Faz tempo que a narrativa jogou a ciência na lata de lixo

(10/02/2023)

O cientista, cosmólogo e ativista Carl Sagan, em sua última entrevista antes de morrer, em 1996, manifestou sua preocupação quanto ao caminho que a política e a ciência estavam enveredando abraçadas.

Naquela entrevista ele anteviu o que presenciamos durante a criada pandemia do Coronavírus, onde as narrativas obliteraram todas as premissas cientificas precedentes. Carl Sagan disse:

“Organizamos a sociedade baseada em ciência e tecnologia e ninguém entende direito sobre ciência e tecnologia.

Qual é o perigo disso?

O primeiro perigo é que essa inflamável mistura de ignorância e poder cedo ou tarde vai explodir nas nossas caras. Quero dizer, quem comanda a ciência e a tecnologia numa democracia onde o povo nada entende sobre elas?

A segunda razão pela qual estou preocupado é que a ciência é mais do que um corpo de conhecimento, a ciência é um modo de pensamento, um modo cético de interrogar o universo com uma exata compreensão da falibilidade humana.

Se não pudermos fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos dizem que alguma coisa é verdadeira; de sermos céticos sobre quem tem autoridade, então estaremos nas mãos do próximo charlatão, político ou religioso que aparecer.

É uma coisa que muito preocupou Thomas Jefferson. Não é suficiente, disse ele, inserir alguns direitos na Constituição ou na Declaração de Direitos Humanos. As pessoas precisam ser educadas e praticar seu ceticismo e sua educação.

De outro modo não controlaremos o governo e o governo é que vai nos controlar.”

O vídeo de parte da entrevista de Carl Sagan pode ser assistido neste link.

Como afirmou em 2021, o arrogante diretor do Centro de Controle de Doenças Contagiosas dos EUA (CDC), Dr. Anthony Fauci, em resposta aos questionamentos sobre sua política de combate à dita pandemia do Coronavírus:

“Ataques a mim, são na verdade ataques contra a ciência”.

O vídeo no qual ele afirmou isso pode ser assistido neste link.

Hoje estamos vendo narrativas dizendo que sexo é um conceito criado culturalmente e que qualquer pessoa pode escolher ou mudar de sexo quando quiser, com dezenas de opções sexuais. Estão inclusive induzindo crianças de menos de 10 anos a fazerem isso, mesmo contra a vontade dos pais.

Aliás, pai, mãe, genitor e genitora são conceitos em desuso, substituídos por cuidador e cuidadora e já estão criando a palavra “cuidadore”, para evitar a menção ao gênero.

Antigamente, quando alguém lançava uma hipótese, tinha que elaborar uma tese, que devia ser comprovada ou negada cientificamente, com resultados obtidos na realidade.

No caso da dita pandemia, nada disso foi feito. Criaram uma narrativa de que não havia tratamento para a doença, só a ainda inexistente vacina impediria a propagação da doença, proibiram os médicos de testarem drogas antivirais já existentes e determinaram o seguinte procedimento:

Só a vacina salva; hidroxicloroquina e ivermectina não têm comprovação científica e fazem muito mal à saúde; use máscara facial; ao primeiro sintoma parecido com gripe, isole-se; fique em casa tomando dipirona e só procure o médico quando sentir falta de ar, quando então será hospitalizado, internado numa Unidade de Tratamento Intensivo, onde poderá vir a ser intubado e se não conseguir melhorar por seus próprios meios, será sepultado, sem velório e sem presença de familiares.

A Covid foi a primeira doença para a qual foi recomendado deixar que se agrave antes de buscar cuidados médicos.

A polícia usou essa narrativa para perseguir e prender comerciantes que ousaram abrir seus comércios para obter o sustento de suas famílias e prender pessoas sozinhas em praias e praças públicas.

Uma simples narrativa deu pretexto para o surgimento de tiranetes, que se arvoraram no direito de subjugar pessoas que diziam estar sob sua jurisdição.

A síndica do meu prédio, por exemplo, emitiu um comunicado ameaçando mandar prender quem não cumprisse suas determinações, que incluíam a remoção dos capachos da entrada dos apartamentos.

No início de 2023, em audiência no Congresso dos Estados Unidos, a congressista Nancy Mace detonou a ex-executiva jurídica do Twitter, por arvorar-se no direito de censurar médicos renomados, formados nas melhores universidades do mundo.

O vídeo de parte da audiência pode ser assistido neste link.

Antes de 2020, todas as entidades recomendavam que as pessoas fizessem diagnóstico e tratamento logo aos primeiros sinais de qualquer doença.

A nova abordagem teve amplo apoio de governos, entidades médicas e farmacêuticas e principalmente de mídia tradicional.

Nada a ver com ciência; tudo a ver com narrativas políticas, poder e ganância.

Luigi Benesilvi

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