Bolsonaro perdeu porque não teve a mesma audácia dos canalhas – Luigi Benesilvi
(01/01/2023)
Não revele seus verdadeiros objetivos a seu inimigo. Não faça ameaças ou promessas que não possa ou não pretenda cumprir. Use a razão e não a emoção. Só ceda terreno se for para obter uma vantagem estratégica. Não se deixe intimidar pelo inimigo. Aja de forma que seu inimigo tema você. Escolha bem o terreno da batalha e não aceite lutar no terreno escolhido pelo inimigo. Depois de derrotar seu inimigo, execute ou puna os líderes, mas não maltrate os subalternos. Comunique claramente suas ordens às tropas sob seu comando. Não abandone seus soldados feridos no campo de batalha.. – (do livro “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu)

Hoje, 01/01/2023, pela terceira vez, está assumindo a Presidência do Brasil o maior corrupto, ladrão e mentiroso confesso da história do Brasil e as bandeiras vermelhas estão tomando conta da Praça dos Três Poderes.
É com lágrimas nos olhos e profundo pesar no coração que estou escrevendo este registro sobre como eu assisti os acontecimentos das últimas décadas que nos trouxeram a esta triste realidade.
Tomei conhecimento da existência do deputado Jair Bolsonaro durante o primeiro mandato de Lula, na campanha do desarmamento, entre 2003 e 2005. Ele apareceu estendendo uma faixa com os dizeres “Entregue sua arma, os vagabundos agradecem”, mostrando sua forte tendência política conservadora.

Seguidamente aparecia no plenário da Câmara dos Deputados, discursando sozinho em defesa de pautas conservadoras e atacando as políticas públicas que privilegiavam criminosos e deixavam as vítimas por conta própria.
Era o único parlamentar declaradamente conservador, que enfrentava abertamente os defensores só dos “direitos humanos dos criminosos”, tanto no Parlamento, quando em entrevistas nos meios de comunicação.
Criticava de forma aberta os gastos em propaganda do governo federal, que privilegiava a Rede Globo, concedendo-lhe a maior parte de suas verbas publicitárias, em volumes de vários bilhões de reais anuais.

Durante o julgamento do “Mensalão do PT”, em 2012, o ministro Joaquim Barbosa mencionou que delatores citaram um grande número de parlamentares que receberam propinas provenientes do mensalão, com pouquíssimas exceções, sendo uma delas o Deputado Jair Bolsonaro.
Durante o processo conhecido como “Operação Lavajato”, Bolsonaro defendeu veemente a prisão de pessoas corruptas, sejam elas parlamentares, autoridades ou empresários, de esquerda ou de direita.
Naquela época as redes sociais já eram usadas intensamente para exposição de posicionamentos políticos e muitos outros passaram a seguir o deputado Bolsonaro em todas as plataformas que ele fazia parte.
Durante o processo de cassação de Dilma Rousseff, ao dar seu voto em 2016, Jair Bolsonaro citou o nome do Coronel Brilhante Ustra, acusado de ser torturador durante o regime militar (1964 a 1985), coisa que poucas pessoas tinham a coragem de fazer.
Seguindo o exemplo dele, alguns outros parlamentares, autoridades e jornalistas, passaram a manifestar publicamente suas posições conservadoras, reduzindo as posições envergonhadas que haviam passado a existir depois do fim do regime militar.
Alguns, como Olavo de Carvalho, começaram a ganhar notoriedade, promovendo cursos políticos em defesa de pautas conservadoras, coisa impensável em períodos anteriores.
Em 2017, a popularidade de Jair Bolsonaro era tanta, que ele estava ensaiando candidatar-se à Presidência da República. O problema é que o partido ao qual pertencia (PSC – Partido Social Cristão) não compartilhava de sua ambição e ele teve dificuldade em encontrar um partido que aceitasse sua candidatura.
Negociou com vários partidos e por fim acabou indo para o PSL (Partido Social Liberal), pelo qual lançou sua candidatura à Presidência em 2018.
Suas pautas conservadoras eram simbolizadas por algumas frases drasticamente conservadores:
“Deus, Pátria, Família, Vida e Liberdade”.
“Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32)
Como tinha pouco espaço na mídia tradicional, sua campanha política passou a ser feita nas redes sociais, com transmissões improvisadas feitas na residência dele, coordenadas pelo filho, Carlos Bolsonaro.
No dia 6 de setembro de 2018, ao participar de um ato da campanha política em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen por Adélio Bispo de Oliveira, um militante ligado à extrema-esquerda brasileira.

