Mortes violentas versus quantidade de armas registradas

(31/05/2022)

Li uma reportagem sobre mortes violentas no Brasil e resolvi verificar como se comportam os crimes violentos em relação às quantidades de armas de fogo, devidamente registradas, nas mãos de pessoas honestas.

Encontrei muitas estatísticas feitas por organizações desarmamentistas anteriores do “referendum” de 2005, que rejeitou o tal “estatuto do desarmamento”, mas poucas depois daquele ano.

Aliás, o estatuto foi rejeitado por cerca de 66% dos eleitores, mas nunca foi revogado pelos sucessivos governos esquerdistas, Congresso Nacional ou pelos nossos militantes do STF.

Com as poucas estatísticas mais recentes que encontrei, montei 3 tabelas contendo as colunas de unidades da federação, quantidade de armas de fogo registradas por 100 mil habitantes e as mortes violentas por 100 mil habitantes.

Os estados com mais armas registradas por 100 mil habitantes (Acre, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, Rondônia, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amapá) estão abaixo da média de mortes violentas do Brasil.

O Acre e Roraima estão fora da curva. O Acre é o estado com mais armas registradas por 100 mil habitantes, mas as mortes violentas estão um pouco acima da média do Brasil. Roraima é o quarto estado com mais armas registradas e as mortes violentas estão bastante acima da média.

Não encontrei explicação para isso.

Na tabela abaixo dá para ver que os estados com mais mortes violentas por 100 mil habitantes estão bem acima da média das mortes violentas do Brasil.

Aliás, estão abaixo da média de mortes vários estados com mais armas (Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina), tendo entrado na lista apenas Goiás, Minas Gerais e São Paulo).

Para entender melhor, fiz também uma tabela contendo a quantidade de armas registradas por 100 mil habitantes, no mesmo gráfico da quantidade de mortes violentas por 100 mil habitantes. As barras azuis representam as armas e as laranjas as mortes violentas.

Na tabela abaixo dá para ver que 3 dos estados com mais armas por 100 mil habitantes (Acre, DF e RS) têm mortes perto ou abaixo da média, indicada na barra vertical vermelha (19,3). Os 11 dos estados com armas abaixo da média, indicada pela barra vertical azul (1.168,7), têm mais mortes por 100 mil habitantes.

Note que as escalas das armas (superior) e das mortes violentas (inferior) são de grandeza muito diferentes e, portanto, o gráfico só serve para efeitos de comparação visual.

Dos 20 estados que estão com a média de mortes violentas acima da média geral do Brasil, 13 pertencem às regiões norte e nordeste (Amazonas, Ceará, Amapá, Pernambuco, Bahia, Roraima, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Maranhão, Pará, Piauí e Acre)

Dos 8 estados que estão abaixo da média nacional, 3 pertencem à região sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), 3 estão no Centro-Oeste (Distrito Federal, Mato Groso do Sul e Goiás) e 2 no Sudeste (São Paulo e Minas Gerais).

A própria reportagem do G1, cuja tabela está abaixo, dá a manchete “Norte e Nordeste os mais violentos”.

Eu achava que o estado de São Paulo teria um grande número de mortes violentas por 100 mil habitantes, mas fiquei surpreso ao verificar que é o estado com menor número, apenas 6,6 por 100 mil habitantes.

Como São Paulo é o estado de maior população (44 milhões de habitantes), naturalmente tem maiores números de mortes violentas (3.096), seja por armas de fogo, facas ou acidentes de trânsito.

O Rio de Janeiro, entretanto, tem população de 17 milhões, mas tem número de mortes superior (3.394) a São Paulo.

Por outro lado, os 11 estados com menos armas registradas por 100 mil habitantes são da região norte e nordeste (Amazonas, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pará, Paraíba, Piauí, Ceará, Sergipe, Bahia e Maranhão).

O fato de algum estado apresentar menos armas registradas, não significa necessariamente, que tenha menos armas, pois pode haver muitas armas não registradas. E quem não registra suas armas, para boa coisa não as tem.

Duvido que os traficantes dos morros do Rio de Janeiro tenham alguma arma registrada em seu nome. Então o Rio, com certeza, tem muito mais armas do que os números representados nas tabelas. E essas armas não registradas tendem a contribuir muito mais na prática de mortes violentas.

Na tabela abaixo dá para ver que dos 17 estados com mortes por 100 mil habitantes acima da média nacional, só 4 têm armas acima da média (Amapá, Roraima, Rondônia e Mato Grosso)

Pelos números das tabelas, tirando algumas exceções, dá para notar que, em geral, os estados com mais armas registradas tendem a apresentar menores números de mortes violentas.

Isso pode ser também por ser causado por alguns traços culturais e o costume das pessoas registrarem suas armas, o que parece não acontecer uniformemente em todos os estados. Pode ser…

Uma coisa é certa:

 “O desarmamento não pretende retirar armas dos bandidos; ele pretende apenas retirar essa arma do homicídio acidental”.

Como disse neste vídeo o finado Marcio Thomaz Bastos, então Ministro da Justiça de Lula, por ocasião da campanha do Referendum do desarmamento, em 2005.

Luigi Benesilvi

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NOTA

Há alguns dias escrevi um texto sobre a obsessão da esquerda dos Estados Unidos e Europa em atribuir todas as tragédias, atentados e massacres, ao “excesso de armas” nas mãos de cidadãos honestos. O mesmo acontece no Brasil, onde a velha mídia desarmamentista insiste em ignorar a possível relação entre a quantidade de armas registradas e a redução das mortes violentas.

Luigi Benesilvi

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