Extremistas islâmicos de hoje estão fazendo o que já costumavam fazer no passado – Raymond Ibrahim

(17/08/2025)

Estamos numa época em que muitos apologistas  nos dizem que os terroristas modernos sequestraram o Islã.

“Nós não estamos em guerra contra o Islã. Estamos em guerra contra pessoas que perverteram o Islã”. – (Barack Hussein Obama, Presidente dos EUA em 2014).

“O ISIS (Estado Islâmico) está exportando um falso Islã, sob disfarce de religião” – (Ahmed el‑Tayeb, Grande Imã do Egito).

Eles (Estado Islâmico) nada têm a ver com o Islã. Essas pessoas são demônios” – (Shaykh Hamza Yusuf, Erudito norte-americano).

“Nada existe de islâmico no ISIS (Estado Islâmico). Eles nada ter a ver com a fé” – (Rainha Rania, da Jordânia).

Eventos que hoje estão na história, aconteceram no topo de uma colina solitária na Itália, nos força a confrontar uma verdade muito desconfortável.

Inteiros Sultanatos e califados, as mais legítimas expressões da autoridade islâmica, já agiram antes, com o mesmo radicalismo, a mesma convicção teológica e os mesmos métodos sangrentos, que os assim chamados “extremistas” de hoje.

Primeiro vamos ver alguns antecedentes.

Quando conquistou Constantinopla em 1453, o sultão otomano Muhammad II, tinha apenas 21 anos de idade, com muitas décadas de conquistas ainda à sua frente. Ele tinha ouvido a profecia de que,

 “Nós, muçulmanos, vamos conquistar Constantinopla, antes de conquistarmos Roma.”

Não satisfeito em ser o conquistador da “Nova Roma”, o ganancioso Muhammad estava determinado a cumprir a segunda metade dessa profecia, conquistando também a “Roma Antiga”.

Assim, ele passou 27 anos aterrorizando e se expandindo nos Bálcãs, até 1480, quando suas forças cruzaram até a Itália e tomaram a cidade de Otranto. O saque foi horrível. Mais da metade dos 22.000 habitantes cristãos da cidade foram massacrados e 5.000, os azarados, em sua maioria mulheres e crianças, foram escravizados.

Em seguida, veio o gesto magnânimo dos muçulmanos. A liberdade foi oferecida aos homens cristãos capturados restantes, 813 deles. Mas, primeiro, foi-lhes ordenado que renunciassem a Cristo e se convertessem ao Islã. Os cristãos responderam de acordo com a exortação de um deles.

“Meus irmãos, ontem lutamos para salvar nossa cidade. Agora é hora de lutar para salvar nossas almas.

Revoltados com o desafio deles, em 14 de agosto, todos os 813 cristãos foram ritualmente decapitados pelos muçulmanos, no topo de uma colina árida, que, para sempre, seria conhecida como “Colina dos Mártires”. Suas famílias, agora escravizadas, as mulheres e crianças, foram forçadas a assistir à carnificina de seus maridos e pais, como um lembrete do preço da rebeldia.

Quanto ao seu arcebispo, ele foi lentamente serrado ao meio, sob gritos triunfantes de “Allahu Akbar”. (Allah é o Supremo)

Os corpos e cabeças dos cristãos foram deixados para apodrecer no topo da colina por mais de um ano, até que os italianos conseguiram se libertar e expulsar os muçulmanos de Otranto.

Os crânios desses mártires ainda estão expostos na catedral de Otranto, testemunhas silenciosas do horror daquele dia. Eis como Giovanni Antonio Sumanti, um contemporâneo italiano, descreveu aquele evento.

“Quando a cidade de Otranto foi tomada pelas forças otomanas, no ano de nosso Senhor de 1480, os invasores exigiram que os cristãos renunciassem à sua fé e se convertessem ao Islã. Aqueles que permaneceram firmes na confissão cristã, totalizando mais de 800, recusaram essa exigência. Como resultado, os homens do sultão os levaram para o local agora chamado de ‘Capela dos Mártires’ e lá, com mãos cruéis, os executaram pela espada. Seus corpos foram deixados insepultos, uma prova sombria de sua fé e coragem diante da morte. Desde então, essas almas corajosas têm sido veneradas pelos fiéis como santos mártires, que deram testemunho até a morte em vez de negar Cristo.”

Agora, lembre que esse não foi o trabalho de “lobos solitários” ou radicais pervertidos. Foi por ordem do mais poderoso governante muçulmano de sua época. Um homem que era um líder virtual do Islã sunita, que mantinha ao seu redor um grupo de “ulamas”, “muftis” e outros xeiques eruditos, para orientar o tratamento dos infiéis cristãos.

