A Tecnologia a Serviço do Controle Social Autoritário
(02/12/2018)
Em artigo recente, a jornalista Daisy Luther informa que o papel moeda está sendo progressivamente abolido na Suécia, onde mais 75% das transações comerciais já são realizadas por meios eletrônicos, sendo que muitos estabelecimentos já não aceitam dinheiro em papel.
A previsão é que até 2025 não haverá mais papel moeda em circulação na Suécia, o que está preocupando o governo daquele país.
A situação já é problemática para pessoas idosas e imigrantes, não afeitas ao uso de meios eletrônicos. Cidadãos sem renda estável também já enfrentam dificuldades em realizar transações comerciais.
O governo sueco está preocupado com esses grupos de excluídos, mas parece não se preocupar em estar aumentando esse número ao aceitar mais imigrantes sem interesse pela cultura ocidental e tampouco com a grande probabilidade dessa tecnologia já estar servindo para a exclusão social das pessoas não aderentes às suas políticas sociais.
O governo chinês está implantando um sistema de controle social da população, no qual estabelece pontuações aos habitantes, valorizando os cidadãos aderentes às políticas governamentais e discriminando aqueles que transgridem as normas por ele estabelecidas.
O governo justifica a criação da pontuação como forma de construir uma nação socialmente harmoniosa. “É um método efetivo para estimular a confiança mútua e reduzir as contradições sociais”, diz o documento oficial que estabelece as diretrizes para a criação do sistema.
Os socialistas, que tanto defendem a tecnologia como ferramenta para promoção da “inclusão social” e respeito à diversidade cultural, hipocritamente acabam usando essa mesma tecnologia para criar uma nova casta de excluídos irrecuperáveis, composta por pessoas que não concordam com as políticas governamentais ou não têm condições de usar os benefícios dos meios eletrônicos.
Essa casta de excluídos terá muitas dificuldades de acesso a bens e serviços, pois todas as transações poderão estar sob controle do governo, que estabelecerá quem terá prioridade e quem será discriminado.
Enquanto a discriminação estiver focada apenas em indivíduos, os impactos sociais serão suportáveis, mas quando o foco subir a níveis de regiões, correntes políticas, etnias ou religiões, ensejará a ocorrência de verdadeiros genocídios.
Imagine toda uma região dissidente tendo seus serviços eletrônicos bloqueados, impedindo a realização de quaisquer transações comerciais. Em poucos dias haverá toda a sorte de distúrbios, justificando uma severa intervenção militar, com eliminação de toda a oposição.
Não haverá condições da existência de neutralidade: ou a pessoa adere com lealdade absoluta ao governo tirano ou fará parte do grupo dos excluídos, sem acesso a bens e serviços oficiais, passando a sobreviver à margem da sociedade, passando necessidades, prestando serviços de forma clandestina para poder adquirir bens e serviços em mercados alternativos.
O controle social nas cidades será total, pois cada vez que uma pessoa liga o telefone celular, usa o carro, paga uma compra ou acessa a internet alguém fica sabendo o que ela está fazendo. Quando caminha pelas ruas, câmeras de vigilância podem identificá-la por reconhecimento facial. Suas próprias ações a denunciarão.
É bastante provável que as pessoas pertencentes a grupos de risco tenham que submeter-se à implantação de um chip sob a pele para facilitar seu monitoramento.
Provavelmente esses grupos de excluídos só conseguirão existir em “guetos” miseráveis na periferia das cidades ou em regiões distantes, em pequenas vilas autossuficientes, com práticas coletivas de mútua ajuda.
A tecnologia já existe e está começando a ser usada por vários países, principalmente por regimes coletivistas declaradamente autoritários, mas também por governos “democráticos” de países adeptos do comportamento politicamente correto.
Luigi Benesilvi
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