Eleição de Bolsonaro Foi Um Vacilo do ‘Sistema’ – Luigi Benesilvi
(15/04/2020)
A eleição de Jair Bolsonaro só aconteceu porque o “Sistema” subestimou a persistência e lealdade dos eleitores conservadores brasileiros e pensou poder controlar Bolsonaro, caso ele se elegesse.
A primeira tentativa de desativar a candidatura do capitão foi o veto dado pelo dono do PSC à candidatura a presidente e ele decidiu filiar-se ao PEN, que até aceitou mudar a denominação para PATRIÓTAS, além de aceitar outras exigências de Bolsonaro.
A ideia era esperar o término do prazo de troca de partido e impedir a candidatura de Bolsonaro, coisa que o dono do partido tem o poder de fazer.
Bolsonaro percebeu a armadilha, suspendeu a filiação na última hora e em seguida filiou-se ao PSL, que aceitou tê-lo como candidato à presidência. Uma enxurrada de candidatos também se filiou ao PSL, para aproveitar a popularidade de Bolsonaro.
A segunda tentativa de eliminar sua candidatura foi com a facada de Adélio Bispo no dia 06/09/2018, que por pouco não matou o capitão. Bolsonaro ficou impedido de participar da campanha a partir daquela data.
A comoção que tomou conta dos seguidores foi tão grande, que enquanto Bolsonaro lutava contra a morte na UTI do hospital Albert Einstein, eles fizeram a campanha por ele, com a emocional chamada de “Descansa Capitão, que nós fazemos a campanha por você”.
As pesquisas de opinião e os “especialistas” davam como certo que Bolsonaro não passaria para o segundo turno e se passasse “perderia para todos” no segundo turno.
Pois, o capitão passou para o segundo turno em primeiro lugar, junto com o candidato do PT, Fernando Haddad.
O “Sistema” ainda contava poder eliminar Bolsonaro na totalização dos votos, alocando votos brancos e nulos para Haddad. Mas isso só funcionaria se a diferença de votos estivesse dentro da margem de até 2 ou 3%. Isso nunca foi admitido e nem foi provado, mas era especulação corrente entre os apoiadores de Bolsonaro.
Ainda hospitalizado, Bolsonaro fez um vídeo com uma declaração dramática sobre a possível existência de fraude no processo eleitoral brasileiro. Fiquei tão impressionado que transcrevi a declaração, que pode ser lida neste link.
A possível fraude ficou inviabilizada pela significativa diferença de Bolsonaro (55%) para Haddad (45%).
A composição do governo foi realizada, tendo como base os parlamentares do PSL e do DEM, criando assim boa maioria no Congresso Nacional.
Vários políticos e candidatos eleitos na esteira da popularidade de Bolsonaro, começaram a exigir cargos no novo governo. Ao não serem atendidos passaram a criticá-lo, dizendo que ele os havia traído. Ao não conseguir o que desejava, o “Sistema” passou a isolar politicamente o Presidente.
A partir daí Bolsonaro só podia contar mesmo com o amplo apoio de seus seguidores nas redes sociais e dos militares nos quartéis; mais nos eleitores do que nos militares.
Os líderes do Congresso passaram a legislar sistematicamente contra o Poder Executivo e os ministros do STF a decidir quase sempre em desfavor a Bolsonaro.
Como o “Sistema” adquiriu tanto poder de tal forma a confrontar um Presidente eleito por ampla maioria dos eleitores?
Dizem que desde a proclamação da República ou até antes, um grupo de menos de 1000 famílias domina todas as principais atividades econômicas, políticas e de comunicação do Brasil.
Esse grupo teria criado mecanismos no Congresso, permitindo que os donos dos partidos determinem quais candidatos podem se eleger e detém o poder de punir quaisquer parlamentares que se desviem de suas determinações.
Em 2020, o PSL chegou a suspender uma dezena de deputados não alinhados ao dono do partido para retomar o domínio que havia perdido nas eleições de 2018.
O posicionamento ideológico dos partidos políticos brasileiros é composto por partidos ideológicos de esquerda e partidos fisiológicos ou de aluguel, também com perfil esquerdista. Não existe um partido de direita sequer.
No grupo dos partidos da esquerda ideológica temos o PSOL, PCB, PCdoB, REDE, PDT, PODEMOS e PV. O PT e o PSDB formam um grupo misto de ideologia e fisiologia. Os partidos totalmente fisiológicos são: MDB, DEM, PSL, PTB, PRTB, PP, PL e PSC. Existem outros partidos de menor significância.
O partido NOVO quer fazer crer ser de uma direita independente, mas na verdade é apenas mais um partido de esquerda do tipo “isentão”.
A corrupção e falta de transparência era tanta no PSL, que Bolsonaro acabou tendo que sair da legenda e ficar sem partido.
Não tendo encontrado outro partido conservador, no final de 2019 Bolsonaro decidiu criar um partido legitimamente de direta, o ALIANÇA, cuja viabilização é sistematicamente dificultada pelo “Sistema”. O antigo PRONA, do saudoso Dr. Enéas também ensaia reativar-se.
Um amigo meu escreveu um artigo declarando que a direita brasileira carece de lideranças políticas conservadoras. Como poderiam surgir lideranças conservadoras num ambiente completamente dominado pela esquerda?
Além da política, a esquerda domina amplamente os ambientes acadêmicos, sindicais e órgãos públicos, que foram completamente aparelhados e vai demorar algumas décadas para serem desaparelhados. Isso se a esquerda não retomar o poder antes.
Para evitar mais traições, Bolsonaro passou a rodear-se de militares em muitos postos estratégicos do governo, principalmente nos órgãos localizados dentro do Palácio do Planalto.
Uma jornalista perguntou a Bolsonaro porque ele nomeava tantos militares no governo e ele respondeu: “A Dilma nomeou muitos terroristas e ninguém falou nada contra”.
O “Sistema” ataca continuamente Bolsonaro, como fez a partir do início de março de 2020, no surgimento da crise do Coronavírus. Uns 10 governadores, tendo como porta-voz o governador de São Paulo, João Dória, com a desculpa de preservar a saúde das pessoas, desafiaram Bolsonaro, proibindo a circulação das pessoas, o que paralisou as economias de seus estados.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, logo apoiou os governadores e passou uma lei obrigando o governo federal a suprir os estados das perdas de impostos ocasionados pela paralisação da economia.
O que vai acontecer só o tempo dirá, mas o caminho de Bolsonaro está sendo muito dificultado pelo “Sistema”, um inimigo formidável.
Luigi Benesilvi
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