O QUE UM BILHÃO DE MUÇULMANOS ACREDITA – William DiPuccio, Ph.D
(01/01/2019)

1. OS MUÇULMANOS QUEREM VIVER SOB A SHARIA?

Globalmente, quantos muçulmanos querem que a Sharia seja a lei oficial em seus países? o que acredita 1

1.1 Introdução

Por Sharia eu não me refiro só à obediência a um código religioso pessoal, mas também a um sistema legal e governamental baseado no Corão, Hadith e Sunna. Essa é uma das muitas perguntas incluídas no PROJETO DEMOGRÁFICO MUÇULMANO GLOBAL.

O objetivo do projeto é contabilizar percentuais globais e estatísticas populacionais globais com perguntas cruciais sobre crenças e práticas e suas relações com terrorismo e ameaças potenciais para a cultura ocidental.

Um link para a publicação completa e um resumo é mostrado neste link. Os cálculos são baseados em pesquisas em países e publicados no período de 2010 a 2013 pela PEW RESEARCH.

O conjunto da pesquisa cobre 39 países e envolveu 38 mil entrevistas pessoais em mais de 80 idiomas e dialetos. A pesquisa engloba 1,1 bilhão de muçulmanos ou dois terços da população muçulmana global, mas nem todos os países foram pesquisados com todas as perguntas do questionário.

A barra cinza dos gráficos mostra o número de muçulmanos representados para cada pergunta. Deve ser notado que a pesquisa da Pew Research cobre apenas países com significativa e majoritária população muçulmana.

Mais de 90% da população pesquisada vive em países onde muçulmanos são 50% ou mais. Assim, os Estados Unidos e a Europa Ocidental não estão representados nesses números.

1.2 Apoio à Sharia

Agora voltamos à nossa pergunta. Globalmente, quantos muçulmanos querem que a Sharia seja a lei oficial em seus países? Ocorre que 69% ou 742 milhões de muçulmanos, querem viver sob um sistema da Sharia. Foi o maior número das perguntas da pesquisa.

o que acredita 2O resultado indica que a maioria dos muçulmanos quer um sistema governamental e legal derivado em alguma medida de textos islâmicos e inseparável do Islã.

Esses números parecem suportar a crença geral de que muitos muçulmanos são moderados, assumindo que moderado é quem apoia que a Mesquita e o Estado devem estar inteiramente separados.

Entretanto, a separação da Mesquita e o Estado é um fenômeno ocidental. O Islã tradicional é sempre visto como a Mesquita e o Estado serem inseparáveis.

Enfatizando esse amplo apoio à Sharia existe uma profunda e arraigada convicção de que a Sharia é uma Lei divina. 65% dos muçulmanos (581 milhões), acredita que a Sharia é a Lei revelada por Allah e não só uma lei criada por homens, baseada nas palavras de Allah.

Muitos muçulmanos por isso rejeitam a noção de um governo laico. Significativa maioria dos muçulmanos que dizem que as leis de seus países não seguem estritamente a Sharia, consideram isso uma coisa ruím.

1.3 Divergências Sobre Interpretação da Sharia

Apesar da forte crença na Sharia, só 50% dos muçulmanos (412 milhões) acredita que Sharia tem uma única interpretação. De fato, existe substancial divergência entre leigos muçulmanos quanto à aplicação de punições individuais, embora elas estejam claramente ensinadas no Corão.

Então, quem está certo? Existe só uma interpretação da Sharia? Entre muçulmanos sunitas, que são 87 a 90% da população global muçulmana, existem 4 antigas escolas de jurisprudência (Hanafi, Maliki, Shafi’i e Hanbali).

o que acredita 3Essas escolas concordam em 75% das interpretações. As restantes variações são referentes a diferenças metodológicas. Então, num amplo sentido histórico, podemos falar numa única interpretação da Sharia, que mudou pouco desde o início da idade média.

Mas a aplicação da Sharia varia bastante em países muçulmanos atualmente. Essa diversidade reflete-se pelos divididos 50/50 dos números da pesquisa.

Para entender essa divisão temos que considerar a história dos modernos países islâmicos. A gradual dissolução do Império Otomano no século 19, abriu caminho para a colonização das terras muçulmanas por potências ocidentais e resultou na criação dos países islâmicos atuais.

Alguns desses países adotaram leis ocidentais e sistemas de governos ocidentais em um ou outro grau. Por isso os muçulmanos não conseguem concordar numa única interpretação da Sharia.

