A Importância de Diversificar as Fontes de Informação
(10/05/2018)

“Estou indo para Brasília participar da posse do Dr. Célio Ferreira na Presidência da República. Ele está respaldado por um grande grupo de militares intervencionistas, que estão depondo Michel Temer. A solenidade será 4ª feira, dia 08 de maio”.

Posse Dr. Célio 2Imagine o susto que levei ao ouvir esta notícia de uma conterrânea conhecida, no sábado, dia 5 de maio de 2018. Respondi que nada disso ia acontecer e que não sabia de onde ela tinha tirado essa ideia, pois não havia lido qualquer notícia a respeito em jornais e redes sociais.

Ela afirmou que participava de um grupo de intervencionistas, aparentemente liderados por uma tal de “Dr. Célio Ferreira”, que seria empossado como interventor do Brasil.

Rosália disse que passaria informações ao grupo dela no Facebook, à medida em que a solenidade evoluísse e que eu também podia ver como seria a posse. Publicou fotos dela na Praça dos Três poderes, juntamente com uma amiga dela.

Nas fotos abaixo dá para ver a progressão da “solenidade”, começando com “estou indo para o palácio”, “fui a primeira a chegar” e depois de algumas horas, “a posse foi suspensa por ordens superiores”.

Depois de dezenas de exortações e explicações, ela finalizou com o seguinte texto no Facebook:

“Deixo claro aos meus amigos que a subida da rampa não pode se efetivar ontem. Volto com admiração e respeito redobrados pelo querido e valoroso Presidente dr. Celio Ferreira”.

Fiquei pensando nas razões que levariam uma pessoa aparentemente normal a acreditar numa fantasia dessas e logo desvendei o mistério: a obtenção de informações filtradas por uma única fonte.

Posse Dr. Célio

Rosália ficou tão envolvida e direcionada com seu grupo no Facebook, que praticamente parou de obter informações de outras fontes.

Esse fenômeno ocorre sempre que algum líder carismático religioso, político ou ideológico, adquire um certo número de seguidores e passa a controlar a forma como as informações chegam ao grupo.

Uma das primeiras coisas que fazem é desacreditar todas as outras fontes de informação, afirmando estarem comprometidas com os “inimigos” do grupo. Peritos em fazer isso são os líderes religiosos fundamentalistas, tanto Judeus, Cristãos, Muçulmanos e de outros cultos orientais ou ocidentais.

Todos já viram seguidores de algum desses cultos rejeitando informações verdadeiras por contradizerem o que está escrito em seus livros sagrados ou o que dizem seus líderes.

O exemplo mais presente nos dias atuais são os muçulmanos, cujos devotos mais fanáticos não hesitam em morrer para cumprir o que está escrito no Corão e em outros livros sagrados, nos quais existem exaltações ao sacrifício terrestre em troca da bem-aventurança eterna.

Mas é na arena política que mais se vislumbram oportunidades de aplicação de filtragem de informações, pois ali exige-se apenas que os cidadãos dediquem seus votos aos políticos que lhes prometem aquilo que eles desejam e o eventual apoio em algumas manifestações públicas.

Todos os partidos políticos têm alguma forma de comunicação filtrada dirigida a seus apoiadores, seja na forma de algum site online ou de um jornalzinho impresso. Os maiores partidos contam com o apoio da grande mídia e dezenas de jornalistas filtrando informações em seus blogs pessoais, cooptados por meio de polpudas verbas publicitárias.

Enquanto detinha o poder, o Partido dos Trabalhadores mantinha em sua folha de pagamento, com dinheiro público ou proveniente de propina, centenas de jornalistas e algumas redes jornalísticas para divulgação de matérias de seu interesse.

Foi assim que Dilma Roussef manteve ocultos durante mais de dois anos os rombos orçamentários de seu primeiro mandato, até conseguir reeleger-se e assumir o segundo mandato em janeiro de 2015.

Redes Televisão

Quem só tinha a televisão e jornais da grande mídia como fonte de informações, continuou acreditando por mais tempo que as contas estavam sob controle e que, se algo andou mal, a culpa seria dos opositores, os Estados Unidos ou alguma outra força oculta escolhida pelo governo. É o que está acontecendo atualmente na Venezuela e Cuba.

Mesmo com todo o apoio da grande mídia, a verdade acabou vindo à tona graças aos recursos das redes sociais, menos suscetíveis de filtragens e direcionamento, o que acabou levando à cassação do mandato de Dilma.

Por essas e por outras é que precisamos diversificar nossas fontes de informações, dando mais atenção a notícias de primeira mão dos dirigentes políticos e autoridades, confrontando-as com as opiniões de agentes noticiosos confiáveis.

Analisando os meios de comunicação atualmente disponíveis, a televisão é a menos confiável, porque pode manipular sutilmente o que veicula e não há tempo de revisão imediata pelos espectadores. Jornais impressos ou eletrônicos podem ser lidos e relidos, permitindo raciocinar sobre os eventos relatados nas matérias.

                                                                Luigi Bene Silvi

 
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