Questionamentos sobre as religiões abraâmicas – Raymond Ibrahim
(13/06/2025)
E se você tivesse um avô falecido a quem você fosse muito afeiçoado?

E se, do nada, um estranho chegasse até você e dissesse:
“Ei, esse é o meu avô”.
E então, para que você não pense que esse estranho está de alguma forma tentando se aproximar de você, ele acrescenta:
“E tudo o que você achava que sabia sobre o vovô está errado. deixe-me contar aqui o que ele realmente disse e fez durante vida dele.”
O estranho, então, passa a informá-lo que quase tudo o que você achava que sabia sobre seu avô estava, não apenas errado, mas exatamente o oposto do que ele, o estranho, está dizendo agora sobre seu avô, muito do que você acha imensamente perturbador.
Isso faria com que esse estranho se tornasse querido para você?
Todos os defensores do chamado “Abraamismo” aparentemente pensam que sim.
Vou explicar, mas primeiro vamos definir o “Abraamismo”.
Porque o patriarca Abraão é uma figura importante no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. Todas as 3 religiões, de acordo com a doutrina do Abraamismo, compartilham uma raiz comum ou ancestral, que tem grande potencial para preencher diferenças e promover o crescimento, a cooperação e até mesmo a fraternidade entre as religiões.
Essa posição é defendida por virtualmente todo mundo. É certamente a posição dominante no meio acadêmico, na mídia, entre formadores de opinião em todos os lugares, mesmo que não seja especialmente, o falecido Papa Francisco
Dito isso, está claro que poucos de seus proponentes refletiram muito sobre essa questão abraâmica. O cerne da questão é:
“Como a apropriação por um povo da herança de outro povo, que é exatamente o que o Abraamismo é, supostamente pode ajudá-los a se dar bem?“
Considere algumas, muito importantes, mas habitualmente ignoradas, distinções.

Primeiro: Quaisquer que sejam as diferenças entre cristãos e judeus, os cristãos, que, cronologicamente, vêm depois dos judeus, aceitam a Bíblia hebraica ou o Antigo Testamento, como ele está. Eles nada acrescentam, retiram ou distorcem seu texto. O Islã faz totalmente o oposto.
Como o mais tardio recém-chegado, para se legitimar, ele também se baseia nas figuras do Antigo e do Novo Testamento, para obter o peso da antiguidade e da autoridade que está ligada a seus nomes. Mas perverte completamente seus personagens de forma a validar os ensinamentos posteriores e diferentes de Maomé.
Em outras palavras, embora o Islã tenha vindo depois do Cristianismo e do Judaísmo, ele não se baseia em suas escrituras como elas estão, da mesma forma que os cristãos se baseiam nas escrituras hebraicas como elas estão.
Mas, em vez disso, o Islã as reformula para se adequarem à sua própria narrativa e agenda, inclusive para mostrar como as escrituras dos judeus e dos cristãos foram corrompidas, como os muçulmanos afirmam, com o muito mais tardio Corão, refletindo as verdades originais que supostamente uma vez continham.
Basta considerar como o homem que dá nome a esse projeto falso – falo, é claro, de Abraão – que foi explorado pelo Islã e para o Islã.
Judeus e cristãos se concentram em aspectos diferentes de Abraão. Os primeiros o veem como seu patriarca de sangue e os últimos como seu patriarca na fé ou no espírito. Mas ambos se baseiam no mesmo relato literal de Abraão encontrado em Gênesis.
Isso é fundamental. Anote isso.
No relato muçulmano, no entanto, Abraão (Ibrahim) não apenas abandona seu país, com base na promessa de Deus de que fará dele uma grande nação, conforme refletido em Gênesis 12, mas Abraão exemplifica o ódio, que os muçulmanos são obrigados a ter por todos os não muçulmanos.
Como Allah informa aos muçulmanos no Corão 60:4,
“Vocês têm um bom exemplo em Abraão e naqueles que o seguiram. Eles disseram ao seu povo: Nós vos repudiamos e os ídolos que adorais em vez de Allah. Nós vos renunciamos. A inimizade e o ódio reinarão para sempre entre nós, até que creiais somente em Allah”.
Essa última parte sobre o ódio eterno até que você acredite em Allah, não está no Gênesis, não é mesmo?

