Islã Invadiu a Europa em 15 de Junho de 1389 – Raymond Ibrahim
(15/06/2018)

A razão pela qual os europeus orientais são muito mais relutantes em aceitar imigrantes muçulmanos do que seus conterrâneos ocidentais, pode ser traçada na história para as circunstâncias de uma batalha crucial que aconteceu em 15 de junho de 1389.

Batalha de KosovoTrata-se da Batalha de Kosovo, travada por invasores muçulmanos contra defensores europeus ocidentais, ancestrais desses muitos europeus que hoje são ferozmente hostis ao Islã.

Pelo fato da jihad ser tão antiga quanto o Islã, ela foi realizada por diversos povos. Pelos Árabes no Oriente Médio, Mouros (Berberes Africanos), na Espanha e Oeste Europeu, etc.

A entrada triunfal do Islã na Europa Oriental foi iniciada pelos turcos, especificamente uma tribo localizada na parte mais ocidental da Anatólia (ou Ásia Menor) e por isso, mais próxima da Europa, os Turcos Otomanos, assim chamados em homenagem a seu fundador, Osman Bey.

Enquanto estava morrendo, em 1323, as últimas palavras de Osman Bey para seu filho e sucessor, Orhan Bey, foram: “propague o Islã pelas armas”.

Isso o filho dele certamente fez; o viajante Ibn Batutua, que se encontrou com Orhan em Bursa, observou que, embora os jihadistas tivessem capturado centenas de fortalezas bizantinas, “ele pessoalmente nunca permaneceu por mais de um mês em qualquer uma das cidades conquistadas”, porque ele “combatia os infiéis continuamente e os mantinha sempre sitiados”.

As cidades cristãs caiam como dominós: Smyrna caiu em 1329, Nicaea, em 1331 e Nicomedia, em 1337. Em 1340, todo o noroeste da Anatólia estava sob controle turco. Nessas alturas, citando um europeu daquela época:

“Os inimigos da cruz e assassinos do povo Cristão, que são os turcos, estão separados de Constantinopla por um estreito canal de apenas quatro ou cinco quilômetros”.

Lá por 1354, os turcos otomanos, sob comando de Suleiman, filho de Orhan, manobrou para cruzar o canal de Dardanelos para a abandonada fortaleza de Galípolli, estabelecendo assim o primeiro bastião muçulmano dentro da Europa.

“Onde havia igrejas, ele destruiu ou as converteu em mesquitas”, escreveu um cronista otomano. “Onde havia sinos, Suleiman os derreteu e os transformou em canhões. Então, em lugar de sinos, havia agora anunciadores de preces em minaretes”.

DardanellesLimpa de todos os “sujos” cristãos, Galipolli tornou-se, como um líder otomano apregoou, “a garganta muçulmana que engole cada nação cristã – que sufoca e destrói os cristãos”.

Dessa decrépita, mas estrategicamente bem localizada cidade-fortaleza, os otomanos lançaram campanhas de terror para o interior do país, sempre convencidos de estarem fazendo o trabalho de Allah.

Eles viviam com os arcos, a espada e a esbórnia, encontrando prazer em capturar escravos, devotando-se ao assassinato, pilhagem e expropriações”,

Como escreveu Gregory Palamas, um ortodoxo metropolitano, tomado como cativo em Galipolli, adicionando:

“E não somente eles cometiam todos esses crimes, mas até – que aberração – eles acreditavam que Deus os aprovava!”

Depois da morte de Orhan em 1360 e sob o governo do filho dele, Murad I – o primeiro de sua linha a adotar o título de “Sultão” – a jihad rumo ao oeste pelos Balcãs, começou a ficar mais intensa e implacável.

Até 1371 ele já havia anexado a seu sultanato, porções da Bulgária e Macedônia e agora cercava Constantinopla, de tal forma, que “um cidadão de Constantinopla saia do império bizantino simplesmente por caminhar fora dos portões da cidade”.

Não foi surpresa, então, que quando o Príncipe Lazar da Sérvia (nascido em 1330) derrotou as forças invasoras de Murad em 1.387,

“houve grande júbilo entre os eslavos dos Balcãs. Sérvios, Bósnios, Albaneses, Búlgaros, Wallachianos e Húngaros das províncias fronteiriças, juntaram-se a Lazar como nunca antes, com determinação de expulsar os turcos para fora da Europa”.

