A “Idade das Trevas” da Europa foi causada pela violenta expansão do Islã – Raymond Ibrahim

(21/11/2025)

Meu interesse na Batalha de Yarmouk é que ela é a gênese do conflito entre a cristandade e o Islã. Esse é realmente o seu significado.

Basicamente, temos de voltar ao início, a Maomé, que morreu em 632. E agora, temos as chamadas “Guerras da Apostasia”. Depois que ele morreu, muitas tribos árabes tentaram se separar do rebanho do Islã. E o primeiro califa, Abu Bakr, lançou essas “guerras de apostasia”, o que é muito interessante, porque, até hoje, os clérigos muçulmanos dizem que, sem a lei de apostasia, que consiste em matar qualquer pessoa que tente deixar o Islã, o Islã teria morrido.

Quer dizer, eles realmente dizem isso, admitem. É por isso que tem que ter a lei da apostasia. Porque se as pessoas tiverem liberdade para deixar o Islã, ele vai desaparecer.

Foi o próprio Maomé que instituiu a lei da apostasia. Há um hadith, uma declaração atribuída a ele, que é considerada canônica em Sahih Bukhari (52:260), em que ele diz, literalmente,

“Quem quer que abandone sua religião, o Islã, mate-o”.

Portanto, isso sempre fez parte da religião, de acordo com esse ensinamento, esse hadith. E é por isso que ele ainda está lá. Você tem agora o poder muçulmano que está consolidado em Abu Bakr. E, mais tarde, o outro califa, Umar, que eram companheiros e amigos de Maomé. E agora a jihad está sendo travada com ferocidade.

Aqui está a primeira coisa interessante, que poucas pessoas entendem. Se eu conversar com alguém, uma pessoa comum e falar sobre o Oriente Médio ou o Norte da África e elas sabem que são países muçulmanos, mas não sabem como se tornaram muçulmanos. Elas acham que sempre foram muçulmanos.

No alvorecer do Islã, no período que estou discutindo, no ano de 632 e assim por diante, o mundo oriental, nem o Egito, a Grande Síria, como era chamada, que englobava o atual Israel, Jordânia, Líbano, a Anatólia, que hoje chamamos de Turquia, o Egito, a Tunísia, até o Marrocos, a Mauritânia. Tudo isso era, na verdade, mais cristão do que a própria Europa.

Então, se você falasse sobre o cristianismo no alvorecer do Islã, você estava falando sobre o Egito, Síria, a Ásia Menor, Grécia, é claro, a Europa. Mas a Europa era, na verdade, menos cristã. E, é claro, tudo a noroeste do Danúbio ainda não era, nem mesmo a Alemanha. As terras escandinavas ainda não haviam alcançado o cristianismo naquela época.

Foi por isso que o imperador romano Constantino mudou a capital de Roma para Constantinopla, para a Nova Roma, para o leste, porque era lá que tudo estava. Era lá que estava o aprendizado. Era lá que estava a cultura sofisticada, a riqueza.

Temos registros de pessoas viajando pelo Egito, e elas diziam:

 “Tudo o que ouvimos, do topo do Nilo até o baixo são apenas hinos e sinos de igreja”

Isso foi antes do Islã. A mesma coisa acontece com a Síria. Mas, as pessoas não percebem esse contexto. Era assim que o Oriente Médio era. Se quiser falar sobre o cristianismo, havia 5 centros principais, as chamadas “Sedes”;

Um era Roma e os outros 4 estavam no Oriente Médio. Um era Alexandria, um era Antioquia, um era Jerusalém e, mais tarde, Constantinopla. Todas no leste e todas conquistadas pelo Islã.

De qualquer forma, temos o primeiro grande ataque e temos a Batalha de Yarmouk, em 636. E os muçulmanos prevalecem. Yarmouk é um rio na Síria. E foi lá que os dois maiores exércitos, o Império Romano do Oriente, basicamente, e os árabes, os muçulmanos, lutaram. Houve um grande épico confronto e os cristãos perderam.

E isso é uma tradição muito hagiográfica entre os árabes. Foi aqui que tudo começou.