Correu a versão, na qual acredito, que esse atentado fez parte de uma conspiração da extrema-esquerda, envolvendo autoridades do judiciário, legislativo e executivo.
Na minha visão, houve participação direta de integrantes da polícia federal, que faziam parte da segurança pessoal do candidato.
Antes da manifestação, Bolsonaro não encontrou seu colete à prova de balas e foi adiante sem essa vestimenta protetora. No momento do atentado, os policiais estavam olhando para Bolsonaro, em vez de vigiar as pessoas que se aproximavam deles. Adélio chegou a ele facilmente com a faca na mão, pegando os policiais “distraídos”.
A investigação foi sabotada por autoridades da polícia federal, com o aval do STF, que proibiu absurdamente a quebra de sigilo dos aparelhos eletrônicos de Adélio, com o propósito de proteger os conspiradores.
Um dos prováveis conspiradores parece ter sido o deputado Jean Willys, que fugiu do Brasil, depois de “vender” o mandato para o suplente, David Miranda.
Como estava hospitalizado, sem condições de fazer campanha, seus apoiadores passaram a fazer a campanha por ele, com frases altamente emocionais, do tipo
“Descanse capitão, nós fazemos a campanha por você”.
Salvou-se milagrosamente e contra todos as expectativas dos principais institutos de pesquisa, mídia tradicional e entidades políticas, Bolsonaro disputou o segundo turno contra o petista Fernando Haddad venceu com larga margem as eleições presidenciais de 2018.
Os institutos de pesquisas e a mídia tradicional diziam que Bolsonaro perderia para todos no segundo turno.
Corriam informações de ter havido fraude, tanto no primeiro como no segundo turno, mas como Bolsonaro venceu, o assunto acabou tendo pouca repercussão.
Na sua diplomação, a então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Rosa Webber, ironicamente, deu a Bolsonaro um exemplar da Constituição Federal, como recado que o estariam vigiando.
Dia 01/01/2019, foi um dia de festa para democracia, com dignatários e o povo celebrando a vitória do conservador Jair Bolsonaro.
As expectativas sobre sua gestão eram muito grandes, como a destituição de alguns ministros do STF e a cassação de mandatos de parlamentares comprovadamente corruptos. Nada disso aconteceu.

