As duas bombas que salvaram mais de 10 milhões de vidas na segunda guerra mundial

(08/02/2024)

Em 1º de abril de 1945, os fuzileiros navais dos Estados Unidos se aproximaram da ilha japonesa de Okinawa.

Séculos de tradição e uma devoção religiosa ao imperador criaram um exército de lealdade quase infalível. Bushido, o código guerreiro do samurai, é datado do século 11, mas seus princípios de lealdade e honra serviram muito bem aos senhores da guerra japoneses durante a segunda guerra mundial.

Esse espírito foi desenvolvido sob o governo imperial. As lições de austeridade e abnegação pessoal prepararam a nação inteira para fazer todos os sacrifícios necessários durante o difíceis anos de guerra.

Os sangrentos combates em Okinawa finalmente terminaram depois de 82 dias. Dos 120 mil defensores japoneses, apenas cerca de 10 mil sobreviveram. Uma taxa de mortalidade de mais de 90%. Não havia qualquer palavra no código militar japonês que significasse rendição.

As baixas americanas foram menores, mas ainda assim muito piores do que a maioria das batalhas na Europa. Foram 50 mil mortos, desaparecidos ou feridos. Uma taxa de baixas de mais de 40%.

Os líderes militares americanos estremeceram ao pensar em quantos de seus homens morreriam na invasão da principal terra japonesa. Algumas estimativas previam até um milhão de baixas americanas.

Estrategistas militares dos EUA continuaram a planejar o que seria a operação anfíbia mais colossal da história, mais de duas vezes maior do que os desembarques do dia D na Normandia em 6 de junho de 1944.

Se Okinawa servisse como uma indicação, a invasão do Japão seria a campanha mais terrível da história dos EUA.

O Japão é formado por cerca de 3 mil ilhas, mas 4 delas representam 98% de sua área total. Elas são Kyushu, Shikoku, Hokkaido e Honshu, a ilha principal, que abriga a maioria das principais cidades do Japão, incluindo Tóquio, sua capital.

A primeira fase da “Operação Downfall”, da invasão do Japão, foi chamada de “Olympic” e seria um ataque em três frentes à ilha mais ao sul, Kyushu.

O povo japonês também estava envolvido na defesa de sua terra natal. A população civil do Japão sempre contribuiu 100% para o esforço de guerra. E o povo de Kyushu, onde mais de 28 milhões de pessoas estavam preparadas para se opor às forças invasoras por todos os meios possíveis.

As pessoas defenderiam tenazmente seus vilarejos e suas casas. É possível que servissem também como “buchas de canhão” dos generais.

Para se preparar para a grande batalha que estava por vir, o governo japonês imprimiu o “Manual de Combate e Resistência do Povo“, um panfleto instruindo civis sobre como combater os americanos. Milhões de folhetos foram distribuídos nas cidades, vilas e vilarejos das principais ilhas.

Ele dizia:

Você é baixo, eles são altos, então você pode atingi-los na virilha. Você pode usar forcados, pode usar machados, pode vestir explosivos, que serão fornecidos em pacotes e pode rastejar debaixo dos tanques e detonar os explosivos.

Estavam preparando os civis para se tornarem “Kamikazes”.

Mulheres e crianças eram até mesmo recrutadas para lutar. Os japoneses chamavam essas forças civis de “Unidades Voluntárias de Defesa“. Serão “100 milhões de balas de fogo contra o inimigo“, era como a população civil era chamada pelo governo.

Quando os americanos desembarcassem, estariam lutando não apenas contra um exército, mas contra uma nação inteira. Se as forças americanas estiverem invadindo, os japoneses estariam prontos para a missão “Ichiyoku Toku”.

Não havia qualquer ferimento a ser considerado. Todos deveriam usar táticas suicidas. Os japoneses também tinham desenvolvido uma classe especial de armas suicidas que, segundo eles, matariam metade dos invasores enquanto ainda estivessem no mar.

Kamikaze significa “vento divino” e se refere a uma lenda do século 13, quando frotas invasoras foram duas vezes afastadas das costas japonesas, por mudanças repentinas no clima.

A concentração de seus kamikazes para a invasão do Japão será nos navios que transportam tropas americanas. O corpo médico tinha 3 navios designados só para transportar sangue para a invasão. Se afundassem um desses navios, acabariam com um terço do sangue que os americanos achavam que poderiam ter que usar.

Há todo um elemento kamikaze ou elemento suicida que começa a crescer em todo o exército japonês.

Eles não têm apenas aeronaves kamikaze, eles têm submarinos kamikaze, têm escafandristas kamikaze, que irão submersos para os locais de invasão e nadarão em direção às embarcações de invasão, e explodirão a si mesmos. Eles têm pequenos barcos torpedeiros que, basicamente, vão lançar torpedos contra a força de invasão.

Os japoneses sabiam que não tinham esperança de vencer a guerra. Sua estratégia era apenas mostrar sua disposição de luta nessas praias.

Naquelas praias os americanos encontrariam um inimigo mais maciço e fanático do que jamais haviam enfrentado. Centenas de milhares de soldados e civis japoneses treinados para matar e sem medo de morrer.

Os senhores da guerra japoneses acreditavam que se um número considerável de americanos morresse nas ondas e nas areias de Kyushu, o povo americano, cansado da guerra e a milhares de quilômetros dessas praias, exigiria o fim dos combates.