“E foi aqui que nosso Allah provou que está conosco porque derrotamos os infiéis”

Não vou entrar nesse assunto. Mas quem estiver interessado realmente deve ler sobre essa batalha, porque muito do que o ISIS, o Estado Islâmico, as coisas que eles diziam, que soam meio enigmáticas e as pessoas não entendiam. Eles diziam coisas como:

“Já provamos o sangue americano e nenhum é mais doce”.

As pessoas achavam que eles estavam sendo grosseiros. Na verdade, eles estavam citando personagens da Batalha de Yarmouk. Heróis muçulmanos, especificamente Khalid bin Al Waleed, conhecido como a Espada de Allah, que disse aos romanos,

“Provamos o sangue romano e nenhum é mais doce”.

Então, quando muitas das coisas que eles dizem são, na verdade, dessa batalha e de outras batalhas também. Mas é assim que essas batalhas e os principais confrontos com o mundo cristão, onde eles prevaleceram, ainda figuram de forma muito proeminente em sua consciência histórica, ao passo que para a maioria dos ocidentais, eles não fazem ideia.

Então, de qualquer forma, a batalha aconteceu. O Ocidente, os cristãos perderam e agora começa a grande tomada do Oriente Médio.

O Egito, que era um importante centro do império romano, é conquistado 4 ou 5 anos depois, por volta de 640 ou 641. E eles continuam marchando por todo o caminho oeste até chegarem ao Marrocos. Por volta de 690, eles tomam Cartago, na atual Tunísia. Assim, todos esses grandes centros e a Síria também foram completamente conquistados. Jerusalém foi conquistada um ano depois da batalha de Yarmouk.

É como um efeito dominó completo.

E há teorias sobre o porquê disso. Uma delas é que o Império Bizantino estava muito enfraquecido na época, mas também os muçulmanos entraram e conquistaram a Pérsia, do Império Sassânida, na época. E então o Irã foi conquistado e eles continuam em direção ao leste. Mas só para ser breve, vou continuar focando no mundo cristão ocidental.

Apenas um século depois da morte de Maomé, em 732, os muçulmanos estão agora no meio da Europa, combatendo, sequestrando pessoas e destruindo igrejas. Em 732 acontece a batalha de Tours, que fica bem no coração da França. A Espanha foi conquistada em 711.

Agora, depois deles conquistarem o Marrocos, navegaram para a Espanha, que foi completamente conquistada e devastada. E agora eles estão no meio da França, atacando. E esta é a Batalha de Tours. Assim, em um século após a morte de Maomé.

E os historiadores quantificaram isso, mas basicamente eles conquistaram três quartos do mundo cristão original, permanentemente. Na Espanha, não permanentemente, mas por cerca de 8 séculos eles estiveram lá. E, é claro, na França, eles ainda continuaram as depredações. Conquistaram quase todas as ilhas do Mediterrâneo, por volta do século 8. A Sicília, Creta, Chipre, Rodes e ficaram lá durante muitos séculos.

E, novamente, para mim, é espantoso como as pessoas não entendem. Esses não eram apenas países cristãos. Esses eram os principais países cristãos e eles simplesmente foram conquistados e islamizados. E pouca gente sabe disso.

Se você falar sobre esses países agora, como o Egito ou a Síria, a maioria das pessoas tem essa vaga noção de que eles sempre foram muçulmanos e que o Islã se espalhou por lá. Não foi isso que aconteceu. E se olharmos as fontes, tanto as árabes, quanto as islâmicas e as crônicas europeias, elas deixam inequivocamente claro, que foi uma violenta e sangrenta conquista.

E é ainda pior nos registros árabes, porque eles se gabam disso. Quanto mais violento for e quanto mais atrocidades forem cometidas contra os infiéis cristãos e quanto mais igrejas forem destruídas, isso é mais um reflexo de quão piedosos eram os conquistadores muçulmanos. Portanto, é de fato pior no mundo árabe. Sempre acho incrível o fato de ser mais gráfico às vezes do que os europeus, que são um pouco mais objetivos. Os europeus diziam:

“Sim, que fomos atacados e milhares foram massacrados, escravizados e igrejas foram queimadas.”

Mas os muçulmanos se orgulham de terem feito isso.

Nada disso está sendo ensinado em qualquer escola. Isso é porque estamos nos aproximando do que tradicionalmente era chamado de “Idade das Trevas”, pois temos.. O que, a propósito, podemos abordar. É um produto do Islã. E talvez muitas pessoas não saibam isso.

