Vida Inteligente Extraterrestre e o Paradoxo de Fermi
(25/11/2018)

Em 1972 a NASA lançou ao espaço a nave Pioneer 10, contendo uma placa de ouro com diversas informações sobre a Terra e seus habitantes, na esperança de que alguma civilização extraterrestre a encontre e entre em contato conosco.

Pioneer 10Passados quase 50 anos, a nave está começando a alcançar o limite do sistema solar, mas ainda levará mais de 10 mil anos para sair completamente da influência do sol e entrar no espaço interestelar, encaminhando-se em direção à constelação de Touro.

Essa ideia romântica foi promovida por um grupo de astrônomos, entre os quais encontra-se o popular Karl Sagan, criador da série Cosmos, muito popular em meados do século 20.

Com a descoberta de inexistência de vida na Lua, Marte e outros planetas do sistema solar, cientistas continuaram com a ideia romântica de encontrar vida inteligente e dedicam centenas de milhões de dólares com essa finalidade, entre os quais encontra-se o projeto SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence), para “escutar” emissões de rádio indicando a existência de vida inteligente em outros sistemas estelares.

Também usam outros meios para descobrir planetas em outros sistemas estelares e já identificaram centenas deles orbitando outras estrelas da Via Láctea.

Todos esses esforços parecem fadados a servirem apenas para a agregação de conhecimento, sendo infinitesimal a possibilidade de haver qualquer tipo de identificação ou contato com civilizações extraterrestres num futuro próximo. Essa baixíssima possibilidade é explicada cientificamente pelo Paradoxo de Fermi.

O Paradoxo de Fermi é definido como sendo “o conflito entre a expectativa de alta probabilidade de existência de vida inteligente em alguma parte do universo e a aparente inexistência de vida que de fato verificamos na parte do universo por nós observável”.

Cientistas explicam que a expectativa de que o universo deveria estar cheio de vida inteligente é devido ao modelo das equações de Drake, que sugere que apesar da baixa probabilidade da existência de vida em uma determinada parte do universo, ela deve existir em uma ou outra parte dele por causa da incontável quantidade de locais potencialmente propícios à existência de vida.

Uma das explicações desse paradoxo é que as civilizações podem não durar mais de um milhão de anos, por serem extintas por algum fenômeno natural, como o choque de um meteoro, por variações ambientais, vulcanismo ou a autodestruição por guerras com armas de alta capacidade destrutiva.

Paradoxo de FermiNo período da existência de vida civilizada de menos de um milhão de anos, a capacidade de criação de eventos detectáveis pode não ser muito maior de dez mil anos.

Nas escalas astronômicas da existência do universo, a probabilidade da existência simultânea de duas ou mais civilizações com capacidade de detectar a existência de outras civilizações nas mesmas condições tecnológicas, em regiões próximas uma das outras é quase insignificante.

Assim, a nossa civilização pode estar extinta muito tempo antes de detectar outras civilizações possuidoras das mesmas capacidades tecnológicas.

Essa seria uma das razões principais de nossa civilização parecer estar tão solitária no nosso universo.

                         Luigi Benesilvi

NOTA:
O paradoxo é nomeado em honra do físico ítalo-americano Enrico Fermi, mas parece que o próprio Fermi nunca descreveu o paradoxo.

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