Quem foi realmente que escreveu o Corão – Ridvan Aydemir
(17/02/2024)
Ao falar sobre o Islã, especialmente quando alguém é recém apresentado ao Islã, há sempre essa pergunta,

Quem escreveu o Corão?
Como ele passou a existir?
A resposta não é muito simples.
Uma resposta islâmica curta para a pergunta é que o Corão é a palavra inalterada e indubitável, falada diretamente por Allah, que é todo poderoso, onipotente, onisciente e onipresente, de acordo com a crença islâmica.
Muçulmanos acreditam que Allah falou sua palavra por meio de Gabriel para Maomé, que então a revelou aos seus seguidores.
Mas, na realidade, ela passou por um processo enorme e questionável. Quero passar por esse processo com você e fornecer algumas informações, mas também analisá-lo de uma perspectiva crítica e cética.
A crença islâmica real mantida pela grande maioria dos eruditos islâmicos é a seguinte:
Maomé era um comerciante em Mecca, Arábia, nos séculos sexto e sétimo depois de Cristo.
Durante algum tempo, ele teve sonhos que, segundo consta, se tornaram realidade, o que ninguém pode provar, é claro.
Ele adorava ir a uma caverna chamada Hira e se retirar por uns tempos. Depois ele ia até Khadija, sua empregadora e esposa, para discutir suas atividades espirituais, que ele dizia ter tido.

Entrada da caverna, na qual os muçulmanos acreditam que Maomé ia meditar.
Um dia, na caverna, no ano 610 depois de Cristo. quando tinha 40 anos, ele diz ter recebido a visita repentina do anjo Gabriel, que disse a Maomé para ler. E Maomé disse: “Não sei ler”. Então Gabriel o apertou e lhe disse novamente para ler. Dessa vez, Maomé disse: “Não sei ler. O que devo ler?” E Gabriel o apertou de novo com tanta força que Maomé ficou estupefato. E Gabriel recitou os primeiros versos do Corão.
Recite em nome de seu senhor, que criou os homens a partir de uma substância aglutinante. Recite e vosso senhor é o mais generoso, que ensinou pela escrita, ensinou aos homens o que eles não sabiam. (Corão 96:1-5)
Acredita-se que esses 5 versos, sejam a primeira revelação, e estão no Corão atual no capítulo 96. O capítulo tem mais versos do que esses, mas acredita-se que eles tenham sido revelados posteriormente.
Durante toda a vida de Maomé não havia um livro chamado Corão. O Corão foi revelado apenas verbalmente por Maomé, verso por verso, dependendo do que ele tinha de lidar no momento.
Foi escrito e memorizado pelas pessoas ao seu redor. Maomé elogiava as pessoas que memorizavam o Corão e dava aos outros o dever de fazê-lo. É por isso que cada vez mais pessoas, que confiavam nele memorizavam suas palavras, que ele afirmava serem de Allah.
É por isso que memorizar o Corão ainda é visto como algo muito honroso e piedoso no Islã. Embora não tenha tido nenhum significado especial em outras culturas contemporâneas, como os romanos, e não tenha grande importância nos dias de hoje, em que temos pequenos smartphones, com tudo isso, em nossos bolsos.
Somente depois que Maomé morreu, seus seguidores se reuniram e decidiram compilar todos os versos do Corão e transformá-los num único livro. Havia centenas de pessoas que memorizaram partes do Corão e dezenas de pessoas que escreveram versos do Corão. Dezenas de escribas tinham partes do Corão, escritas separadamente.

