Islã vs Israel: a falsa gangorra moral – Raymond Ibrahim
(13/12/2025)
A jihad islâmica vai muito além da perseguição aos Judeus.

Vamos falar sobre um desenvolvimento recente, que considero importante e fascinante.
Refiro-me à aparentemente universal percepção, de que parece que o Islã e Israel estão intimamente ligados um ao outro. Sinceramente, para onde quer que eu olhe, pessoas de todas as tendências políticas e ideológicas parecem ver os dois, Islã e Israel, como inseparáveis.
Mais especificamente, elas os veem através de uma estrutura rígida de “ou um ou o outro”. Ou seja, elas os veem como mutuamente exclusivos. Se um é bom, o outro deve ser ruim. Se um é ruim, o outro deve ser bom.
Lógica interessante, não é?
Trago isso à tona porque, à medida que Israel é alvo de crescente criticismo, assim também a velha construção se transforma em sua antítese. Considere que, durante décadas, a lógica era que, se o Islã é ruim, então Israel deve ser bom. Mas agora, à medida que as críticas a Israel continuam a aumentar, a lógica se inverteu. Agora, se Israel é ruim, então o Islã deve ser bom. Isso é, para ser franco, um raciocínio perverso.
Considere o que isso implica.
As ações de um pequeno Estado Judeu, é suposto, de algum modo, definir a religião de quase 2 bilhões de muçulmanos em todo o mundo?
Independente do que se pense de Israel, o Islã tem sido historicamente e, em muitos aspectos, continua sendo o adversário mais persistente do Ocidente. Documentei isso extensivamente em meus livros desde o “Sword and Scimitar“, que analisa as conquistas históricas muçulmanas da cristandade, até o “Crucified Again”, que analisa a atual perseguição muçulmana aos cristãos
Os fatos falam por si mesmos.
Desde suas origens no século 7, o Islã surgiu como uma fé militante, que se expandiu por meio de conquistas violentas, principalmente contra os cristãos das vizinhanças. Assim, o que hoje chamamos de coração do mundo muçulmano, ou seja, o Oriente Médio e o Norte da África, do Iraque, a leste, ao Marrocos, a oeste, foi uma vez, na verdade, o coração do mundo cristão. O Islã o conquistou todo e, durante séculos, depois disso, repetidamente atacou o último bastião da cristandade, também conhecido como Europa.

Quase mil anos após conquistar a Espanha cristã, no ano de 711, os muçulmanos cercaram Viena, em 1683.
De fato, a primeira guerra dos Estados Unidos, como nação, a primeira Guerra da Barbária da costa norteafricana, em 1801, foi contra piratas muçulmanos, que atacavam navios americanos e escravizavam seus marinheiros.
Quando Thomas Jefferson perguntou ao representante da Barbária, um tal Abdul Rahman, por que seus compatriotas estavam aterrorizando os americanos, o representante respondeu-nos. Jefferson escreveu ao Congresso, que
“Segundo as leis do profeta deles, está escrito no Corão, que era direito e dever deles, fazer guerra contra os não muçulmanos, onde quer que os encontrassem e escravizar todos os que pudessem pegar.”
Agora, eis a questão. Israel nem sequer existia durante aqueles tempos, durante esses mais de mil anos de jihad contra a cristandade.
Portanto, os 77 anos de existência de Israel e suas políticas, não nos dizem absolutamente nada sobre a relação passada ou presente do Islã com o Ocidente.
Em suma, criticismo a Israel não equivale a exoneração do Islã. Essa é uma dicotomia falsa e perigosa.
Para provar isso de uma vez por todas, considere a figura de Hilaire Belloq, um proeminente intelectual europeu que viveu entre 1870 e 1953. Costumo citá-lo por suas visões notavelmente perspicazes sobre o Islã.
Por exemplo, em 1938, uma década antes do surgimento de Israel e quando o mundo islâmico estava em seu momento mais fraco em relação ao Ocidente, ele escreveu:
“Milhões de pessoas modernas da civilização branca, ou seja, a civilização da Europa e da América, esqueceram tudo sobre o Islã. Elas nunca entraram em contato com ele. Elas acham que ele está em decadência e que, de qualquer forma, é só uma religião estrangeira, que não tem nada a ver com elas. Ele é, de fato, o mais formidável e persistente inimigo que nossa civilização já teve e pode, a qualquer momento, se tornar uma ameaça tão grande no futuro, quanto foi no passado.”
Isso é do livro dele, “The Great Heresies“.
Agora, pela lógica de hoje e pelos padrões, sem falar na gangorra silogística, que mencionei entre o Islã e Israel, a forte crítica de Belloq ao Islã, seria imediatamente interpretada como apoio a Israel. No entanto, Belloq aparentemente também não era muito simpático aos judeus.
Em 1922, ele publicou um livro intitulado “The Jews”, que, segundo muitos, o classifica como antissemita.
O que quero dizer com tudo isso é que Belloq, é a prova que só porque uma pessoa apresenta o Islã como o inimigo mais formidável e persistente do Ocidente, para usar suas próprias palavras, não significa que ela esteja fazendo isso simplesmente para defender Israel, como se acusa hoje em dia, pois as duas coisas não estão relacionadas.

Para reiterar, as críticas a Israel não devem se transformar numa suposição de que o Islã, praticado por 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, é inerentemente virtuoso. Essas são assuntos distintos.
O conflito israelense-palestino é localizado e nos diz muito pouco sobre o Islã em geral.
Por exemplo, milhões de migrantes muçulmanos, estão causando estragos em toda a Europa e organizações jihadistas islâmicas, com o Estado Islâmico, sendo apenas a ponta do iceberg, estão aterrorizando “infiéis” em toda a África, Ásia e Oriente Médio, incluindo o próprio Israel.
Então, a existência do Estado judeu e suas políticas, são realmente necessárias para explicar o comportamento islâmico e os fenômenos, que existem desde o início do Islã, há 14 séculos?
Eu acho que não.
Raymond Ibrahim
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NOTA
O texto acima foi extraído das imagens deste vídeo, publicado no Bitchute e também no Youtube (neste link).
Luigi Benesilvi
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