Algumas atitudes humanitárias podem ser interpretadas como sinais de fraqueza por outras culturas – Luigi Benesilvi

(01/10/2024)

Acabei de legendar este vídeo, no qual o ativista druso, Mansur Ashkar, afirma que os muçulmanos só respeitam quem mostra ter força e poder. Segundo Mansur, atitudes que nós ocidentais consideramos ser demonstração de humildade, magnanimidade e compaixão, eles consideram sinais de fraqueza e estão sempre prontos a explorar essas “debilidades”.

Aqui está uma pequena parte do vídeo:

“Os drusos vivem nesta terra nos últimos mil anos e têm lidado com as ameaças do Oriente Médio. O Islã radical quer basicamente conquistar e destruir e matar todos ou convertê-los. Portanto, eles sabem como falar esse idioma, sabem o que significa, sabem o que o que é respeito. O que ele significa.

Se eu resumir isso em duas palavras, são PODER e RESPEITO. E o respeito não pode vir sem poder. Essa é a linguagem que você precisa entender no Oriente Médio. Se não entender a linguagem, você está condenado. Poder e respeito. E vou lhe dar o melhor exemplo. Digamos que eu e você estejamos discutindo agora mesmo sobre a quem pertence esta planta.

Você diz: “ela é minha”. Este é meu estúdio.  Eu digo que a quero. Você é muito mais forte do que eu. E você vem e diz, “se você pegar minha planta, posso quebrar todos os ossos do seu corpo.”

Mas então você diz: “Mas pelo bem da paz, que tal se eu lhe der parte da planta para você a cultivar? Nós podemos cultivá-la juntos pela paz.”

Todos em seu mundo ocidental vão dizer: “Nossa, isso foi um sinal de força. Esse homem mostrou contenção, mostrou diplomacia. Ele é um homem poderoso.”

No mundo árabe, significa que ele é um homem fraco. Ele está fingindo ser forte, mas é fraco. Eu posso explorar isso. Porque se ele fosse forte, ele teria quebrado todos os ossos do meu corpo por ousar vir e dizer a ele, me dê isso, que é seu.”

Quando autoridades políticas e religiosas ocidentais falam palavras apaziguadoras para os muçulmanos, em vez de mostrar magnanimidade, estão demonstrando fraqueza, no ponto de vista deles, não merecendo qualquer respeito.

Ao ouvir as palavras do Mansur, lembrei de ter visto uma foto do Papa Francisco durante cerimônia do “lava-pés”, realizada na quinta-feira santa, lavando os pés de um grupo de homens, entre os quais três muçulmanos.

A cerimônia emula o ato que Jesus Cristo realizou depois da última ceia, com seus apóstolos, baseada em  João 13:1–17.

Trata-se de um ato de humildade cristã, mas para os muçulmanos foi um ato de humilhação. A máxima autoridade da Igreja Católica beijando e lavando os pés de um simples homem muçulmano, representa o maior ato de submissão que o cristianismo pode dar aos muçulmanos.

Outro evento que certamente foi interpretado pelos muçulmanos como forma de submissão, foi o ato praticando pelo agora São João Paulo II, ao beijar o Corão de forma excessivamente devota.

Nenhuma autoridade muçulmana cometeria o ato “degradante” para os muçulmanos, que seria beijar a Bíblia.

Para os muçulmanos, a máxima autoridade de Igreja Católica praticou um ato de submissão ao Islã.

Outro trecho do vídeo da entrevista de Mansur:

“Estamos sentados aqui no estúdio e podemos ter foguetes caindo sobre nós a qualquer momento, porque estamos apenas esperando por esses lunáticos. O Irã tem tudo a perder ao lutar contra Israel e os Estados Unidos, que são muito mais fortes do que ele. Eles podem ir e destruir seu sonho nuclear. Podem derrubar aquele regime e deixar todos felizes no Oriente Médio. Mas não sentem o cheiro do poder e do respeito em Israel e Estados Unidos no momento. Estão permitindo que os Houthis, um bando de palhaços montados em camelos lá no Iêmen, digam: “Allahu Akbar! E mandam mísseis em Israel e afundam navios no mar Vermelho.

Eles não sentem que a China é o maior inimigo do Islã no momento. A China está mantendo os muçulmanos em campos de concentração. Você não vai ver qualquer muçulmano indo agora disparar foguetes contra a China, porque eles sentem poder e respeito lá.

Eles olham para o Ocidente e veem fraqueza. Nós a vemos, como humanitários, como o valor mais alto. Eles veem isso como fraqueza e a exploram. E os drusos em Israel e alguns dos judeus, que vieram dos países árabes entendem isso. Eles entendem que se não forem fortes no Oriente Médio, se não tiver força, poder e respeito, eles se aproveitarão disso. Mas se você mostrar poder e respeito, eles recuam, se acalmam em todos os países árabes.

O que Israel está fazendo, contra-atacando os grupos terroristas Hamas, Hezbollah, Houthis e outros, além do Irã, que os patrocina, é mostrar força e poder. Israel está lutando praticamente sozinho contra 7 inimigos, que o atacam simultaneamente e assim mesmo está sendo chamado por muitos como agressor.

O vídeo da entrevista de Mansur foi publicado lá pelo dia 15 de setembro de 2024, alguns dias antes de Israel acabar com quase toda a cadeia de comando do Hesbollah e bombardear redutos dos Houthis do Iêmen, mostrando assim sinais de força e poder.

Luigi Benesilvi

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