Todas as Iniciativas Antiterror na França Estão Fadadas a Falhar – Raymond Ibrahim

(09/11/2020)

Uma questão crítica surge logo à luz do grande número de ataques terroristas fatais na França e em outras nações Europeias: Como fazer de uma vez por todas a erradicação de todo o “extremismo” das comunidades Muçulmanas que vivem no Ocidente?

Líderes ocidentais usualmente respondem citando de tudo e qualquer coisa, de “novas” iniciativas para alimentar relações mais próximas entre as comunidades muçulmanas e suas nações hospedeiras ou a adoção de mais severas medidas de vigilância em locais “quentes” e em mesquitas.

Lamentavelmente, a história já provou que, mesmo medidas mais draconianas contra o Islã – de tal natureza que o homem ocidental moderno sequer pode imaginar e muito menos implementar – estão fadadas ao fracasso.

Consideremos as experiências históricas da nação vizinha da França, a Espanha. No século oitavo, Muçulmanos vindos da África invadiram e brutalmente conquistaram a Península Ibérica. Cristãos foram  massacrados e subjugados; igrejas foram destruídas ou convertidas em mesquitas. 

Lá pelo final do século quinze, entretanto – depois de muitos séculos de guerras para libertar a Espanha da dominação do Islã (período conhecido como “A Reconquista”) – finalmente os Cristãos conseguiram dominar todas as regiões da Península Ibérica.

Muitos Muçulmanos, entretanto, permaneceram na Espanha, majoritariamente concentrados na região de Granada. Originalmente, eles receberam condições lenientes de permanência: podiam continuar praticando a religião deles, aplicar a Sharia (Lei Islâmica) dentro de suas próprias comunidades e até mesmo viajar livremente pela Espanha.

rebelavam e lançavam insurreições difíceis de serem controladas, algumas “envolvendo apedrejamento, desmembramentos, decapitações, empalações e mortes na fogueira de Cristãos”. Os Muçulmanos se envolviam em conluios com forças Muçulmanas estrangeiras (i.e., Norte-Africanos e Turcos Otomanos) em esforços para reconquistar a Espanha para o Islã.

Cansada desses “inimigos internos”, a coroa Espanhola finalmente decretou em 1501 que todos os Muçulmanos tinham que fazer uma escolha: converter-se ao Cristianismo ou sair da Espanha. A motivação disso era menos religiosa e mais política; era menos para fazer os Muçulmanos serem ˜bons Cristãos” e mais para fazê-los serem “bons cidadãos”. 

Eles permaneceram Muçulmanos – vivendo sob uma doutrina altamente divisiva de “lealdade e deslealdade” – e permaneceriam hostis e desleais à Espanha Cristã; e por causa do secularismo, ateísmo, multiculturalismo ou simplesmente por “consciência”, não havia outras opções então, a única maneira prática que os Muçulmanos podiam continuar arraigados aos seus rituais tribais e serem leais ao reino Cristão eram abraçar essa fé.

A quase inteira população Muçulmana da Espanha – centenas de milhares de Muçulmanos – respondeu por abertamente abraçar o Cristianismo, ao mesmo tempo em que eles permaneciam ocultamente Muçulmanos, adotando a doutrina da taqiyya.  Ela ensina que, sempre que eles se encontrem sob autoridade de infiéis, podem dizer qualquer coisa – denunciar Maomé, receber o batismo e a comunhão e mesmo venerar a cruz – desde que em seus corações permaneçam na verdade do Islã. 

Então, em público, esses conversos “Cristãos” iam à igreja e batizavam seus filhos, mas em casa, recitavam o Corão, pregavam o imorredouro ódio aos infiéis e conspiravam para destruir a Espanha Cristã.

Esses “Mouriscos”- que são auto professos Muçulmanos convertidos ao Cristianismo, eram ainda “Mouros”, ou Islâmicos, como eles vieram a ser conhecidos – fizeram enormes esforços, para impingir suas dissimulações, como explica um historiador.

Para um Mourisco passar por um bom Cristão, precisava muito mais do que uma simples declaração para fazer efeito. Era necessário sustentar o desempenho envolvendo centenas de declarações de diferentes tipos, muitas das quais podiam ter pouco a ver com expressões de crença ou do próprio ritual. A dissimulação (Taqiyya) era uma prática institucionalizada nas comunidades Mouriscas, que envolvia padrões regulares de comportamento, passados de uma geração para outra.