1.4 Não Muçulmanos Sob a Sharia

E sobre não muçulmanos vivendo em países muçulmanos? Eles devem ser forçados a viver sob a Sharia? Mais de 31% (274 milhões) dos muçulmanos acham que a Sharia deve ser aplicada também a não muçulmanos em seus países muçulmanos.

A pesquisa de Pew Research não especifica quais aspectos da Sharia podem ser aplicados a não muçulmanos. Historicamente, não muçulmanos têm sido submetidos a numerosas restrições legais em países muçulmanos, algumas delas intencionalmente humilhantes.

Vivendo como “dhimmis“, usualmente devem pagar uma taxa adicional chamada “Jizya” pela proteção e tolerância do Estado. Eles podem ser barrados de exercerem certas ocupações, especialmente as de administração e funções governamentais, que poderiam colocá-los como superiores a muçulmanos.

Testemunhar contra muçulmanos era proibido em tribunais da Sharia. Não muçulmanos não podiam construir ou reparar igrejas sem permissão do governo, demonstrar sua fé em público, discutir religião com muçulmanos, fazer proselitismo com muçulmanos ou insultar o Islã de qualquer maneira.

Muitas dessas restrições ainda são impostas a não muçulmanos numa variedade de maneiras, socialmente, se não for legalmente, especialmente no oriente médio. A taxa “Jizya” no entanto não é mais cobrada.

31% dos muçulmanos que acham que a Sharia deve ser aplicada a não muçulmanos e aparentemente apoiam tal controle em um ou outro grau.

Alguns muçulmanos podem ir além, insistindo que muitas ou todas as punições e requerimentos prescritos pela Sharia, aplicadas aos muçulmanos devem ser aplicadas também a não muçulmanos.

Por exemplo, podem ser compelidos a abster-se de álcool ou proibidos de vender bebidas alcoólicas. Podem também ser forçados a jejuar durante o mês do “Ramadã“.

Como resultado, não muçulmanos vivendo em terras islâmicas, como Brunei ou na província de Aceh, na Indonésia, encontram-se agora submetidos a leis religiosas que eram antes aplicadas só a muçulmanos.

Resumindo: 69% dos muçulmanos (742 milhões) querem viver sob um sistema de leis e governo. 64% dos muçulmanos (581 milhões) acredita que a Sharia é a Lei revelada por Allah. Todavia, existe considerável desacordo na interpretação da Sharia e só 50% (412 milhões) acredita existir uma única interpretação da Sharia.

Finalmente, 31% (274 milhões) dos muçulmanos, querem aplicar a Sharia, de alguma forma, aos não muçulmanos em seus países.

  1. A SHARIA CONFLITA COM DIREITOS HUMANOS?

Globalmente, quantos muçulmanos aderem a crenças e práticas que estão em conflito com universais direitos humanos e valores praticados pela civilização ocidental?

2.1 Implementando a Sharia

No mundo muçulmano, o assunto dos direitos humanos é conectado à forma pela qual a Sharia é implementada. Como já mencionamos, os muçulmanos têm diferentes opiniões na interpretação da Sharia.

Cerca de 69% dos muçulmanos (742 milhões) querem viver sob um sistema de leis baseado na Sharia. A maioria não é a favor da estrita implementação da Sharia tradicional com suas severas punições, mas existe uma substancial minoria a favor.

Essas punições pertencem a uma classe de punições conhecidas como “Hudud“. Elas são prescritas pelo Corão, Hadith e Sunna Ofensas “hudud” são consideradas crimes contra Allah.

Estão codificadas em manuais da Sharia como o “Guia do Viajante“, que já foi traduzido. A tabela a seguir mostra as ofensas “hudud“, seguidas das suas penalidades e suas referências históricas.

o que acredita 4aQuatro das sete punições são prescritas diretamente pelo Corão. Elas são:

– 100 chibatadas por fornicação;

– 80 chibatadas por falsa acusação de adultério;

– Amputação de pé e/ou mão por roubo;

– Crucificação ou morte por espada por assalto a viajantes com morte.

As três outras são:

– 80 chibatadas por beber bebida alcoólica;

– Apedrejamento por adultério;

– Morte por apostasia (abandono do Islã).

Essas três são derivadas primeiramente de “hadiths”, ditos conterem ensinamento tradicionais de Maomé.