Eles forçariam seus líderes a negociar, permitindo ao Japão manter as ilhas que já havia conquistado.

Em 12 de abril de 1945, o presidente americano de 4 mandatos, Franklin Roosevelt, morreu.

O período de luto após a morte de um dos líderes mais populares dos EUA, foi seguido menos de um mês depois pela euforia do fim da guerra na Europa. A Alemanha se rendeu e uma onda de júbilo e alívio tomou conta dos Estados Unidos.

Em julho de 1945, o recém nomeado presidente dos EUA, Harry Truman, viajou para a Alemanha para a conferência de Potsdam, a reunião que aboliria o nazismo e dividiria a Alemanha e sua capital pelos próximos 45 anos. Ele estava no cargo há apenas 3 meses, quando sentou à mesa com Churchill e Stalin.

Enquanto estava lá, ele ficou sabendo do primeiro teste bem-sucedido da arma que poderia finalmente colocar o Japão de joelhos.

Um ultimato, conhecido como “Declaração de Potsdam”, foi transmitido a Tóquio por rádio. O Japão deveria se render incondicionalmente. Dois dias depois, o primeiro-ministro japonês rejeitou a proclamação e disse que os japoneses continuariam a lutar até que a guerra fosse decidida.

Os dados para a batalha final haviam sidos lançados.

No verão de 1945, o Japão estava se preparando para o que chamou de batalha decisiva, um confronto que banharia as costas japonesas de sangue e forçaria os americanos a aceitar os termos de paz do Japão.

A inteligência dos EUA via uma nação se preparando para uma terrível conflagração. Em 16 de julho de 1945, o fim nunca esteve tão próximo.

Com o primeiro teste bem-sucedido de uma bomba atômica em Alamogordo, no Novo México, o projeto secreto de Manhattan havia produzido uma arma de poder inimaginável.

Não estava na mente de Truman naquele momento e nem na mente de ninguém, em não usar essa arma para acabar com a guerra, pois ela era apenas mais uma arma.

Truman tomou sua decisão.

Na manhã de 6 de agosto de 1945, um solitário bombardeiro B-29, sobrevoou a cidade japonesa de Hiroshima e o mundo conheceu o espantoso poder do átomo.

A cidade foi destruída e mais de 80 mil pessoas foram mortas quase imediatamente.

Freneticamente, os líderes japoneses pediram à União Soviética a mediação para um tratado de paz com os americanos. Em resposta, a Rússia emitiu uma declaração de guerra e invadiu a Manchúria, região da China que estava em poder do Japão.

A guerra e o planejamento para a invasão continuaram ininterruptamente e 131 B-29 bombardearam Tóquio e navios da Terceira Frota Americana bombardearam Hokkaido em manobras de pré-invasão.

Mas ainda assim os japoneses recusaram a se render.

Havia outra bomba disponível e outro alvo foi escolhido.

Em 9 de agosto, uma segunda bomba foi lançada sobre Nagasaki. Mais potente do que a primeira. Ela tinha a potência de 21 mil toneladas de dinamite.

O terreno montanhoso de Nagasaki limitou o número de vítimas. Mesmo assim, mais de 40 mil pessoas foram mortas instantaneamente..

Ainda assim, os senhores da guerra que controlavam o governo japonês estavam determinados a travar a batalha decisiva.

Mas o imperador agora diz que a guerra deve chegar ao fim e é o imperador que toma a decisão e essa é praticamente a única decisão que ele toma em toda a guerra.

Ao meio-dia, o discurso do imperador foi transmitido para a população japonesa cansada da guerra.

A guerra terminou oficialmente na manhã de 2 de setembro, com a assinatura dos termos da rendição, a bordo do encouraçado Missouri.

Desde o momento em que as tropas aliadas desembarcaram na Normandia, em junho de 1944, até a rendição da Alemanha, onze meses depois, cerca de 140 mil militares americanos perderam suas vidas na guerra da Europa.

Se os americanos invadissem o Japão, mais do que isso, provavelmente, teria morrido só no ataque a Kyushu.

É irônico que a arma mais terrível da Segunda Guerra Mundial, provavelmente tenha salvado milhões de vidas, as vidas dos militares americanos encarregados de tomar as ilhas japonesas e as vidas dos soldados e civis japoneses que os teriam enfrentado nas praias invadidas.

Mal sabiam os planejadores, que apenas duas bombas levariam a essa vitória e garantiriam para a invasão do Japão, um lugar na história, como a invasão que nunca houve.

Especialistas estimavam que a invasão causaria a morte de um a dois milhões de soldados americanos e entre 10 a 20 milhões de soldados e civis japoneses, inclusive mulheres, crianças e idosos.

-o-o-o-

NOTA

O texto acima foi extraídos deste vídeo publicado no Bitchute, parte deste vídeo, mais longo, sem legendas, publicado no Youtube.

Estou publicando este texto para compensar um pouco as seguidas falácias que assisto, condenando os Estados Unidos por terem lançado as duas bombas nucleares sobre o Japão com a finalidade de pôr fim a guerra e poupar milhares de vidas americanas e japonesas.

Luigi Benesilvi

-o-o-o-

Ir para a Página Principal do Blog
Bitchute: https://www.bitchute.com/channel/ZfQcA8z7Ld2O/

Youtube: http://www.youtube.com/c/LuigiBSilvi

Rumble: https://rumble.com/user/Benesilvi

Twitter: @spacelad43

Contato: spacelad43@gmail.com