A incongruência ocidental na promoção do uso do véu islâmico (hijab) – Peter Townsend
(14/11/2022)
Seu nome é Mahsa Amini e ela foi assassinada em 16 de setembro de 2022, após ser presa em Teerã, a capital do Irã.

O crime dela?
Ela se atreveu a tirar seu hijab.
Mahsa Amini foi detida pela Patrulha de Orientação, a polícia religiosa do governo iraniano, por não estar vestindo um véu na cabeça, como determina a lei islâmica. Ela morreu na prisão, provavelmente por ferimentos sofridos durante sua prisão e interrogatório.
Desde a morte de Amini, o Irã tem sido convulsionado por protestos contínuos, tendo como questão central a reivindicação de que as mulheres devem ser livres para escolher se usam ou não o hijab.
Curiosamente, se você ouviu a frase “Protesto Hijab” nas últimas décadas, foi muito provavelmente no contexto de alguém, em algum lugar do mundo ocidental, que não foi totalmente validado pela sociedade em sua decisão de cobrir seus cabelos com um véu.
Isso foi invariavelmente encontrado com expressões de profunda simpatia em toda a mídia tradicional. Na verdade, a cruzada pró-hijab está firmemente enraizada no âmago da “consciência” ocidental.
Desde Munira Ahmed portando seus cartazes pró-hijab na “Marcha das Mulheres”, até a fábrica de produtos esportivos Nike, lançando um “hijab esportivo”, a narrativa dominante parece ser que o hijab é de alguma forma um símbolo de libertação feminina.

Como a explicação islâmica mais comum por trás da necessidade do uso do hijab é que ele protege as mulheres do insaciável desejo sexual masculino, num mundo machista, a defesa dessa vestimenta, por gente que normalmente denunciaria veementemente qualquer menção ao efeito dos vestidos sobre o desejo sexual dos homens como uma vergonhosa visão machista de que as “mulheres são vadias”, é, no mínimo, desconcertante.
Mais uma vez, esse comportamento dúbio mostra que a consistência lógica nunca é um sinal de consciência.
Talvez a expressão mais estranha da claque “hijabista” que explodiu na maioria dos países ocidentais durante a última década seja o “WorldHijabDay”. No dia 1º de fevereiro, as mulheres de todo o mundo são encorajadas a usarem o hijab nesse dia.
Um dos objetivos declarados desse dia, que é entusiasticamente promovido nos ambientes universitários, seria salvaguardar o direito das mulheres de usar o hijab. Dado que este direito já está consagrado em todos os países ocidentais (é certo que alguns proíbem o uso do véu completo), e que muitos relatos de que os hijab foram arrancados de mulheres muçulmanas têm se mostrado como embustes, fica difícil ver porque esse assunto precisa ser tão enfatizado.
Na verdade, a maior questão em torno do uso do hijab ao redor do mundo é o fato de que as mulheres, e muitas vezes meninas muito jovens, são forçadas a usá-lo. Isso tem sido mostrado a mim em vários voos para fora do Oriente Médio, nos quais as mulheres se livram de seus lenços de cabeça tão logo os aviões levantam voo.
Os acontecimentos no Irã após a morte de Amini nos apresentam mais provas mortais desse fato.
Isso nos leva a algumas questões vitais: A gente que está por trás do “WorldHijabDay” irá emitir fortes declarações em apoio ao direito de NÃO usar o hijab? Linda Sarsour ou Ilhan Omar denunciarão os aiatolás do Irã por sua opressão às mulheres, que simplesmente querem sentir o vento em seus cabelos?
Mesmo antes dos atuais protestos iranianos, uma imagem de uma jovem em Teerã segurando seu hijab em um bastão, para simbolizar sua total rejeição a ele, tornou-se viral. Será que as feministas ocidentais a encontrarão para garantir que ela conte sua história em programas de tv do ocidente?

Você provavelmente já imagina as respostas a essas perguntas. Você também deve saber que o “Dia Mundial do Hijab” e outras manifestações de lideranças de grupos fãs do hijab não têm nada a ver com liberdade.
Cordiais cumprimentos,
Peter Townsend
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NOTA
O texto acima foi traduzido de uma “News Letter” enviada por Peter Townsend.
Tipos de vestimentas obrigatórias usadas pelas mulheres em muitos países de maioria muçulmana.

Um artigo chamado “Porque a lei islâmica é injusta para as mulheres”, que pode ser lido neste link, mostra como as mulheres são mal tradadas em muitas outras áreas de vida familiar e social.
Luigi Benesilvi
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