Então, basicamente, depois do que aconteceu e da descontinuidade  do mar Mediterrâneo, que costumava ser conhecido como uma espécie de lago romano. E todos, o Egito e a Síria e todo o norte da África e a Europa estavam conectados. Faziam parte de um único império.

Depois que o Islã tomou tudo, basicamente, ao sul dele, o norte da África e do Oriente Médio. Essa era a mais rica, mais profunda e mais sofisticada, região. A Europa era pequena. O restante do cristianismo foi completamente isolado.

O papiro acabou. Costumava vir do Egito. Esse suprimento foi eliminado. Tudo isso é histórico. Esse foi o início do que os historiadores chamariam de “Idade das Trevas”. E as pessoas não sabem.

Henry Pirenne, um historiador belga do século 19, um orientalista, como chamavam, na época. Na verdade, ele tinha uma tese inteira sobre isso. E basicamente sua linha de pensamento é:

“Sem Maomé, não haveria Carlos Magno”.

A ascensão de Carlos Magno e do Estado Franco foi basicamente uma resposta à agressão islâmica incessante e à descontinuidade do Mediterrâneo. É por isso que então a Europa tinha de se desenvolver por conta própria e começar uma nova era. E não tinham mais a ajuda de o leste como tinham antes.

E então, eles se tornaram o pequeno bastião final da cristandade e continuaram a ser atacados pelos muçulmanos. Então, para finalizar essa ideia da Idade das Trevas. As pessoas dirão que a Idade das Trevas é histórica. E nem querem mais usar esse termo por vários motivos.

Mas diriam que foi no século 8 e no século 9. E que foi por causa dos ataques dos vikings, dos ataques de tribos nômades do Oriente. Mas o verdadeiro ataque foi o Islã. Esse foi o principal ataque, que veio do Sul.

E os vikings, as pessoas sequer entendem que uma grande parte das incursões vikings, especialmente em busca de escravos, escravos brancos, era para alimentar o comércio árabe de escravos, porque havia uma grande demanda por escravos brancos.

Eles iam para a Irlanda, Inglaterra, França e outros lugares e conquistavam. E todos esses escravos, a maioria deles era vendida pelos rios da Rússia para os califados, os abássidas, por exemplo. O califado abássida. Isso era bem conhecido.

E sabemos disso também porque uma grande parte dos tesouros de moedas vikings encontrados na Escandinávia são moedas árabes. Então, que mercadorias os vikings têm para dar? Escravos! E também temos registros disso.

Portanto, a questão toda é que o Islã teve um impacto profundo na formação da Europa. E há historiadores. Num dos meus livros, faço uma citação do livro “Europe and Islam”, de algo que o autor, Franco Cardini, basicamente diz:

“O Islã foi a parteira da Europa. Ele criou a Europa. E a razão pela qual a Europa se tornou marcial e teve a Cultura dos Cavaleiros e tudo mais e uma postura defensiva cristã muito firme foi por causa dos ataques do Islã.”

Eles estavam sitiando a Europa. Os europeus sabiam o que estava acontecendo. Eles entendiam que três quartos da cristandade tinham sido destruídos, conquistados e islamizados. Então é isso. Ainda nem chegamos às Cruzadas. E veja o que o Islã já fez.

Estou aqui para dizer a vocês, porque eu olhei para isso e as pessoas me escrevem sobre livros escolares, livros didáticos e livros de ciências sociais. O que acabei de descrever não recebe qualquer menção. Você só recebe uma frase sobre como o Islã se espalhou por meio do comércio no Oriente Médio e não dizem que o Oriente Médio era todo cristão antes disso.

Eles sempre preferem agir como se a Europa fosse cristã e todo o resto não fosse.

Não!

A Europa era a parte que sobrou da cristandade que nunca foi conquistada.

Raymond Ibrahim

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NOTA

O texto acima foi extraído das legendas deste vídeo publicado no Bitchute.

No artigo deste link está a explicação do que motiva os muçulmanos a serem implacáveis no combate e na prática de atentados terroristas, parecendo estarem procurando a própria morte nãos mãos dos inimigos.

Luigi Benesilvi

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