As irreconciliáveis diferenças no tratamento da mentira pelos Cristãos e pelos Muçulmanos – Luigi Benesilvi
(04/12/2025)
O problema já começa com as divergências em relação à forma como cada religião apresenta a crucificação, morte e ressureição de Jesus Cristo.
Os cristãos aprendem, em várias citações dos Evangelhos, que Jesus Cristo foi crucificado, morreu na cruz, ressuscitou no terceiro dia e subiu ao céu.

“E havendo crucificado Jesus, os soldados repartiram as suas vestes, lançando sortes por elas; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes.” (Matheus 35)
E três dias depois, encontraram o túmullo vazio.
“Então, Jesus apareceu aos apóstolos em Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que Ele se apartou deles e foi elevado ao céu.” (Lucas 24:50- 51)
Já os muçulmanos aprendem sobre a crucificação de Jesus de uma forma bem diferente, como está escrito no Corão e em outros livros sagrados.
“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Allah, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, senão que isso lhes foi simulado. E aqueles que discordam, quanto a isso, estão na dúvida, porque não possuem conhecimento algum, abstraindo-se tão-somente em conjecturas; porém, o fato é que não o mataram.” (Corão 4:157)
“Outrossim, Allah fê-lo ascender até Seu Trono, porque Allah é Poderosíssimo.” (Corão 4:158)
Segundo as fontes muçulmanas, a simulação feita por Allah, consistiu em colocar na cruz uma pessoa muita parecida com Jesus, de forma que todas as testemunhas oculares acreditaram estar assistindo a crucificação e morte de Jesus Cristo, quando, na verdade, segundo os muçulmanos, outra pessoa teria sido crucificada no lugar de Jesus.
De forma indireta, os muçulmanos admitem que, mesmo não tendo Jesus sido crucificado e morto na cruz, Allah elevou Jesus Cristo até o próprio trono dele, significando que Jesus teria mesmo subido ao céu.
As explicações para essa diferença nas versões da crucificação, morte e ressureição de Jesus, podem ser encontradas em alguns princípios que os muçulmanos seguem oficialmente, que lhes permitem alterar a visão da realidade, de acordo com a conveniência de cada momento.

“Porém, os homens conspiraram contra Jesus; e Allah, por Sua parte, os enganou, porque Allah é o melhor dos enganadores.” (Corão 3:54)
Na literatura muçulmana existem diversas palavras designando tipos de mentiras que podem usar em diversas ocasiões. Aqui estão algumas delas.
“Makr” – Palavra arábica que significa conspiração, plano oculto, intriga, fingimento e enganação, entre outras. Pode ser usada para descrever tanto um plano justo para combater o mal, como quando atribuído a Allah no Corão, sobre a crucificação de Jesus.
“Taqiyya” – Palavra arábica que significa dissimulação. Por exemplo, um muçulmano pode jurar sobre o Corão que ele não é muçulmans, se a vida dele estiver em perigo. Durante uma negociação de paz, o muçulmano pode mentir nas negociações, como fez Yasser Arafat, no Acordo de Oslo, imitando o que havia feito Maomé no “Tratado de Hudaybiyyah”, que fez com os Meccanos e logo o quebrou. Mais detalhes sobre isso podem ser lidos no artigo deste link.
“Tawriya” – Palavra arábica que significa esconder, ocultar; disfarçar, dissimular, hipocrisia; ambiguidade, duplo sentido. Por exemplo, um muçulmano recebe uma ligação da esposa de um colega, que está na sala ao lado, do qual ele não gosta. Então ele responde: desculpe, senhora, não estou vendo seu marido por aqui. Tecnicamente, ele não está mentindo, pois não está mesmo enxergando o colega, que está na sala ao lado.

Nos livros sagrados do cristianismo e no judaísmo não há qualquer menção à possibilidade de mentir, embora seja desculpável alguém mentir para salvar a própria vida ou vida de outra pessoa.
Tanto que Jesus Cristo disse:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (João 14:6)

Se no pensamento cristão Deus é a Verdade em si, então na teologia islâmica Allah pode usar a enganação para realizar seus propósitos. Essa tensão atinge seu auge na questão da crucificação.
Se o mundo inteiro entendeu mal a morte de Jesus, porque Allah fez com que outra pessoa aparecesse em seu lugar, então o erro não vem da humanidade. Ele vem de um ato deliberado de Allah. Isso levanta a questão apologética natural:
“Como pode a fonte suprema da verdade ser retratada como criadora de uma falsa percepção em torno de um dos eventos mais importantes da história religiosa humana?”
Luigi Benesilvi
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NOTA
O texto acima foi inspirado por este vídeo que legendei, que mais ou menos resumi neste texto e do qual extraí algumas frases, citações e comentários.
Luigi Benesilvi
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