Como a aplicação da Sharia por países islâmicos varia consideravelmente, não há consistência na aplicação das punições “hudud” de um país para outro.

Quantos muçulmanos apoiam essas punições?

Cerca de 44% dos muçulmanos (457 milhões) apoiam punições, como açoitamentos ou amputações por roubo e assalto.

45% dos muçulmanos (463 milhões) apoiam apedrejamento por adultério. O apedrejamento é legal em cerca uma dúzia de países muçulmanos e apedrejamento é praticado extrajudicialmente em alguns países. Todavia, mesmo onde o apedrejamento é legal, a sentença é raramente executada.

o que acredita 4

Devido ao tratamento discriminatório de mulheres nesses países, muitas das vítimas são mulheres.

35% (352 milhões) dos muçulmanos são a favor da pena de morte para quem decide deixar o Islã (apostasia).

Dos 57 países que compõem a “Organização de Cooperação Islâmica”, 25 deles têm leis para apostasia. Mas a aplicação não é consistente na medida que só 13 deles prescrevem a pena de morte.

Penas menos severas para blasfêmia são mais comuns e mais passíveis de serem aplicadas, mesmo quando feitas em redes sociais.

Quando tomados em conjunto, dos 69% dos muçulmanos que querem viver sob a Sharia, cerca da metade a dois terços deles também apoiam as punições severas “hudud” e apoiam aplicar a Sharia a não muçulmanos.

2.2 Véu Islâmico & Assassinatos de Honra

Além das punições “hudud“, perto de 32% dos muçulmanos (349 milhões) acredita que mulheres não devem ter direito de decidir se querem ou não usar o véu islâmico.

Mesmo existindo requerimentos legais de usar véu sob a lei Sharia, na prática o uso do véu é afetado mais pela área social em vez da aplicação por causa da lei, em razão de apenas um punhado de países muçulmanos exige que mulheres usem o véu por lei.

Mas há considerável pressão social e religiosa em numerosos países muçulmanos das mulheres cobrirem a cabeça e às vezes também o rosto.

40% dos muçulmanos (362 milhões) dizem que assassinatos de honra são justificáveis, pelo menos em algumas circunstâncias, para mulheres que praticam sexo antes ou fora do casamento.

o que acredita 5

Não há justificativas específicas para assassinatos de honra no Corão e os pais eram proibidos por Maomé de matarem suas crianças, de acordo com um hadith (Bukhari, 7213).

Assassinatos de honra são também condenados por muitos clérigos muçulmanos. Todavia, a “Qisas“, uma provisão da Sharia tradicional, usada em alguns países, provê uma “brecha” legal para assassinatos de honra, por permitir que parentes de sangue possam perdoar o autor do assassinato de honra.

2.3 Sharia & Direitos Humanos

Durante vários séculos recentes, nações ocidentais têm expressado suas firmes crenças em direitos humanos.

Foi essa crescente crença que baseou a Declaração de Independência dos Estados Unidos, a Declaração de Direitos na Constituição dos Estados Unidos e finalmente levou ao fim a escravidão na Europa e na América.

Uma das mais completas expressões de direitos humanos universais é encontrada na “Declaração Universal de Direitos Humanos” da Organização das Nações Unidas, publicada em 1948.

A Declaração teve considerável criticismo por parte de países islâmicos, embora muitos deles a tenham assinado.

Em 1990, a Organização da Conferência Islâmica, agora conhecida como Organização de Cooperação Islâmica, publicou a “Declaração do Cairo”, que, enquanto clama respeitar direitos humanos, dá garantia apenas a aqueles direitos que são permitidos pela Sharia.

Como os artigos 24 e 25 que estabelecem:

Todos os direitos e liberdades estabelecidos nesta Declaração, estão sujeitos à Sharia Islâmica” e “A Sharia Islâmica é a única fonte de referência para interpretação e esclarecimento de todos os artigos desta Declaração“.

Começamos o artigo com a pergunta: Globalmente, quantos muçulmanos aderem a crenças e práticas que estão em conflito com universais direitos humanos e valores praticados pela civilização ocidental?

o que acredita 4b

Esta tabela, incluída no documento original da pesquisa, mostra precisamente, como as demandas da Sharia tradicional, incluídas nas perguntas da pesquisa, conflitam com direitos humanos universais e valores ocidentais.