Já no início do governo, Bolsonaro começou a ter problemas com vários de seus ”aliados”, que ao terem negados seus pleitos de participação no governo, passaram a atacá-lo.
Vários colaboradores diretos se mostraram traidores: Gustavo Bebianno, General Santos Cruz, Luiz Henrique Mandetta e Sérgio Moro, entre outros. No Congresso aconteceu coisa semelhante, onde dezenas de parlamentares eleitos usando o nome de Bolsonaro passaram para a oposição.
Bolsonaro teve até que sair do PS, por desentendimentos quanto aos procedimentos suspeitos do partido, tendo que governar sem partido até meados de 2022.
O governo começou com inimigos ocultos ou declarados entrincheirados no governo, no Congresso e no Supremos Tribunal Federal.
Logo de cara, ao nomear Alexandre Ramagem para Diretor da Polícia Federal, teve a nomeação vetada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, apesar da nomeação ser prerrogativa constitucional do Presidente da República.
O então Ministro da Justiça, Sérgio Moro, teve papel relevante no veto a Alexandre Ramagem.
Foi acusado de tentar interferir na Polícia Federal e Bolsonaro não bancou a nomeação de Ramagem e acabou cedendo à pressão de adversários, optando por aceitar o veto, nomeando Rolando Alexandre de Souza.
A aceitação do veto foi muito criticada por aliados fieis e apoiadores de Bolsonaro. Eu mesmo fiquei intrigado com a atitude dele. Em vários outros episódios Bolsonaro acatou decisões monocráticas inconstitucionais de ministro do STF.
Parece que Bolsonaro aderiu ao mantra que “Ordem judicial não se discute, se cumpre”, esquecendo de outro mantra “Ordem ilegal não se cumpre”.
Alguém citou que o “Efeito Ramagem” foi equivalente ao “Efeito Borboleta”, pois enviou a mensagem aos inimigos, que Bolsonaro não era tão audaz como propalava, razão pela qual eles foram sendo cada vez mais audaciosos e Bolsonaro foi ficando cada vez mais encurralado e sem vontade ou força de reagir.
A saída traiçoeira de Sérgio Moro, em abril de 2020, acusando Bolsonaro de interferência da Polícia Federal, foi um episódio marcante, que abalou o prestígio de Bolsonaro, com muitos afirmando que o governo dele acabava ali. Não acabou e a acusação de interferência mostrou ser infundada.
No geral, Bolsonaro fez um governo excelente, apesar das crises políticas, da interferência do STF, da pandemia do Coronavírus e da guerra na Ucrânia. Vários ministros e presidentes de empresas estatais fizeram excelentes gestões: Paulo Guedes, Ricardo Salles, Tarcísio Freitas, Damares Alves, Tereza Christina, Pedro Guimarães (CEF), para citar alguns.
Parlamentares descontentes com a honestidade do governo, instauraram a “CPI das fake News”, acusando Bolsonaro e seus colaboradores de espalharem fake News. Foi tão ridícula, que foi apelidada de “CPI do Circo”.
Menções especiais para Joice Hasselmann e Alexandre Frota.
Houve mais provas de fake News contra opositores do que contra o governo. Não deu em nada, mas desgastou Bolsonaro e seus aliados.
Em 2020 houve o início da pandemia, com o governo decretando emergência sanitária no final de fevereiro, ignorada pelos governos estaduais e mídia tradicional, interessados em promover o “maior carnaval do mundo”, principalmente o governador de São Paulo, João Dória.
Logo depois do carnaval, uma frente de governadores, liderada por João Dória, acusou Bolsonaro de ignorar o perigo da pandemia e não prover vacinas para a população.
O STF delegou a governadores e prefeitos a suprema autoridade na gestão da pandemia, com provisão de dinheiro pelo governo federal, ensejando a campanha generalizada do “Fique em casa, que a economia a gente vê depois”, contra a qual Bolsonaro sempre combateu, dizendo que devia ser combatidas a pandemia, mas com preservação da economia.
Afirmava que uma crise econômica geraria muito desemprego, principalmente dos pequenos empreendedores e podia matar de fome mais gente do que a própria pandemia.
A campanha foi tão forte, que ensejou a instauração da “CPI da pandemia”, cuja única finalidade era de acusar Bolsonaro de má gestão da pandemia. No final nada foi apurado contra ele, mas ficaram evidentes as más condutas de governadores, que fizeram compras superfaturadas de respiradores e outros dispositivos de proteção e tratamento da doença, com dinheiro provido pelo governo federal.
Teve até aquela frase famosa da senadora Simone Tebet: “não é porque os governadores desviaram recursos federais da pandemia, que devam ser investigados por esta Comissão.
Em março de 2021, o ministro Edson Fachin, “descondenou” e libertou Lula da prisão.
Em setembro de 2021, Bolsonaro insuflou a população para as manifestações de 7 de setembro, com o tema “Eu autorizo”, para dar força a ele para adotar medidas drásticas contra os ilegais desmandos autoritários do STF e o Congresso.
Dezenas de milhões de pessoas vestiram verde amarelo e foram às ruas gritando “Eu autorizo”.
Infelizmente, Bolsonaro não atendeu os anseios da população e até emitiu nota vexatória pedindo desculpas a Alexandre de Moraes, decepcionando mais uma vez seus milhões de apoiadores.
Bolsonaro pouco fez de prático contra os desmandos do STF, apesar de citar repetidamente frases como “Acabou pôrra!”, “Devo fidelidade somente ao povo”, “Se saírem das 4 linhas de Constituição, vai ser tudo ou nada!”, “A corda esticou”, “Confiem em mim, pois sei o que tem que ser feito dentro das 4 linhas”.
Quero deixar claro que eu sou conservador muito tempo antes de Bolsonaro aparecer e fui fã dele desde quando ele era um deputado solitário, mas ele foi muito ingênuo (e talvez arrogante) em pensar que agindo do mesmo modo que quando era deputado seria suficiente para garantir sua reeleição, achando que a fé em Deus seria suficiente para derrotar os mancomunados comunistas, globalistas e ambientalistas.