O Sunitas acreditam que centenas de pessoas que o memorizaram foram mortas numa batalha depois da morte de Maomé, durante o governo do primeiro califa Abu Bakr, e que Umar, que mais tarde se tornaria o segundo califa, pediu a Abu Bakr que compilasse o Corão.
Abu Bakr então deu a um homem chamado Zayd ibn Thabid, que fora o escriba de Maomé, a missão de compilar todos os versos que estavam espalhados entre os escribas.
Numa narração, Zayd diz que isso era uma coisa quase impossível de se fazer. E o Hadith também aponta que Maomé nunca ordenou ou fez tal coisa.
O “Hadith” é um livro de tradições, compilado com narrativas de pessoas que conviveram ou conheceram Maomé.
De acordo com evidências amplamente aprovadas, Maomé nunca declarou explicitamente a ideia de compilar todos os versos do Corão num único livro. Zayd fez o melhor que pode e coletou tudo o que encontrou, até mesmo dos memorizadores. Ele reuniu essa coleção com a ajuda de poucas outras pessoas.
De um ponto de vista objetivo, especialmente entre os historiadores, você nunca confiaria na autenticidade de algo, que foi reunido por uma pessoa de origens completamente desconhecidas e, mais tarde, transformado num livro enorme por diversas outras pessoas, novamente.
Considerando que estamos falando da Arábia nos anos 600, isso é ainda menos crível, porque a Arábia não tinha um histórico de relatos e livros confiáveis.
Mas no Islã, você poderia ver isso como um milagre, porque certamente não é crível, certamente não é digno de confiança. E ao produzir esse Corão, primeiro você tem que acreditar que foi um milagre.
De fato, fomos Nós que enviamos o Corão, e, de fato, Nós seremos seu guardião. (Corão 15:9)

E isso não é tudo. De acordo com a crença islâmica, mesmo depois que isso aconteceu, não havia uma forma única do Corão. Havia muitas formas diferentes, com versos que variavam entre os proprietários.
Além disso, o árabe não era um idioma forte e unificado. Havia muitos dialetos e maneiras diferentes de ler um texto. E como o arábico não tinha regras muito bem delineadas naquela época, os escribas e os leitores tinham suas próprias versões do Corão.
É por isso que uma tarefa foi iniciada, muito provavelmente por Uthman, o terceiro califa, para unificar o Corão criando uma forma canonizada do Corão, que se sobreporia a todos os outros Corões.
O objetivo era criar especificações de vogais e pontos diacríticos de acordo com um dialeto específico do arábico, para que o Corão não pudesse ser entendido de forma diferente, por meio de sua leitura diferente.
Porque em arábico, uma palavra pode ser pronunciada exatamente da mesma forma, mas pode ter um resultado diferente, com significado, dependendo de como você a lê. Veja isso, por exemplo.

Todas essas palavras são pronunciadas da mesma forma, mas têm significados diferentes. Os indicadores de vogais e os diacríticos definem os significados.
Uthman queria evitar isso e criou uma final, canonizada e suprema versão do Corão e ordenou a queima de todas as outras cópias.
De acordo com o Islã, nem todas as cópias foram queimadas, porque alguns se recusaram a queimar as cópias e outras simplesmente passaram despercebidas.
É por isso que ainda existem diferentes versões do Corão ativas atualmente, o que contradiz a crença islâmica comum de que a palavra de Allah não pode ser alterada.
Ou seja, a palavra de Allah não pode permanecer inalterada, se a palavra de Allah é diferente em cada texto, só para começar, certo?
Alguns que sabem disso sugerem que as diferenças são muito pequenas e insignificantes. Mas isso não é verdade. As diferentes formas de ler o Corão podem alterar o significado de forma mínima ou muito grande.
A maioria dos muçulmanos só confia na versão atual do Corão, porque essa foi aprovada por Uthman, como suprema, um humano, um muçulmano regular e governante político, 20 anos após a morte de Maomé.
É por isso que os professores islâmicos preferem não ensinar seus alunos muçulmanos de forma transparente e clara sobre isso.
Mas é por isso que vocês têm a mim.