A despeito dessa elaborada teatralidade, os Cristãos crescentemente eram pegos: “Com a permissão e licença que lhes permitiam sua amaldiçoada seita”, um frustrado Espanhol exprimiu-se, “Eles podem simular qualquer religião estranha sem pecar, desde que mantenham seus corações devotados ao seu falso e impostor profeta. Nós vimos muitos deles morrerem venerando a Cruz e falando bem da Religião Católica, enquanto internamente permaneciam devotados Muçulmanos”.

Os Cristãos inicialmente tentaram argumentar com os Mouriscos; eles eram lembrados como tinham se tornado Muçulmanos em primeiro lugar: “Seus antepassados eram Cristãos, embora tenham se tornado Muçulmanos” para evitar a perseguição ou para elevar seus status sociais; então agora “vocês também devem tornar-se Cristãos”.

Quando isso falhava, exemplares do Corão eram confiscados e queimados; o idioma arábico, a linguagem do Islã, foi banido. Quando isso também falhou, ações mais extremas foram adotadas; elas chegaram ao ponto que um Mourisco não podia “nem mesmo possuir uma faca de bolso para cortar sua comida, se ela não tivesse a ponta arredondada, para prevenir que ele esfaqueasse um Cristão com ela”.

Tais são as origens da Inquisição Espanhola (que, ao contrário da crença popular, visava mais os Muçulmanos do que os Judeus). Não importava o quanto os Mouros “podiam apresentar uma aparência da mais pacífica submissão”, um historiador do século dezenove escreveu, “eles permaneciam, no entanto, fundamentalmente Muçulmanos, aguardando uma oportunidade favorável e pacientemente ensejava a hora da vingança, como era prometido nas profecias”.

Então, quando surgiu um rumor em 1568, que os Turcos Otomanos tinham finalmente invadido a Espanha, a quinta-coluna dos Muçulmanos ocultos, “acreditando que seus dias de viver sob o jugo de governantes Cristãos haviam terminado, ficaram possuídos. Padres foram atacados em todo o país, mutilados ou assassinados; alguns foram queimados vivos; um deles foi costurado dentro de um porco e assado;  lindas e inocentes meninas cristãs foram continuadamente estupradas e muitas delas foram vendidas como escravas-sexuais para haréns de potentados do Marrocos e Argélia”.

Ao final, se os Muçulmanos não podiam ser leais à autoridades infiéis – constantemente conspirando e subvertendo-se, inclusive com Muçulmanos estrangeiros – e se a conversão ao Cristianismo não mostrou ser uma solução eficaz, então, somente uma alternativa restava: entre 1609 e 1614, todos os Mouros foram expulso da Península Ibérica para a África, de onde o Islã tinha primeiramente invadido a Espanha quase um milênio antes.

Essa decisão não foi tomada às pressas. Muitos Cristãos da Espanha – e o Papa em Roma – a achavam muito brutal; alguns Cristãos ainda sugeriam a castração de todos os homens Mouriscos como uma das alternativas a considerar. Mesmo assim, ao final, a monarquia concluiu não haver qualquer outra garantia contra as frequentes subversões e esporádicos ataques terroristas do que a completa eliminação do Islã de toda a Espanha.

O ponto aqui é que a Espanha fez tudo o que era humanamente possível para ter sua população Muçulmana assimilada e para eliminar ódio mortal dela aos infiéis Cristãos – inclusive usando a conversão forçada deles e de suas crianças que nasceriam, ao Cristianismo e vigiando seus comprometimentos – e mesmo isso não foi o bastante, graças à doutrina da “taqiyya”(dissimulação), que ainda persiste na maior parte da população Muçulmana da Europa.

Como tal, certamente quaisquer e todas as medidas “anti-extremistas” que a França e outras nações ocidentais tomarem – nenhuma das quais chegará sequer perto do extremo das que foram tomadas anteriormente na Espanha e muitas das quais apelam ao uso de plácidos chavões do tipo “Eles não nos dividirão”, como citou Macron, depois da decapitação de uma mulher francesa – estão fadadas ao fracasso.

Raymond Ibrahim

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Nota: Citações na narrativa acima são excertos e documentos do livro escrito pelo autor “ Sword and Scimitar: Fourteen Centuries of War between Islam and the West.  Raymond Ibrahim é participante do  Shillman Fellow at the David Horowitz Freedom Center, da Judith Rosen Friedman Fellow at the Middle East Forum, and a Distinguished Senior Fellow at the Gatestone Institute.

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NOTA DO TRADUTOR

Um vídeo de outro artigo “Raymond Ibrahim on Three Christians Slaughtered in French Church” pode ser visto no artigo deste link.

O texto acima foi traduzido do texto original em inglês deste link.

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