Nem todas as crenças e práticas mostradas na tabela são aplicáveis em todos os países islâmicos, é claro. Todavia, há uma justificável preocupação pela rejeição de direitos humanos básicos e liberdades estabelecidas por acordos internacionais.

Como mostra a coluna da direita ambas, a implementação da Sharia tradicional e as punições “hudud“, são graves violações da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Por exemplo, a pena de morte por apostasia, na pergunta 8 é contrária ao artigo 18, que estabelece:

Todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e liberdade, tanto individualmente ou junto com outros e em público ou privado, a manifestar sua religião ou crença em pregação, prática, adoração e observação.”

Amputação por roubo e apedrejamento por adultério nas perguntas 6 e 7, são consideradas cruéis e desumanas formas de punição, de acordo com o artigo 5 e de acordo com a inglesa Declaração de Direitos de 1689 e de acordo com a Oitava Emenda da Constituição dos Estados Unidos de 1791.

Outros direitos fundamentais que são violados pela Sharia tradicional, incluem a liberdade de expressão, liberdade de religião, igualdade de todas as pessoas perante a lei e igualdade de gênero.

Em geral, os direitos humanos decaem na medida em que a Sharia tradicional é implementada

Resumindo: As perguntas das pesquisas demostram uma larga diversidade de visões no que tange a direitos humanos e liberdade entre o ocidente e aproximadamente um terço a dois terços dos muçulmanos nos 39 países pesquisados. Em outras palavras, de 274 a 742 milhões de muçulmanos.

Se esses resultados da pesquisa forem aplicados globalmente, os números estarão entre 450 milhões a 1,2 bilhão de muçulmanos, que advogam crenças e práticas que frequentemente estão em violação dos direitos humanos universais.

  1. MUÇULMANOS APOIAM TERRORISMO?

Globalmente, quantos muçulmanos acreditam que a violência contra civis em defesa do Islã é justificável?

De acordo com os números da pesquisa, perto de 17% (177 milhões) de muçulmanos dizem que violência a civis em defesa do Islã é muitas ou algumas vezes justificáveis.

o que acredita 6

Entretanto, na África subsaariana, com 187 milhões de muçulmanos, quase a metade dos 15 países pesquisados lá, alcança entre 31% a 58%.

Fora da África subsaariana, o maior apoio à violência contra civis, vêm dos territórios palestinos, onde é de 40%. No Afeganistão é 39% e no Egito é 29%.

3.1 A Motivação Para o Terrorismo

O que motiva o terrorismo islâmico?

Negativamente, a pesquisa não encontrou consistente elo entre o apoio à Sharia como lei oficial e apoio à violência motivada por religião.

Como a religiosidade não é a única encaminhadora para terrorismo, e contrariamente ao praticado pela maioria dos terroristas, não há justificativa teológica ou legal no Islã para uma política consistente de atacar mulheres e crianças.

Maomé especificamente instruiu seus homens a não matarem mulheres e crianças em conflitos militares e juristas muçulmanos sempre as consideraram como uma classe protegida.

Todavia, a Sira e Hadith também indicam que Maomé estava inclinado a tolerar tais ataques por parte de seus soldados.

Nas palavras de um erudito, de acordo com a Lei Islâmica, “as vidas de não combatentes entre os inimigos não muçulmanos são devedoras… Um muçulmano que as fere é pecador, mas nenhuma punição é executada contra ele e ele não deve nenhuma compensação”.

Positivamente, a violência contra civis encontra justificativa na teologia islâmica e leis. Na Sira, Maomé sanciona o uso de violência e perseguição contra aqueles que se opõem ao Islã e o uso da espada para expandir o Islã.

o que acredita 6a

 Foto de alguns dos terroristas que realizaram o ataque ao semanário francês   “Charlie Hebdo”, em 7 de janeiro de 2015.

Quem critica ou zomba de Maomé, inclusive mulheres, idosos e possivelmente crianças foram assassinas em nome dele, ou com a aprovação dele, de acordo com ambas, a Sira e Hadith.

Existe então, um violento impulso, baseado em fontes canônicas islâmicas, de propagar o Islã pela espada e em defender a integridade e reputação da religião e seu Profeta contra insultos e criticismo.

Numerosas ameaças e ataques terroristas contra alvos ocidentais foram provocadas por nada mais do que palavras ou imagens, que alguns muçulmanos acham serem ofensivos.

