Porque devemos nos preocupar com dispositivos que coletam dados de nosso corpo – Mary Lee

(20/02/2022)

No século 20 a tecnologia sem fio integrada ao corpo humano, nada mais era do que ficção científica, mas hoje, dispositivos de conexão sem fio, como os monitores cardíacos e monitores de sono, são partes comuns da vida das pessoas.

Como essa tecnologia biônica evoluiu tão rápido da ficção científica para a realidade? E o que essa “internet dos corpos” significa para o futuro de nossas vidas?

Pesquisadores da RAND Corporation estão estudando esse fenômeno e o que os consumidores e criadores de políticas precisam saber, pois estamos entrando num território desconhecido.

A internet dos corpos (IoB – Internet of Bodies) é na verdade um ecossistema, um grupo de dispositivos conectados à internet, que contém softwares que coletam seus dados pessoais de saúde ou que podem alterar nossas funções corporais.

A internet de corpos é composta por essas coleções de dispositivos e também por todos os dados que os dispositivos estão coletando de você.

Em cuidados de saúde, a internet de corpos está em uso há bastante tempo e com o advento da internet, faz todo o sentido conectar seu marca-passos à internet, para que seu médico possa ser automaticamente notificado se algo acontecer e houver uma anomalia.

É uma maneira natural de entender mais como seu corpo funciona e se está funcionando bem. Esses dispositivos podem revolucionar os cuidados de saúde.

Quantidades sem precedentes de dados pessoais de saúde podem informar às instituições de tratamento médico sobre necessidades personalizadas de tratamento.

Existem agora cápsulas com sensores eletrônicos, que podem informar o provedor do tratamento se você tomou ou não o medicamento prescrito.

Outras coisas, como a medicina de precisão, uma ideia de criar específicos fármacos ou tratamentos especificamente criados para seu corpo, para seu tratamento personalizado.

E penso que isso vai ajudar muito, porque atualmente, muitos cuidados de saúde são baseados mais em reações da média dos pacientes.

Com os dados desses dispositivos, você pode mais precisamente tratar determinadas doenças.

Mas a internet dos corpos não será sem riscos. O largamente desregulamentado mercado coloca em risco dados sensíveis que esses dispositivos coletam.

Antes de tudo, há o risco cibernético de alguém invadir o sistema, de várias maneiras.

Há também o risco da privacidade de todos os esses dados coletados. A regulamentação de todos esses dados é realmente obscura, neste momento. E então, não há clareza de quem é dono dos dados, o que acontece se forem vendidos e como estão sendo usados.

E há ainda os riscos à segurança nacional e os riscos da segurança global.

Alguns exemplos desses riscos já aconteceram na vida real. Por exemplo, em 2018, informações altamente sensíveis sobre atividades militares dos Estados Unidos e localizações de bases foram reveladas inadvertidamente por monitores de exercícios físicos de soldados.

Então, este é um momento pivotal.

O que podemos fazer para assegurar que aproveitemos os benefícios potenciais da internet dos corpos, sem colocar em risco nossa privacidade segurança e autonomia pessoal?

Consumidores devem estar preocupados com os dispositivos de internet de corpos, porque como estão ficando mais e mais populares, todos esses dados íntimos estão sendo coletados. Muitos dados íntimos, de duvidosa necessidade, que nós de fato nunca havíamos registrado antes.

Não há clareza do que é feito com esses dados. Você sabe, com o velho marca-passos mecânico, não há dados coletados e armazenados. Agora podem ver o histórico dos registros cardíacos de alguém.

Pelo fato das políticas tenderem a estarem atrasadas em relação às inovações tecnológicas como essas, provavelmente será responsabilidade dos consumidores e dos pacientes do sistema de saúde, tomarem cuidados com os dispositivos que estão usando e o que acontece com seus dados, além de conhecerem quais são as regulamentações no estado em que reside, porque elas variam muito de um estado para outro.

Mesmo se você pensa não estar interessado ou que nada vai acontecer com seus dados, existem muitas coisas desconhecidas, que eu penso que devemos ser muito cuidadosos em elas

Mary Lee

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NOTA

Este texto foi extraído das legendas deste vídeo, publicado no Rumble, legendado por mim. O vídeo está embutido num extenso artigo, em inglês, chamado “Great Reset in Action”, que   pode ser acessado neste link

Luigi Benesilvi

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