Probabilidade de Sobrevivência – A Importância das Premissas
(02/03/2019)
Durante a segunda grande guerra mundial, na tentativa de reduzir o número de aviões abatidos pelos inimigos, os aliados estudaram as partes dos aviões que retornavam que haviam sofrido mais danos. Desta forma, eles pensavam poder reforçar as partes mais atingidas e reduzir as perdas de aviões. A distribuição dos danos era parecida com essa imagem.
A conclusão foi óbvia: reforçar as pontas das asas, os lemes e a parte central dos aviões, locais onde eles viram mais impactos.
Porém Abraham Wald, um estatístico que trabalhava para o Ministério da Defesa, propôs algo diferente: reforçar o cockpit, os motores e a parte de trás do corpo dos aviões.
Por que reforçar as áreas onde quase não apareciam impactos?
O que eles não tinham considerado era que havia um viés importante em fazer o estudo da forma como fizeram. Eles estavam considerando apenas os aviões que foram capazes de voltar.
Abraham Wald assumiu que a distribuição dos impactos seria mais ou menos homogênea e só apareciam os impactos em áreas que não vitais dos aviões. Porque esses aviões, apesar dos danos pesados, conseguiam regressar à base.
Os aviões que sofriam grandes danos no cockpit, motores e cauda, não conseguiam voltar porque eram abatidos. Não sendo capazes de retornar à base, eles não haviam sido considerados no estudo.
Algo semelhante aconteceu durante a primeira guerra mundial, quando os capacetes foram introduzidos no exército britânico. Até então, os soldados usavam bonés. A mesma coisa aconteceu em outros exércitos, como no império alemão e no exército francês.
Observou-se haver mais soldados hospitalizados com lesões na cabeça depois da introdução do capacete. Quando um soldado vestindo um boné recebia um impacto de estilhaços na cabeça, ele provavelmente morria. Ao receber o mesmo impacto usando capacete, ele teve uma chance melhor de sobreviver.
Isso quer dizer, os soldados não receberam mais ferimentos. O que aconteceu é que eles ficaram mais propensos a sobreviverem a ferimentos que de outra forma seriam mortais. Este fenômeno é conhecido como “viés de sobrevivência“.
Ele também nos permite explicar (em parte) porque, mesmo recentemente não havia tantas pessoas com hipertensão, diabetes, câncer e outras doenças.
Não é que essas doenças não existissem antes, o que acontece é que a expectativa de vida não era suficientemente alta e muita gente morria mais cedo, não havendo tempo suficiente para que essas doenças apareçam.
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NOTA:
Partes do texto acima apareceram em vários artigos de jornais e blogs. Eu apenas as juntei em coloquei num formato mais fácil de ler e entender.
Luigi Benesilvi
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