Certamente, o refrão político atual que o terror jihadista moderno é uma distorção do Islã pacífico, desmorona diante de tal história. O massacre em Otranto, foi o Islã praticado por seu califa, seus juristas e seus exércitos, assim como as atrocidades em massa e decapitações de hoje são o Islã praticado pelo Estado Islâmico e outras organizações terroristas e seus autodeclarados califas e eruditos.

A diferença é do século e não de credo.

Por isso, enquanto estátuas e monumentos americanos são derrubados em todo o Ocidente, o sultão Muhammad II continua sendo um herói na Turquia moderna.

A conversão da igreja de Hagia Sophia pelo presidente Erdogan, em uma mesquita foi, em parte, uma homenagem a esse homem, responsável pela matança e escravização de possivelmente milhões de cristãos ao longo de seu reinado de 30 anos.

É desnecessário dizer, que Otranto não foi uma atrocidade isolada.

Conforme está registrado em muitas crônicas muçulmanas e cristãs ao longo dos séculos, os líderes e porta-vozes do Islã, sultões, califas, emires, ulamas e xeiques de todos os tipos, falaram e agiram repetidamente como o Estado Islâmico.

Ou melhor, o Estado Islâmico se inspirou neles.

O registro é consistente em quase 14 séculos, conforme documentado no meu livro “A espada e a Cimitarra. 14 séculos de guerra entre o Islã e o Ocidente.”

 Ainda mais preocupante é o fato de que então e agora, grande parte do Ocidente preferiu negar em vez de confrontar a realidade.

O Papa Sisto IV ficou chocado com a indiferença da Europa Ocidental, que, logo depois de Otranto, alertou em uma carta que,

“A Europa Ocidental que não pense que está protegida contra invasões por estar distante do teatro de guerra. Os turcos juraram a extinção da cristandade.  Este é o momento não de falar, mas de agir e lutar.”

Esse era um lamento antigo. Décadas atrás, antes da queda de Constantinopla, o Cardeal Julian havia repreendido a indiferença da cristandade num tom muito semelhante.

Olhe ao seu redor e veja como o povo de Cristo é pisoteado e devorado por turcos, sarracenos e tártaros. – todos muçulmanos – Por que não se compadecem com os muitos milhares de seus irmãos que, ano após ano, são reduzidos à dura servidão dos infiéis?

Mas o que é mais lamentável, é que muitos daqueles que são levados ao cativeiro e que não são capazes de suportar uma servidão tão dura renegam a fé cristã e são levados à abominável seita de Maomé. (ou seja, se convertem ao Islã)

Quantos reinos, províncias, cidades e vilas são diariamente tomados e despovoados?

Eles agora encurralaram vocês numa pequena área no oeste. A discórdia entre os cristãos é a causa de todas essas calamidades. Se eles apenas se tornassem mais sábios e tivessem amor, esse tipo de perseguição logo acabaria.”

Mas o Ocidente permaneceu num estupor.

Cerca de 85 anos depois de Otranto, em 1565, enquanto os otomanos preparavam seu cerco maciço da ilha de Malta, o Papa Pio IV reclamou que

“O rei da Espanha havia se refugiado no mato e a França, Inglaterra e Escócia eram governadas por mulheres e meninos”.

Dito isso, e como agora, alguns perceberam o padrão com clareza suficiente. O poema de Sebastian Brandt, “A Nau dos Insensatos”, um poema de 1494, lamentava como a cristandade havia perdido para o Islã, suas fortalezas, que tinha outrora no Oriente Médio. Ele escreveu:

“Nossa fé era forte no Oriente, mas agora perecemos dormindo, todos e cada um. O lobo entrou no curral e roubou as ovelhas da Santa Igreja, enquanto o pastor dormia. Quatro irmãs de nossa Igreja você encontra em Constantinopla, Alexandria, Jerusalém e Antioquia. Mas elas foram confiscadas e saqueadas, e em breve a cabeça (Roma) vai ser atacada.

Para os europeus instruídos, a ameaça otomana era simplesmente a última onda de uma maré implacável. Como disse um clérigo,

“Os árabes foram as primeiras tropas de gafanhotos. Os turcos, uma ninhada de víboras, são piores do que seus pais e os sarracenos, sua mãe.”

Em suma, os nomes sempre mudam, Umayyads, Abbasid, Otomano, Al Qaeda, Boko Haram, Estado Islâmico, mas o credo e os métodos permanecem os mesmos.

Cada um deles é uma nova ninhada de víboras nascidas do mesmo ninho, levando adiante a mesma “jihad” (guerra santa).

Os mártires de Otranto são um lembrete que o passado nunca realmente passou e que o suposto abismo entre o Islã dos califados e o Islã dos terroristas modernos é uma ilusão que impomos a nós mesmos.

Raymond Ibrahim

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NOTA

O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo publicado no Youtube.

Luigi Benesilvi

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