Murad respondeu a essa mobilização, em 15 de junho de 1.389, em Kosovo.

Em Kosovo, uma coalização majoritariamente de Sérvios, aumentada por húngaros, poloneses e romenos – treze mil homens, sob a liderança de Lazar – enfrentaram trinta mil otomanos, estes sob a liderança do próprio sultão Murad.

Batalha de Kozovo 3A despeito do avassalador ataque das flechas dos turcos, a cavalaria pesada sérvia atravessou as linhas de frente otomanas e quebrou a ala esquerda dos atacantes; a ala direita otomana, sob o comando do filho mais velho do sultão, Bayezid, atacou pelos flancos e engolfou as forças cristãs. O caótico embate continuou durante várias horas.

Na noite anterior à batalha, Murad havia suplicado a Allahpelo favor de morrer pela verdadeira fé, uma morte de mártir”. Pouco tempo perto do fim da batalha, suas preces foram atendidas.

De acordo com a tradição, Miloš Obilić, um cavaleiro sérvio, ofereceu render-se aos muçulmanos, na condição de submeter-se diretamente ao sultão, em razão de sua alta hierarquia, que só lhe permitia submeter-se ao inimigo mais graduado.

Então, eles o trouxeram à frente de Murad e ele, depois de ajoelhar-se numa falsa submissão, saltou e enfiou sua adaga na barriga do senhor da guerra muçulmano (outras fontes dizem ter sido “com duas estocadas pelas costas”)

A desavisada guarda do sultão respondeu com tantas machadadas, que transformaram em pequenos pedaços o corpo do cavaleiro sérvio.

Abatido e espirrando sangue, Murad ainda viveu tempo suficiente para ver seu arqui-inimigo, agora o capturado prisioneiro Lazar, ser trazido diante dele e vê-lo sendo torturado e decapitado. Este pequeno consolo deve ter trazido um sorriso na face do moribundo mártir.

Beyezid, o filho de Murad, imediatamente assumiu o comando:

“O primeiro ato dele como sultão, sobre o corpo inerte de seu pai, foi ordenar a morte do próprio irmão, por estrangulamento com uma corda de arco. O irmão chamava-se Yaqub, seu companheiro no comando da batalha, que tinha recebido muita distinção no campo e tinha popularidade demais entre os soldados”.

Depois Bayezid levou a batalha ao ponto decisivo; ele lançou tudo o que tinha para cima dos inimigos, liderando a carnificina até o último dos cristãos ser morto – mas também levou à morte muitos de seus próprios soldados nesse processo.

Tantos bandos de abutres se refestelaram no vasto campo de carniças, que a posteridade lembrava de Kosovo como o “Campo dos Abutres”. Embora tenha sido praticamente um empate – ou na melhor hipótese uma “Vitória de Pirro” para os otomanos – os sérvios, com muito menos soldados e recursos, em comparação com o ascendente império muçulmano, sentiram mais essa estocada.

Nos anos que seguiram a batalha de Kosovo, a máquina de guerra otomana tornou-se inexpugnável: as nações balcânicas foram conquistadas pelos muçulmanos – depois de aguentarem um milênio de jihads, a própria Constantinopla caiu permanentemente ao Islã em 1.453 – e ficou sob o domínio otomano durante muitos séculos (como documento em meu livro, Sword and Scimitar: Fourteen Centuries of War between Islam and the West).

Raymond IbrahimA milenar memória coletiva dos europeus orientais, não tão distantes das experiências sob o Islã, nunca deve ser subestimada, quando for considerada a razão deles serem significativamente muito mais preocupados – senão hostis – ao Islã e seus imigrantes, do que seus conterrâneos ocidentais.

  RAYMOND IBRAHIM

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Nota do Editor:
Os relatos acima são excertos parcialmente retirados do novo livro do autorSword and Scimitar: Fourteen Centuries of War between Islam and the West (com o prefácio de Victor Davis Hanson). 

Nota do Tradutor:
O texto original em inglês do artigo acima pode ser lido no link:
https://pjmedia.com/homeland-security/june-15-1389-islam-enters-and-conquers-eastern-europe/

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