Embaixador japonês e a civilidade dos nativos brasileiros – Luigi Benesilvi

(21/01/2025)

Um amigo, descendente de japoneses, me contou essa história logo que chegamos em Brasília, na década de 1980.

O recém nomeado embaixador japonês resolveu oferecer um almoço aos descendentes de japoneses, diplomatas estrangeiros e autoridades brasileiras.

Mandou os convites estabelecendo o horário das 12 horas para início da recepção aos convidados, coquetel e discursos de boas-vindas, com a refeição sendo servida às 12h30.

Humildemente o embaixador pensou:

Erro meu! Os brasileiros costumam almoçar mais tarde do que no Japão. Da próxima vez vou considerar isso.

Alguns meses mais tarde mandou os convites estabelecendo o horário das 13 horas para início da recepção aos convidados, coquetel e discursos de boas-vindas, com a refeição sendo servida às 13h30.

Os descendentes de japoneses e representantes estrangeiros chegaram entre 13 e 13h30, mas os brasileiros começaram a chegar depois das 13h30, com alguns chegando depois das 14 horas. Tudo ficou muito bagunçado.

Algum tempo depois, por ocasião de uma data comemorativa japonesa, o embaixador mandou convites, marcando a recepção às 20 horas, com os discursos comemorativos às 20h30 e o jantar às 21 horas.

Os descendentes de japoneses e representantes estrangeiros chegaram entre 20 e 20h30, mas os brasileiros começaram a chegar depois das 20h30, com alguns chegando depois das 21 horas. Tudo ficou muito bagunçado.

A partir de então, adaptando-se aos costumes primitivos dos aborígines, o embaixador passou a mandar os convites estabelecendo o horário de início do evento, tipo “a partir de tal hora” e os discursos comemorativos ao final, sem horário definido.

Posso imaginar o que o embaixador passou a pensar sobre a civilidade dos brasileiros.

Luigi Benesilvi

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NOTA

Como faz algum tempo que ouvi essa história e trata-se de uma história ouvida em segunda mão, os eventos podem ter acontecido de forma um pouco diferente da que escrevi, mas a essência é essa mesma.

Muita gente costuma chegar atrasada nos compromissos, independente do horário marcado, o que demonstra falta de respeito com a outra parte.

Eu tenho profundo respeito pelo cumprimento de horário, até com alguma obsessão e me causa muita ansiedade quando não consigo cumprir o horário do compromisso ou quando  alguém não cumpre sistematicamente os horários estabelecidos comigo.

Essa questão têm me causado muitas dificuldades na convivência com colegas de trabalho, familiares e amigos queridos.

Pior é que sou frequentemente chamado de “apressadinho” intolerante.

Não é necessário ter qualquer talento especial para cumprir horários. Basta ir com tempo suficiente para chegar no horário marcado, em sinal de respeito à outra parte do compromisso.

O que me causa ainda maior pesar é constatar que esse mau hábito parece que vai continuar por muito tempo, pois está sendo adotado também pelas novas gerações.

Luigi Benesilvi

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