Pronunciamento de Bolsonaro no Hospital
(16/09/2018)
Transcrição da transmissão “live”, disponível neste link do Youtube, que Jair Bolsonaro fez direto do leito do hospital Albert Einstein, onde se encontra internado desde que sofreu o atentado no dia 6 de setembro de 2018, na cidade de Juiz de Fora.
Boa tarde a todos e muito obrigado pelo apoio, consideração, carinho, orações e confiança. Um abraço todo especial pela minha querida [cidade] de Juiz de Fora, onde fui muito bem atendido na Santa Casa local. Sabemos o trabalho maravilhoso que essas Santas Casas fazem pelo Brasil. Vocês salvaram minha vida. Estou agora em São Paulo.
Levei uma facada, mas na hora eu achava que tinha sido um soco na boca do estômago, mas o tempo foi passando e vimos que era algo mais grave. Agradeço à equipe da Polícia Federal, que por Lei nos acompanha, pela presteza com que me conduziram ao hospital.
No hospital foi realizada uma cirurgia de emergência, que durou aproximadamente três horas, quando se viu que eu havia perdido dois litros de sangue.
Mas a questão atual que está em jogo não é só o meu futuro. Vivemos um momento no qual está em jogo o futuro de duzentos e poucos milhões de brasileiros e um pouquinho lá fora também.
Dou graças a Deus por ter chegado onde cheguei. Como disse e vinha dizendo em palestras ao longo de três anos, durante os quais adotei aquela máxima, que se tornou nossa bandeira. Peguei um versículo da Bíblia, João 8:32,
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
O que está em jogo neste momento é o futuro de todos vocês que estão aí e até mesmo de você, que apoia o PT. Você também é um ser humano. Vejo muitos petistas mudando de lado. Vamos lá. O que está acontecendo no Brasil é o jogo do poder. É o domínio de uma nação. Serei breve.
O PT surgiu em 1980, num período que diziam ser uma ditadura militar. Como numa ditadura pode ter surgido qualquer outro um partido político? Em ditaduras costuma haver um único partido. Mas o que interessa agora é fazer uma reflexão. Aprendi cedo, lá em Nioaque, Mato Grosso do Sul, com o subcomandante, Major Romério, quando tive um problema com um subordinado meu, que estava “possesso da vida”. O Major Romério ainda está vivo até hoje. Eu era segundo tenente.
Ele falou: “Tenente, antes de tomar uma decisão sobre este subordinado, coloque-se no lugar dele”. Eu saí da sala e depois voltei mais tarde e minha decisão foi o contrário. O que peço a vocês:
“Se coloque no lugar do presidiário, que está lá em Curitiba, com toda a sua popularidade, com toda a sua possível riqueza, colocou seu tráfico de influência junto a ditaduras de todo o mundo, que se apoiam mutuamente, especialmente a de Cuba. Você aceitaria passivamente, bovinamente ir para a cadeia? Você não tentaria uma fuga?”
Bem, se você não tentou fugir, com tudo a teu lado, é óbvio que você tem um plano B. Qual é o plano B desse presidiário? Desse homem pobre, lá atrás, que roubou todas as nossas esperanças?
Eu não consigo pensar em outra coisa, que não seja o plano B se materializar numa fraude, não favorável ao Lula.
Temos eleições agora e quando vi a reeleição da Dilma Roussef em 2014, pensei comigo mesmo, “não podemos esperar 2018, porque Lula vai ser candidato e eles não vão mais sair daí”.
Olha como está o Brasil. Para onde estamos indo, em todos os aspectos, sem exceção. Eu sempre costumava dizer e ainda falo que “tão ou mais grave do que a corrupção é a questão ideológica”.
Sozinho em casa, resolvi ser candidato em 2018, mas precisava de um partido político e não vou ter quase nenhum apoio da imprensa. O partido política seria um partido pequeno, porque os partidos médios e grandes fazem seus negócios. Não vou ter tempo de televisão. Se eu crescer um pouquinho nas pesquisas vão tentar me destruir, mas segui essa ideia. Vou encarar!
Em 2015 aproveitei um projeto em andamento na Câmara e conseguimos aprovar o voto impresso, a única garantia que teríamos que em 2018 “quem votou no João vai na conta do João; quem votou na Ana ou na Maria vai contar pra Ana ou pra Maria” e a Dilma Roussef vetou nosso projeto. Ele vetou o projeto, mas nos derrubamos o veto!
Não podemos esquecer que em 2014, em Quito, capital do Equador – não vi isso na imprensa brasileira, mas pode ser que tenha sido publicado e um ou outro jornal por aí – Dilma Roussef, em Quito, entre outras coisas, decidiu criar uma unidade técnica eleitoral sul-americana e com isso o PT descobriu o “caminho para o poder” com o voto eletrônico.
Vamos em frente. Lamentavelmente, o Supremo Tribunal Federal, acolheu uma ação da senhora Rachel Dodge contra o voto impresso. É lamentável porque a frase de maior força na argumentação de Rachel Dodge foi de que “a impressão do voto comprometia a segurança das eleições. Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus!