Alexandre de Moraes foi nomeado Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que iria gerir todos os atos da campanha de 2022. Bolsonaro aceitou isso sem qualquer ação prática.
Alexandre de Moraes, inimigo declarado de Bolsonaro, abriu “de ofício” uma investigação contra ele por “fake News”, tendo mandado investigar ou prender vários apoiadores de Bolsonaro.
Os casos mais conhecidos foram Allan dos Santos, José Eustáquio, deputado Daniel Silveira, Luciano Hang e vários outros empresários, além daquele grupo de apoiadores que foram protestar na frente da residência do ministro.
Na campanha de 2022, Alexandre de Moraes proibiu mencionarem atos desabonadores a Lula, como “descondenado”, “ex-detento”, “ex-presidiário”, “ladrão”, “corrupto”. Bolsonaro aceitou os vetos ilegais, sem “pagar para ver”.
Bolsonaro sabia e dizia que Lula tinha sido descondenado para concorrer e “vencer” as eleições, mas ele e seus colaboradores, fizeram pouco caso do assunto, talvez confiando que Deus, de alguma forma, não permitiria a vitória do ladrão descondenado.
Durante a campanha, Lula deixou claro que ia retomar a agenda progressista de integração com os blocos globalistas e ninguém pode alegar que foi enganado.

Para as comemorações do bicentenário de Independência, Bolsonaro convocou o povo a vestir verde amarelo, levando bandeira do Brasil, a manifestar-se “pela última vez” em apoio a ele. O povo atendeu a convocação e dezenas de milhões de patriotas foram às ruas.
Idosos, jovens e casais com crianças, compareceram, vestidas de verde-amarelo, levando bandeiras do Brasil e adesivos nos carros em apoio a Bolsonaro.
Veio o primeiro turno, com vitórias avassaladoras de candidatos relativamente conservadores, tanto ao cargo de governador, quanto a senador e deputado. Muitos deles integrantes do governo Bolsonaro.
Estranhamente Bolsonaro perdeu para Lula o primeiro turno por larga margem.
Veio o segundo turno e apesar de eleger seus candidatos a governador, principalmente Tarcísio de Freitas, em São Paulo, Bolsonaro “perdeu” a eleição por menos de 900 mil votos.

Depois disso Bolsonaro fez poucas declarações, dando a entender que estaria preparando uma ação contra o TSE, pois houve muitas comprovações de fraude, inclusive uma de empresas internacionais contratada pelo Partido Liberal.
Empresas contratadas pelo Partido Liberal comprovaram ter havido fraude na totalização dos votos, tendo Bolsonaro vencido nas urnas mais modernas, auditáveis, mas foi “derrotado” nas urnas mais antigas, não auditáveis.
O PL entrou com um processo no TSE, que Alexandre de Moraes rejeitou “de pronto”.
Mesmo assim Bolsonaro e as forças armadas nada fizeram e aceitaram passivamente os desmandos do presidente do TSE, frustrando dezenas de milhões de brasileiros, para os quais Bolsonaro afirmava serem os únicos “aos quais ele devia fidelidade”.
Ouvi dizer que já em meados de novembro, Bolsonaro requereu aposentadoria da Câmara dos Deputados e teria alugado uma mansão no bairro Lago Sul de Brasília.
Muita gente continuou fazendo manifestações e foi para a frente dos quarteis pedindo intervenção das forças armadas, mas nada foi feito e Bolsonaro aceitou a derrota fraudada.

