A morte de Yahya Sinwar e a insolúvel crise da Palestina – Gad Saad

(19/10/2024)

Quero de fazer alguns comentários sobre a morte de Yahya Sinwar, chefe do grupo terrorista Hamas, mentor do massacre de 7 de outubro de 2023, que foi morto. E, é claro, como vocês sabem, recentemente Hassan Nasrallah, chefe do grupo terrorista Hezbollah, também foi morto e muitos outros dos procurados do Hamas, da Jihad Islâmica e do Hezbollah foram mortos.

Embora alguém possa argumentar que isso era necessário para uma justiça retributiva, não acho que isso vá mudar muita coisa. É uma solução de emergência, necessária. Mas é como tentar colocar um curativo sobre uma ferida que está jorrando, o que pode estancar o sangramento, mas a realidade é que a razão pela qual sua ferida está sangrando é porque há alguns problemas subjacentes que estão causando o sangramento. E se você não resolver aquelas, o problema voltará a ocorrer.

Portanto, acho que a única coisa que vocês devem se lembrar é que mencionei há pouco duas citações de Golda Meir, Primeira-Ministra de Israel no final dos anos 1960 e início dos anos de 1970.

Ela disse algo como:

 “Se os palestinos depuserem as armas, haverá paz. Se os israelenses depuserem as armas, haverá um genocídio e não haverá mais Israel.”

Significando que os israelenses poderiam matar todos os palestinos, mas não o fazem isso. Se fosse possível o contrário, eles certamente o fariam. Essa é a número um.

A número dois que ela disse é que:

“Haverá paz quando os palestinos amarem seus filhos mais do que odeiam os nossos filhos”.

Mas, de modo mais geral, o que essas citações representam é o fato de que os israelenses e os judeus em geral não têm qualquer interesse em matar todos os muçulmanos ao seu redor. Na verdade, eles não gostariam nada mais do que serem deixados em paz, para que possam traçar sua própria trajetória.

A realidade é que o outro grupo vê como uma crise existencial a existência de um estado judeu naquela terra. Isso é canônico, é doutrinário, está na própria religião. Se uma vez uma terra tenha sido, “governada” pelo Islã, ela será para sempre parte de “Dar al-Islam” (Terra do Islã)”. E se você a perder, ela fará parte de “Dar al-Harb” (Terra da Guerra).

“Expulse-os da terra de onde eles expulsaram você”. – (Corão 2:191)

 Assim, o mundo é binário, de acordo com o Islã. Existe a “Casa do Islã” e a “Casa da Guerra”. Qualquer coisa que não esteja atualmente sob a autoridade islâmica está em estado real de guerra, canonicamente.

Assim sendo, um grupo adoraria ver a extinção de outro grupo. É isso que os palestinos querem ver. A eliminação dos judeus. Isso é incontestável. Isso vem ocorrendo há 1.400 anos.

Agora, no dia em que os palestinos puderem dizer, “a história é tal que as pessoas ganham terras, perdem terras”.

Eu estou sentado hoje em uma terra no Canadá, que em algum momento pertenceu a povos indígenas. Ninguém está vindo me tirar da minha casa, porque cada centímetro da terra foi, em algum momento, conquistado por outra pessoa. Isso se chama história.

Toda a sociedade teve de seguir em frente. Nossa casa no Líbano foi roubada pelos palestinos. Tivemos de deixar o Líbano. Meus pais foram sequestrados pela milícia palestina, a Fatah. Mas seguimos em frente. Sim, é uma parte feia de nosso passado, mas seguimos em frente. A família da minha esposa enfrentou o genocídio armênio. Meus avós fugiram da Síria. A família do meu cunhado fugiu de Alexandria e do Egito. Portanto, nossas famílias são definidas pelo fato de que sempre tivemos de fugir do “povo da paz e do amor perpétuos”.

Mas, novamente, seguimos em frente. Não temos qualquer má vontade contra os muçulmanos ou palestinos em geral. Percebemos que a melhor maneira de viver a vida é viver uma vida digna, uma vida cheia de propósito e significado. E essa é a melhor vingança.

Portanto, no dia em que os palestinos decidirem que

“não estamos mais interessados em matar judeus, que não estamos mais interessados em ir do rio até o mar, a Palestina será livre. Não estamos mais interessados numa intifada global e realmente queremos viver em paz”,

então haverá um desencadeamento de capital humano no Oriente Médio. Isso é difícil de entender, porque o Oriente Médio está repleto de gente criativa e gente instruída. E não estou falando de Judeus. Estou falando de gente de todas as religiões. Há uma realidade rica e histórica. Há uma cultura incrível de hospitalidade no Oriente Médio.

Portanto, imagine se puder simplesmente aceitar o fato de que os judeus estarão nessa pequena terra, que é do tamanho de Nova Jersey. É hora de seguir em frente, viver e coexistir. Então o problema será resolvido.

Matar Sinwar e Nasrallah, é uma medida temporária. É uma medida necessária, mas não trará a paz. E, é claro, o fato de muitas pessoas inocentes terem morrido desde que Israel retaliou, vai criar novos terroristas e um novo ciclo de violência e assim por diante.

Assim sendo, a coisa mais perigosa na natureza são as ideias parasitas que estão na mente de uma pessoa. Então, quando os inimigos dos judeus deixarem de querer eliminar todos os judeus, vocês terão paz e florescimento.

Gostaria apenas de dizer mais uma ou duas coisas. Sabia que Sinwar teve um tumor cerebral há alguns anos? E os israelenses o pegaram. Eles já sabiam que ele era seu inimigo declarado. Eles o levaram e fizeram uma cirurgia que salvou a vida de Sinwar. O que Sinwar fez para retribuir a eles? Foi o mentor do massacre de 7 de outubro de 2023. Isso lhe diz tudo o que você precisa saber sobre a diferença entre as duas sociedades.

Aqui está outro pequeno fato para você. 180 mil crianças palestinas estão recebendo vacinação contra a pólio. Sabe quem foi o pioneiro que criou a vacina contra a poliomielite? Jonas Salk. Você sabe o que é Jonas Salk? Ele é judeu.

Portanto, em vez de odiar dia e noite os judeus, talvez seja melhor dizer: “Graças a Deus que há judeus que estão por perto para salvar Sinwar de seu tumor cerebral e para salvar 180.000 crianças que, de outra forma, não teriam sido vacinadas contra a pólio.

Se cuidem, todos vocês…

Gad Saad

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NOTA

O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo publicado no Bitchute.

Luigi Benesilvi

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