(18/12/2024)

Fantasmas de uma guerra santa: ataque a judeus em  Hebron – Yardena Schwartz

(18/12/2024)

O massacre de judeus na cidade de Hebron foi apenas uma parte dos distúrbios de uma semana que tomaram conta do Mandato Britânico da Palestina, no final de agosto de 1929.

Naquela semana, 133 judeus, homens, mulheres, crianças, jovens e idosos foram massacrados e mais de 400 ficaram feridos. Ao longo de uma semana de distúrbios em toda a Palestina, todas as comunidades judaicas foram afetadas.

As comunidades judaicas de Gaza e de outras localidades foram evacuadas pelas autoridades britânicas.

Mas em Hebron, aquele farol de coexistência, onde judeus e muçulmanos viveram lado a lado por gerações, aquele lugar, entre todos os lugares, foi o cenário dos piores horrores. Mais judeus foram assassinados de maneiras mais cruéis do que em qualquer outro lugar. 67 judeus foram massacrados naquela manhã de 24 de agosto de 1929, por seus vizinhos muçulmanos, incluindo homens, mulheres, crianças e bebês.

Como vimos em 7 de outubro de 2023, mulheres e meninas foram estupradas na frente de suas famílias, antes de serem assassinadas. Bebês foram massacrados nos braços de suas mães. Homens foram castrados. Pessoas foram queimadas vivas.

Um dos elementos mais chocantes do massacre, foi o fato de que muitos dos agressores eram amigos, vizinhos, locadores, parceiros de negócios, colegas de trabalho, das pessoas que eles assassinaram.

A comunidade judaica de Hebron tinha sido avisada de que haveria distúrbios. Um grupo de combatentes judeus do Haganah, chegou a Hebron dois dias antes do início dos distúrbios e avisou os líderes judeus de Hebron, sobre o que aconteceria. Eles se ofereceram para enviar reforços e munição ou para evacuar os judeus de Hebron para Jerusalém até que os distúrbios terminassem.

Os líderes judeus de Hebron foram unânimes em sua oposição a isso e disseram:

“Não vamos a lugar algum. Nossos amigos árabes e nossos vizinhos jamais nos farão mal.”

Houve distúrbios, numa escala muito menor, mas houve distúrbios em Jerusalém em 1920 e em Tel Aviv em 1921. E embora esses distúrbios tenham atingido outras comunidades na Palestina, nunca tinham ocorrido em Hebron. Assim, os líderes judeus de Hebron estavam certos de que nada aconteceria com eles.

O fato de Hebron ter se tornado o epicentro do massacre mais brutal e um dos piores “pogroms” perpetrados contra judeus fora da Europa.

O fato de terem pago o preço mais alto realmente transformou o sionismo e o próprio conflito. Porque, assim como os judeus que foram assassinados no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os judeus de Hebron eram pessoas pacíficas, assim como os judeus do sul de Israel. Não eram colonos ou extremistas de direita. Eles amavam a paz, eram de esquerda e muitos deles eram ativistas da paz.

Assim era também em 1929, em relação aos judeus que foram assassinados. Eles não eram sionistas, muitos deles eram antissionistas, sabe, de um tipo diferente do que conhecemos hoje. Mas eram antissionistas. Acreditavam que o retorno dos judeus a Sião poderia acontecer por meio da vontade de Deus, a chegada do Messias.

Muitos dos judeus massacrados em 1929 em Hebron, eram judeus sefarditas que falavam árabe, cujas famílias estavam em Hebron há gerações. Eles também eram muito céticos ou hesitantes com relação ao movimento sionista muito secular, porque ele era muito diferente de seu modo de vida.

Essa oposição ao sionismo, que precedeu o massacre, evaporou essencialmente entre os judeus da Palestina depois do massacre de 1929. Como esse massacre resumiu a tragédia do judeu sem Estado e sem poder.

Os britânicos essencialmente ficaram de braços cruzados e permitiram que isso acontecesse, especialmente em Hebron. Havia um chefe de polícia britânico, comandando uma força de cerca de 40 policiais. Todos eles, com exceção de um, eram árabes. E esses policiais ou participaram do massacre ou ficaram parados e permitiram que ele acontecesse. E há montanhas de evidências que confirmam isso. Sabe, meu livro tem cerca de 40 páginas de anotações de fontes. E há testemunhos, vastos testemunhos, tanto de oficiais britânicos quanto de sobreviventes do massacre, de que também o chefe da polícia britânica, no início, disse aos judeus, quando a violência começou a irromper em Hebron, que ficassem em suas casas e nada aconteceria a eles.

Ele não trouxe reforços. Quando ele tentou trazer reforços, já era tarde demais. E quando esses reforços chegaram de Gaza e Jerusalém, 67 judeus haviam sido massacrados e dezenas de outros feridos. Eliezer Dan Slonim, um líder judeu de Hebron, foi assassinado junto com sua esposa e seu filho de 5 anos. E a turba incluía homens que ele considerava seus amigos até aquele dia.

Yardena Schwartz

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NOTA

O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo publicado no Bitchute.

Luigi Benesilvi

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