De fato, e por acaso, esse verso sobre Abraão (Corão 60:4), é o verso fundamental, que todos os radicais citam como prova, de que todos os muçulmanos devem odiar todos os não muçulmanos.
Assim, depois de citar esse verso abraâmico, o Estado Islâmico certa vez declarou, numa declaração ao Ocidente, que:
“Nós odiamos vocês antes de tudo porque vocês são descrentes ou infiéis (Kafirs). Quanto a quaisquer queixas políticas, elas são secundárias,
– o Estado Islâmico diz –
“O fato é que, mesmo que vocês parem de nos bombardear, aprisionar, torturar , difamar e usurpar nossas terras,
– Esse é o Estado Islâmico falando para o Ocidente –
nós continuaríamos a odiar vocês, porque nosso principal motivo para odiá-los não deixará de existir até que vocês adotem o Islã. Mesmo que vocês paguem a Jizya e vivam sob a autoridade do Islã em humilhação, continuaremos a odiar vocês.”
Essa é a mutilação que o Patriarca Abraão sofreu no Islã. Não só ele não é uma fonte de comunhão entre os muçulmanos, por um lado, e judeus e cristãos, por outro lado, como também é a principal figura para justificar o ódio muçulmano contra judeus e cristãos,
“até que vocês creiam somente em Allah“, como diz o verso.
A propósito, a apropriação e mutilação pelo Islã figuras bíblicas reverenciadas não poupa ninguém, nem mesmo Jesus Cristo.
Sem dúvida, você já ouviu muitas vezes, repetidamente, que os muçulmanos reverenciam Jesus, como um profeta sem pecado e milagreiro, nascido de uma virgem, tudo muito bem. Mas muito menos mencionado e conhecido é que o Corão rejeita e os muçulmanos não aceitam os pontos mais importantes sobre Cristo.
Eles rejeitam o fato dele ser o Filho de Deus e rejeitam o fato dele ter sido crucificado e ressuscitado pelos pecados da humanidade.

De fato, aqueles que insistem que Cristo é o Filho de Deus, ou seja, os cristãos, são amaldiçoados e não merecem nada além de uma jihad implacável.
Veja o Corão 5:72-73 e 9:29 e 9:30.
Assim, embora os muçulmanos aceitem que Jesus retornará no Dia do Juízo Final. Isso é o que o Islã ensina:
“Para que ele possa destruir todas as cruzes do mundo,
– porque elas significam sua morte e ressurreição o que, como visto e o Cristo do Islã (Issa), veementemente negam –
e, assim, ele vai poder cancelar a Jizya”,
o que significa que os cristãos não poderão mais pagar para permanecerem cristãos, mas então terão apenas 2 opções:
“abraçar o Islã ou morrer”.
Cristo também fará questão de abater todos os porcos, durante sua segunda vinda, porque, bem, o Islã odeia suínos.
Novamente, a apropriação de Cristo pelo Islã, ou melhor, a introdução de um Anticristo, pode ser vista como uma fonte de semelhança compartilhada entre cristãos e muçulmanos?

Ou outra coisa, algo potencialmente mais sinistro?
Voltemos à minha analogia inicial, sobre aquele avô que você amava.
Uma coisa é um estranho aceitar e honrar seu avô, como ele realmente era e como você o conhecia, da mesma forma que os cristãos fazem com as figuras do Antigo Testamento.
É algo completamente diferente, um estranho se apropriar e reconfigurar seu avô, de uma forma que valide a hostilidade dele contra você, como os muçulmanos fazem com as figuras da Bíblia.
Em resumo, e para todos vocês, defensores irracionais do Abraamismo, é hora de acordar.
Raymond Ibrahim
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NOTA
O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo publicado no Bitchute.
Sobre as religiões abraâmicas tem este artigo, que explica o assunto com mais detalhes. Este outro artigo explica porque o Islã não deve ser considerado uma religião abraâmica.
Luigi Benesilvi
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