3.2 Quantos terroristas islâmicos existem?

Embora menos de 17% (177 milhões) de muçulmanos justifiquem violência contra civis em defesa do Islã o número da população é significativo, porque o impacto da violência e terror é maior do que essa pequena porcentagem sugere.

177 milhões de muçulmanos, incluindo cerca de 115 milhões de adultos, implica uma substancial base moral e talvez apoio material para violência e terrorismo.

A pesquisa da Pew cobre cerca de 2/3 da população muçulmana global. Se assumirmos que 17% é representativa da inteira população global muçulmana, estimada em 1,75 bilhão, então o número de muçulmanos que justificam violência a civis cresce para cerca de 296 milhões ou cerca de 192 milhões de adultos.

É claro que o desejo de justificar terrorismo não é o mesmo que querer participar em terrorismo. Parece que apenas uma pequena porcentagem daqueles que justificam terrorismo, vão realmente cometer o ato terrorista.

Todavia, se apenas uma fração, digamos, de 1 a 5%, de adultos que responderam afirmativamente à pergunta da pesquisa estão pessoalmente querendo engajar-se na violência, o número ainda fica entre 1,9 milhões e 9,6 milhão de adultos, baseado no censo global estimado.

Esses números são mais do que suficientes para sustentar significativa ameaça terrorista global para um futuro previsível.

Além do mais, parece que aqueles que se engajam em terrorismo, têm uma base de apoio muito grande, bem acima de 100 milhões de adultos muçulmanos na população pesquisada e aproximando-se de 200 milhões de adultos globalmente

Resumindo: Menos de 1/5 dos muçulmanos pesquisados acreditam que violência contra civis em defesa do Islã é justificável. Essa fração representa perto de 200 milhões de adultos e potencialmente perto de 10 milhões de terroristas, se aplicarmos os resultados da pesquisa à inteira população muçulmana global.

4 O QUE A DEVOÇÃO RELIGIOSA TEM A VER COM A SHARIA E IMIGRAÇÃO?

Como a devoção religiosa no mundo muçulmano está conectada ao apoio à Sharia?

Uma das interessantes peças de informação que emerge das estatísticas globais sobre as crenças dos muçulmanos é o perfil dos muçulmanos devotos.

Só para ser claro: não estamos nos referindo ao aspecto teológico do que os muçulmanos devotos devem acreditar e praticar, mas a uma descrição baseada em perguntas das pesquisas dos que se auto identificaram como muçulmanos religiosos, por fazerem preces várias vezes por dia.

Como a pesquisa da Pew usa estatísticas compiladas e publicadas pelo Projeto Demográfico Muçulmano Global, não realizadas na América do Norte e Europa Ocidental, podem não refletir a experiência dos muçulmanos que vivem no Ocidente.

De fato, alguns muçulmanos do ocidente, podem encontrar-se em oposição a crenças praticados por seus devotos irmãos no mundo muçulmano, especialmente em assuntos relacionados à Sharia.

Então, quais crenças distinguem os muçulmanos devotos dos outros muçulmanos?

o que acredita 6bSeis características emergem das pesquisas. Muçulmanos que oram várias vezes por dia, são estatisticamente mais propensos ou muito mais propensos daqueles que oram menos de afirmarem que:

Suas vidas refletem os hadiths e a sunna em grau considerável;

Islã tem só uma interpretação;

Sharia tem só uma interpretação;

Sharia deve ser a lei de seu país;

Sharia é a palavra revelada por Allah;

– Proselitismo é um dever religioso.

Vamos olhar essas crenças em mais detalhes.

4.1 Devoção Religiosa em Profundidade

Suas vidas refletem os hadiths e a Sunna.

Entre muçulmanos que oram várias vezes por dia, os mais devotos parecem se aqueles que dizem que suas vidas refletem os hadiths e sunna de Maomé em grau considerável.

Globalmente, esse grande subgrupo perfaz 41% ou 370 milhões de muçulmanos da população pesquisada.

O Corão diz que Maomé é o supremo exemplo para a humanidade. De acordo com isso, muçulmanos muito devotos, frequentemente, estudam todos os aspectos da vida dele, religiosos, militares e pessoais para poderem imitá-lo.

Como veremos em breve, essa devoção aos hadiths e sunna de Maomé, pré-dispõe a ter um maior impacto na interpretação da Sharia.