Essa foi basicamente a história do Corão, resumida em sua forma amplamente aceita pelo consenso dos eruditos islâmicos.
Quanto ao motivo pelo qual o Corão não está em ordem cronológica e sim em ordem de tamanho dos capítulos, os muçulmanos não têm uma resposta clara sobre isso. Mas a maioria deles concorda que Maomé foi a pessoa que disse a seus seguidores para reorganizarem os capítulos do Corão.
Como você já sabe, Maomé apenas falava e seus seguidores faziam anotações. De acordo com a crença geral, Maomé falava os versos e depois dizia a seus escribas que o que ele acabara de dizer se encaixava neste ou naquele capítulo.
Alguns capítulos e versos também foram reunidos por Uthman e outros de forma independente.
O mais importante deles, o capítulo do arrependimento, que é o nono capítulo do Corão, não é apenas o mais perigoso e agressivo, é também um capítulo que não tem um início claro e foi simplesmente colocado onde está pelos companheiros sobreviventes de Maomé.
De acordo com um hadith, Uthman não sabia o que fazer com o verso, porque Maomé costumava dar-lhes mais instruções sobre onde colocar os versos. Mas Maomé morreu antes de poder lhes dar instruções sobre esse.
“O Mensageiro de Allah foi levado sem explicar se o verso faz parte de outro capítulo”. ( Hadith de Al-Mustradak 2:330)
Então, os muçulmanos não colocaram uma linha de início nesse capítulo e o colocaram em algum lugar onde seria semelhante aos versos circundantes. Não parece um plano de um deus todo-poderoso de forma alguma. Certo?
Esse é o consenso acadêmico islâmico. Não estou inventando isso. Maomé morreu no meio do processo…
E aquele foi supostamente o plano de Allah?
É isso aí.
Para resumir, tudo isso é como o Corão veio a existir.
Hoje ele tem 114 capítulos e 6236 versos. Versos que supostamente foram ditos por deus Todo-Poderoso, por meio de seu anjo a um comerciante na Arábia, que revelou todos esses versos a seus escribas no deserto da Arábia no século sétimo.
Mas a questão era, quem escreveu o Corão, certo?

Se você seguir o Islã cegamente, a resposta é que Allah o escreveu. Se você não segue o Corão, deve saber o fato que o Corão foi escrito por diversas pessoas, durante um período bastante longo, o que é algo estranho para um livro que supostamente é a palavra direta de Allah Todo-Poderoso. Especialmente se quisermos seguir a crença muçulmana comum de que o Corão é incriado.
Isso significa que ele não foi simplesmente produzido por Allah na época de Maomé. Ele já existiria muito antes dos seres humanos.
Embora os muçulmanos acreditem que o Corão é a palavra de Allah, parece muito que foi de fato a palavra de Maomé.
Mas depois de passar por um processo tão longo ele realmente protegeu o que Maomé disse? Foi realmente uma missão divina? Uma mensagem divina? Isso é muito questionável, especialmente se você olhar para versos do Corão como esses, que fazem pouco sentido, se o Corão estava com Allah para sempre, mesmo antes da existência dos seres humanos.
Ó fiéis! Não entreis nas casas do profeta, exceto quando vos for permitido fazer uma refeição sem esperar que ela esteja pronta. Porém, quando fordes convidados, então, entrai. E quando tiverdes comido, dispersai-vos sem procurar permanecer para conversação. De fato, esse comportamento está incomodando o profeta e ele tem receio de dispensar você. Mas Allah não tem receio da verdade. Ó! e quando for pedir algo às esposas dele, peçam por trás de um separador. Isso é mais puro para seu coração e para o coração delas. E não é concebível ou legal para você magoar o Mensageiro de Allah ou casar suas esposas depois dele, De fato, isso seria um sinal de Allah e uma abominação. (Corão 33:53)
Seriamente, o que Allah estava planejando com esse verso do Corão? Mesmo antes da existência de Maomé? Por que Allah diria mesmo essas palavras? O que é suposto que tenho que fazer com isso?
É essa realmente a incriada palavra direta de Allah para toda a eternidade? Para toda a humanidade?
Eu vou deixar isso para vocês…
Ridvan Aydemir
O profeta apóstata
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NOTA
O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo, publicado no Bituchute.
Ridvan Aydemir é um ex-muçulmano turco, da seita “Sufista”, que pratica uns movimentos ritmados, quase em transe, como se poder ver neste vídeo do Youtube.
Ao pesquisar sobre o Corão, em inglês, encontrei várias versões do livro, que os muçulmanos dizem ser divino, imutável e perfeitamente preservado.
A redação do mesmo versículo em cada uma das versões é diferente das outras. Muito difícil de entender.
Como os capítulos estão em ordem de tamanho, exceto o primeiro, não dá para saber em qual ordem eles foram “revelados”.
A versão mais popular se chama “Hafs”, adotada oficialmente pela Arábia Saudita e por quase todos os países muçulmanos do ramo Sunita.
As poucas versões em português são ainda piores, quase indistinguíveis, pois se esforçam para dar a impressão que o deus do Islã é o mesmo Deus dos Cristãos e Judeus e sequer mencionam o nome do deus deles, Allah.
Luigi Benesilvi
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