa ou instalações de turismo espacial para idiotas ricos; ou uma instalação maciça de painéis solares que possa enviar energia de volta à Terra. E assim por diante.
Algumas dessas ideias ainda são altamente teóricas, outras são mais factíveis, mas há uma boa chance de vermos pelo menos uma delas se tornar realidade em nosso tempo de vida.
Mas e se você simplesmente não conseguir deixar de lado toda essa história de Marte?
Se uma colônia lunar não for suficiente para você, você também quer terra-formar algo.
Pois bem, tenho boas notícias. Há uma grande oportunidade para que você satisfaça seus impulsos científicos. O planeta Terra é um ótimo candidato para a terra-formação. Há vastas áreas neste planeta que não são adequadas para o habitat humano em grande escala. Que tal praticarmos a terra-formação do deserto do Saara? Esse seria um ótimo primeiro passo e beneficiaria quase todos.

Mas isso não parece suficientemente ficção científica. Então, como podemos ver, os planos para a colônia de Marte estão em algum lugar entre o completo absurdo e a manipulação de ações.
Mas há uma última parte desse vídeo, o segmento misterioso prometido logo no início. Um último ponto para mostrar a verdadeira extensão do absurdo da agitação em torno da colonização de Marte.
Precisamos falar sobre o menor denominador comum, o projeto MARTE ONE. Puxa vida. E o que é o Mars One? O projeto foi anunciado em 2012. O objetivo é estabelecer uma colônia permanente em Marte até 2025, com voluntários que receberão uma passagem só de ida e viverão o resto de suas vidas no planeta.
O projeto foi liderado por um cara chamado Bas Lansdorp. Tirei essa imagem diretamente do oficial do Twitter do Mars One.
Lembro-me de quando outras organizações sérias, como a NASA, usavam o “Microsoft Paint” para seu material promocional. Agora você deve estar se perguntando quem, em nome de Jesus Cristo, se inscreveria para isso?
E a resposta é: Pessoas que não têm nada a temer ou nada a perder. Geralmente a última opção. 200 mil pessoas se inscreveram, para ser exato e 100 delas entraram na lista final. Não vou mostrar nenhum nome ou rosto, mas ao examinar a lista de candidatos e seus rostos, não são exatamente equilibrados, vida feliz e saudável psicologia.
Agora, quanto ao cronograma da missão da Mars One, Bem, você pode encontrar informações oficiais, mas completamente contraditórias on-line. As datas estão em todos os lugares. Mas, para mim, pessoalmente, a melhor parte da Mars One é como o financiamento foi planejado.
Então, como ele foi planejado?

Bem, claro, por meio de um reality show, apresentando o dia a dia dos participantes da viagem e vida em Marte.
As esperanças da humanidade de colonizar planetas foram frustradas por essa empresa que planejava colonizar Marte por meio de um reality show.
Que droga, isso foi estúpido. Enfim, esse foi o meu vídeo sobre uma colônia de Marte e porque é uma ideia estúpida. Por enquanto, pelo menos por enquanto.
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NOTA
O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo, publicado no Bitchute, editado e legendado por mim. Editei o vídeo, porque o autor concentrou o foco do vídeo em críticas pessoas a Elon Musk, que incentivava viagens a Marte. O vídeo original, em inglês, pode ser assistido neste link do Youtube.
Não mencionei no texto o nome do autor original do vídeo, porque ele próprio se denomina AdamSomething (Adão Qualquer Coisa)
Luigi Benesilvi
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