Islã tem uma só interpretação

A despeito de divisões no mundo muçulmano, 67% ou 736 milhões de muçulmanos, acreditam haver só uma interpretação verdadeira dos ensinamentos do Islã.

Muçulmanos devotos que oram várias vezes por dia afirmam essa crença em maiores números, acreditando, é claro, que doutrinas e práticas, de seus grupos ou seitas têm a única e verdadeira interpretação do Islã.

Sharia tem uma só interpretação

Muçulmanos estão igualmente divididos, numa 50/50 divisão, sobre a crença que a Sharia, a Lei Islâmica, tem uma só interpretação. Muçulmanos devotos que oram várias vezes ao dia, são mais propensos a acreditarem de haver uma única interpretação da Sharia.

Sharia deve ser a lei de seus países

Uma substancial maioria dos muçulmanos, 69% (742 milhões) são a favor de fazer a Sharia a lei oficial de seus países.

Muçulmanos que oram várias vezes por dia, são também mais propensos a afirmarem essa crença.

Sharia é a palavra revelada por Allah

64% dos muçulmanos (581 milhões), acreditam que a Sharia é a palavra de Allah e não só uma forma de lei feita por homens, baseada nas palavras de Allah.

Novamente, essa crença é suportada com maior entusiasmo por muçulmanos que oram várias vezes por dia. Por essa razão, muçulmanos devotos também são mais propensos que outros muçulmanos a rejeitarem a legitimidade de leis ocidentais e governos ,juntamente com direitos e liberdades que eles protegem.

Como o celebrado filósofo sunita, jurista e imã, uma vez escreveu

 “Este princípio de uma Unicidade de Deus em conjunto nega o conceito legal e político soberano dos seres humanos, individualmente ou coletivamente. Nada pode clamar a soberania, seja um ser humano, uma família, uma classe, um grupo de pessoas ou mesmo a raça humana no mundo como um todo. Só Deus é o Soberano e Seus Mandamentos são a Lei do Islã.” (Allamah Abu Al-‘A’ la Mawdudi)

Apesar de 69% dos muçulmanos quererem viver sob a Sharia somente 35 a 45% dos muçulmanos (352 a 463 milhões) apoiam punições como amputações por roubo, morte por apostasia e apedrejamento por adultério.

Essas são as assim chamadas punições “hudud“, que discutimos longamente na parte 2.

Como as punições “hudud” são derivadas diretamente do Corão, Hadith e Sunna, seu apoio primário é propenso a vir daqueles muçulmanos que acreditam que suas vidas refletem fielmente essas sagradas escrituras.

Em outras palavras: aqueles que se auto identificam como muçulmanos devotos.

Como já mencionamos, os membros de subgrupo, que compõem 41% ou 367 milhões de muçulmanos, são mais aptos a promoverem a interpretação tradicional dos textos primários islâmicos, que são as bases das punições “hudud“.

Proselitismo é um dever religioso

A última característica dos muçulmanos devotos é a crença de que muçulmanos têm dever religioso de converter outros para a fé islâmica.

Isso é suportado por 66% ou 701 milhões de muçulmanos na pesquisa. Mas as respostas afirmativas são mais altas, às vezes muito mais altas, entre muçulmanos que oram várias vezes ao dia.

o que acredita 7

Para muitos muçulmanos devotos, a conversão necessita da aceitação de todos os aspectos da Sharia tradicional como Lei revelada por Allah.

Não é meramente uma conversão a uma crença privada, moral e teológica ou uma relação pessoal com Deus, como é na maior parte do cristianismo ocidental.

Islã e a Sharia cobrem todas as esferas da vida, das preces privadas ao sistema de governo.

4.2 Islã & Imigração Ocidental

Em vista desses fatos, é altamente implausível para não dizer ingenuidade, sugerir que os muçulmanos devotos abandonem suas arraigadas crenças e Sharia, quando emigram para países ocidentais.

Eles abraçam seus princípios e leis tão apaixonadamente quanto qualquer ocidental advoga pelos direitos humanos.

É mais plausível supor então, que muitos deles chegam ao ocidente com um forte impulso de resistir e até mudar a cultura de seus anfitriões.

Em uma pesquisa francesa de 2016, 29% dos muçulmanos disseram rejeitar as leis seculares do país.

Começamos este segmento perguntando como a devoção religiosa no mundo muçulmano está conectada ao apoio da Sharia.