Não temos como qualquer garantia nas eleições. Mas agora o que é muito importante é que o PT não esconde mais o que faz. Por favor, leiam dois documentos apenas: o primeiro é o “Caderno de Teses” do PT de 2015, apresentado no congresso realizado na Bahia. O outro documento é a “Análise da Conjuntura”, de 2016, que está na página do PT na internet.
Quero agora me dirigir aos bons jornalistas brasileiros. Ninguém maior consideração que eu tenho por vocês. Se vocês lerem com atenção esses documentos, encontrarão, entre outras barbaridades, claramente escrito que o PT vai buscar o controle social da mídia e vocês vão perder a liberdade, que nem todos têm hoje em dia. Mas quem ainda tem alguma liberdade, vai perde-la completamente.
Eles têm inventado narrativas a meu respeito e logo, lá trás, quando descobriam que a Polícia Federal ia fazer alguma operação [contra corruptos], alardeavam: “Agora pegam o Bolsonaro! Agora pegam ele!”, mas não pegaram.
Agora é a mesma coisa: “aparece uma nova pesquisa do Datafolha – pelo amor de Deus, assisti o dono do Datafolha discutindo sua pesquisa na Globonews”. A narrativa agora é a de que eu perco a eleição no segundo turno para qualquer outro candidato.
A grande preocupação realmente atual não é eu perder no voto, é perder na fraude! Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno – talvez até no primeiro – é concreta. Jornalistas, pensem sobre isso. Agora eu quero ajudar a eleger meus amigos a deputados federais.
Vocês lembram quando eu falava, lá atrás, que ninguém queria aprovar projetos meus e a imprensa me “malhava”, descendo o cacete em mim: “nunca aprovou projeto nenhum, não produz nada”
Vamos em frente. Para eu conseguir aprovar o voto impresso, eu batia nas costas de cada deputado e perguntava: “você acredita no voto eletrônico”? Muitos diziam que se não acreditassem não estariam no Congresso. “E para Presidente”? Respondiam que não sabiam.
O maior argumento que usei, se não me engano, foi com o deputado Espiridião Amin, que me ajudou muito nesse projeto, lá em Santa Catarina. “Um grande abraço Espiridião, estou com saudades de você!”
Nós tivemos, se não me engano, cerca de 443 votos na derrubada do veto. Isso foi quase unanimidade!
O argumento que eu usava era falar: “Deputado, pode ser, pode ser, em tese, que em 2018 não tenhamos apenas o voto fraudado para Presidente, pode ser também para deputado federal, porque, da mesma forma, na maioria das sessões do Brasil… Quem aparelhou o TSE?”
Com todo o respeito que tenho aos senhores ministros, que não têm conhecimento profundo de informática. Não é porque a pessoa é ministro, que ela sabe tudo profundamente.
Eu falava aos deputados sobre o TSE, que eles podem inserir nos programas uma fraude de uma média de 40 votos para o PT, para o PT na maioria das sessões do Brasil e iriam fazer uma bancada enorme de parlamentares, além de possivelmente ter o presidente eleito e acabou!
A grande maioria tem um grande respeito e consideração, independentemente de partido – Delegado Eder Mauro, meu grande amigo lá do Pará, Delegado Valdir, mas não vou falar muito porque vou acabar esquecendo nomes importantes, Onix Lorenzoni…
Se essa fraude fizer o Presidente, nessa possível, nessa minha tese, vai acabar com a democracia no Brasil.
O Haddad é eleito Presidente – parece que ele mesmo falou isso, mas se não falou, vocês sabem – ele assina no mesmo minuto da posse, o indulto de Lula e no minuto seguinte o nomeia Chefe da Casa Civil.
Você aí da imprensa, sabem quem vai ser o Ministro das Comunicações? Franklin Martins!
Meus amigos das forças armadas, que será o Ministro da Defesa? O nosso Ministro da Defesa?
Sei que tenho a consideração e o apoio de grande parte de vocês – não como instituição, Marinha, Exército e Aeronáutica – mas com amigos e cidadãos que vocês são, que mais do que o direito, têm o dever de votar.
Encerro por aqui, essa conversa sobre minhas preocupações com as eleições, esperando que daqui a uma semana, se Deus quiser, eu possa estar em casa e falar com vocês todas as noites, durante o horário eleitoral e pedir a vocês para juntos salvarmos o Brasil.
Nós não podemos mais continuar “flertando” com a Venezuela. Olhem o que está acontecendo com aquele povo, vítima de um regime apoiado pelo PT, PCdoB, PSOL. Não podemos chegar ao nível que eles chegaram.
Meus amigos, desculpem-me pela emoção, agradeço a todos vocês por tudo o que fizeram por mim, mas lhes digo uma coisa muito importante: “o que me mentem vivo aqui, obviamente, é Deus e família maravilhosa que eu tenho, minha esposa Michelle, minha filha Laura, minha enteada Letícia, meus filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Renan. A família é a base da sociedade.
Continuo pedido a Deus, força e sabedoria, para que, se essa for a vontade de Deus, nós possamos juntos, levar o Brasil para um porto seguro e colocar essa pátria maravilhosa num lugar de destaque no cenário mundial. Muito obrigado.
BRASIL ACIMA DE TUDO E DEUS ACIMA DE TODOS.
Jair Bolsonaro
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