Pragmatismo é Proibido na Diplomacia Brasileira
(23/12/2017)
O recente episódio da votação da Resolução da ONU condenando os Estados Unidos pelo reconhecimento de Jerusalém como a Capital de Israel, mostra claramente que o pragmatismo não é praticado pela diplomacia brasileira.
Naquela votação, pleiteada pelos 54 países de maioria muçulmana, 128 países votaram contra os EUA e 9 votaram a favor. Entre os 36 países que adotaram uma posição mais pragmática e se abstiveram de votar, figuram Argentina, Austrália, Canadá e Colômbia, todos competidores diretos do Brasil no comércio com os Estados Unidos e com os países árabes. Naturalmente, o Brasil votou contra os EUA.
Examinando os posicionamentos da diplomacia brasileira nas últimas décadas, com raras exceções, nas decisões em confrontos políticos, bélicos e comerciais entre nações, o Brasil tem se posicionado favoravelmente ao lado mais instável.
Se a decisão é entre um país capitalista e outro comunista, a diplomacia brasileira se posiciona ao lado do comunista; entre um país cristão e um muçulmano, preferirá o muçulmano; entre uma democracia e uma ditadura, favorecerá a ditadura; entre rico e um miserável, este último terá o respaldo do Brasil; e assim por diante.
Mesmo quando o posicionamento é entre países de mesma ideologia, como, por exemplo entre um país muçulmano xiita e outro sunita, o Brasil se posiciona do lado mais instável e mais pobre, representado pelo Irã e Iraque. Os sunitas são liderados pela Arábia Saudita e são altamente majoritários em países populosos e comercialmente fortes, como a Indonésia e a Malásia.
Prova disso é que um dos principais assessores do presidente Michel Temer é um muçulmano xiita, um tal de Hussein Kalout, titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos, com acesso a informações privilegiadas e ascendência sobre importantes órgãos do governo brasileiro.
Mesmo no relacionamento com países cristãos, a preferência sempre é pelo mais autoritário, miserável e com menor afinidade com o Brasil.
Na escolha de posicionamentos entre países governados por comunistas ou simpatizantes daquela ideologia, por exemplo, Venezuela, Chile, Equador, Cuba, Vietnam e Coreia do Norte, a diplomacia brasileira prefere manter laços mais estreitos com a Venezuela, não importa o quanto aquele regime seja autoritário, sacaneie e aplique calotes ao Brasil.
O Brasil pratica uma diplomacia previsível, masoquista, auto predadora, terceiro-mundista, altamente prejudicial aos interesses da população brasileira. Basta lembrar a leniência em relação à usurpação das refinarias de Petrobras pelo ditador cocaleiro boliviano Evo Morales e os calotes de Hugo Chavez e Nicolás Maduro na sociedade da Refinaria Abreu e Lima.
Evo Morales fez insinuações sobre a questão litigiosa envolvendo o atual estado do Acre, anexado ao Brasil num tratado celebrado em 1902, quando o Ministro de Relações Exteriores era o Barão do Rio Branco.
Evo Morales ironizou dizendo que o território havia sido cedido ao Brasil “em troca de um cavalo branco”, fazendo referência ao presente dado ao então Presidente da Bolívia. Se Evo insistir mais um pouco, o Brasil vai cogitar na devolução do Acre à Bolívia, reconhecendo ter sido usurpado.
É um verdadeiro “complexo de vira-latas” ideológico.
Luigi B. Silvi
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