Perfil estatístico dos muçulmanos devotos, leva-nos à infeliz conclusão que a estrita devoção ao Corão, Hadith e Sunna, como tradicionalmente interpretados, dá crescente apoio zeloso à Sharia tradicional e para as punições severas que ela prescreve.

Visões que no ocidente são consideradas extremas, são consideradas apenas como formas de obediência religiosa por muitos muçulmanos.

Como mostramos na parte 2, direitos humanos universais e valores ocidentais decaem, no grau que a Sharia tradicional é implementada.

Combine isso com o forte impulso religioso de fazer proselitismo com não muçulmanos e não é difícil de ver como muçulmanos emigrando para países ocidentais em grandes números estão provocando justificadas preocupações.

Embora seja difícil determinar as crenças e práticas desses imigrantes podemos estar razoavelmente certos que partes desses grupos consideram leis ocidentais e governos como formas ilegítimas de autoridades.

                              William DiPuccio, Ph.D

Especialista Excel: Greg Oxnard
Editor de Projeto: Marilyn “Micki” Neidich Lewis
Tradutor: Luigi Benesilvi

NOTA:
Este texto foi transcrito das legendas de 4 vídeos publicados no Youtube, legendados por Luigi Benesilvi.

Vídeo da parte 1: https://youtu.be/gYn1M9zopUs
Vídeo da parte 2: https://youtu.be/8DIalasuVss
Vídeo da parte 3: https://youtu.be/EWDhdB9nx20
Vídeo da parte 4: https://youtu.be/CfyAjjfkJkE

Vídeo citado legendado
Como a vida e os ensinamentos de Maomé moldaram o Islã atual“:
https://youtu.be/k-ryFe7ZOsc

Este artigo está disponível para download em arquivo pdf no link:
https://drive.google.com/open?id=1Jf6UtIC7iv0HEkwtNBmhqD3G5TNlAkck

Os dados foram compilados de uma extensiva pesquisa realizada em 39 países pela Pew Research.

Para mais informações, leia o documento original, em inglês, publicado pelo “Muslim Global Demographic Project”: https://drive.google.com/file/d/1YxaidYQyDm7SQBVmyFLf_aExhBItXx2a/view

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SIGNIFICADO DE ALGUMAS PALAVRAS ÁRABES:
Jihad (Luta pela causa de Allah)
https://pensa960.wordpress.com/2017/09/03/jihad-luta-pela-causa-de-Allah-peter-townsend/
Ahl-al-Kitab (Povo da Bíblia)
https://pensa960.wordpress.com/2018/05/14/ahl-al-kitab-povo-da-biblia-peter-townsend/
Kufar ou Kafir (não muçulmano)
https://pensa960.wordpress.com/2018/05/13/kufar-descrente-peter-townsend/
ou
https://youtu.be/ulSHAlgKd_M
Dhimmi (vassalo)
https://pensa960.wordpress.com/2018/05/11/dhimmi-pessoa-protegida-vassalo-peter-townsend/
Dar-al-Harb (Terra da Espada)
https://pensa960.wordpress.com/2017/09/08/terra-da-espada-peter-townsend/
Sharia (Lei Islâmica)

https://pensa960.wordpress.com/2018/02/19/lei-islamica-Sharia-peter-townsend/
Riddah (Apostasia)
https://pensa960.wordpress.com/2018/05/01/abandono-da-religiao-riddah-peter-townsend/
Taqiyya (Mentira)
https://pensa960.wordpress.com/2018/05/13/taqiyya-dissimulacao-peter-townsend/
Tawriya (Dissimulação)
https://blogdoluigib.blogspot.com.br/2017/03/dissimulacao-e-mentiras-no-isla.html
 

ALGUNS ASSUNTOS RELACIONADOS: 
É Verdade que no Islã é permitido Mentir?
https://pensa960.wordpress.com/2017/09/16/e-verdade-que-no-isla-e-permitido-mentir-ainaz-anni-cyrus/
Sharia para Não-Muçulmanos:
https://drive.google.com/file/d/0B_uDSKYpTRmWU3NRcVc5NVZUa28/view?usp=sharing
Uma Breve História do Islã
https://pensa960.wordpress.com/2018/03/07/uma-breve-historia-do-isla/
Arábico para Não-Crentes
https://drive.google.com/file/d/0B_uDSKYpTRmWOFpZTFZPaFE2Y0U/view?usp=sharing