Em “protesto” não compareceu a cerimônia de posse para não passar a faixa para Lula. Soube que dia 29 ele viajou para os Estados Unidos.
Quer dizer, a direita se submeteu aos desmandos de Alexandre de Moraes e entregou o governo aos comunistas.
Acho que o maior problema de Bolsonaro foi não ter conseguido criar seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil, tendo que ficar mendigando para ir para um partido que lhe permitisse candidatar-se à reeleição.
Além das dificuldades impostas pelo TSE à criação do partido, dizem ter havido sabotagem dos coordenadores da própria campanha para criação do Aliança pelo Brasil, para continuar a mantê-lo refém do “centrão”.
Como pode uma legenda que teve 57 milhões de votos, não ter conseguido obter 500 mil assinaturas para criação de um partido politico, num país onde a criação de partidos nanicos sempre foi muito fácil?
Isso fez com que não tivesse apoio ostensivo em vários estados importantes, nos quais o PL tinha candidatos próprios, como aconteceu em Minas Gerais, por exemplo, onde levou uma lavada no primeiro turno e perdeu também no segundo turno.
Como gestor público Bolsonaro foi nota 10, mas como político deixou muito a desejar.
“Não há qualquer registro na história de algum regime comunista que tenha sido derrotado por meio de eleições, diálogos, reclamações, ameaças ou bravatas. O comunismo só foi vencido em alguns poucos lugares pela força das armas, porque o poder das armas é a única força que os criminosos temem.” – Marco Frenette
Foi assim na Albânia em 1989 e na União Soviética em 1991. E assim mesmo só depois de graves crises econômicas.

Bolsonaro talvez tenha deixado de aproveitar a última chance de impedir o Brasil de virar comunista. Agora só seremos salvos por algum evento milagroso.
Alguns exemplos, das muitas ações do governo, nas quais Bolsonaro não aplicou os princípios da “Arte da Guerra” e revelou aos inimigos quais foram seus principais objetivos.
Logo que assumiu o governo, Bolsonaro reduziu as verbas de publicidade do governo federal e deixou claro que, além da economia de dinheiro público, tinha a finalidade de prejudicar a mídia tradicional, que sempre falava mal dele.
Quando editou os decretos reduzindo as dificuldades na compra de armas, devia ter usado o fato do Referendo popular de 2005 ter reprovado o Estatuto do Desarmamento e que apenas o estaria fazendo cumprir. Também devia ter enfatizado o direito de defesa dos cidadãos de bem, uma vez que os bandidos tinham armas de grosso calibre à vontade.
Em vez disso, tornou uma simples ação para melhorar a segurança dos cidadãos em um ato político, repetindo que “um povo armado nunca será escravizado”, fazendo crer que o povo armado podia derrubar um governo, alertando o STF, que estraçalhou os decretos.
Quando publicou o decreto permitindo que as empresas publicassem eletronicamente os balanços obrigatórios, falou claramente que um dos objetivos era tirar renda dos jornais impressos, em vez de enfatizar que era para reduzir os custos obrigatórios das empresas.
Quando implantou o pix em novembro de 2020, em vez de dizer simplesmente que era para reduzir os custos nas transferências de dinheiro, enfatizou que tiraria dos bancos um valor superior a um bilhão de reais por ano.
Bolsonaro passou todo o governo menosprezando e falando mal dos servidores públicos civis (grande parte de suas “tropas”), enquanto ficava paparicando e dando regalias aos militares e policiais federais, que no final não o apoiaram quando foi comprovada a fraude nas eleições.
O pior de tudo é que eu, que já não confiava no STF, TSE e políticos de esquerda, passei a não confiar também nos políticos de direita, na polícia federal e nas forças armadas.
Tenho vergonha de todas essas instituições, principalmente das omissas e falastronas forças armadas, cujas ações sempre foram apenas “fortes comunicados” genéricos em defesa da Constituição, seguidamente vilipendiada por ministros do STF.
Sempre que minha esposa reclamava que “ninguém faz nada”, eu respondia que Bolsonaro era o chefe da ABIN, PF e FFAA, e se ele nada fazia, seria porque não podia ou não queria reagir. E o que nós, simples cidadãos, podíamos fazer, além de manifestar apoio a ele, nas ruas e nas redes sociais?
Além de tudo, depois do que foi feito “em nome da ciência” durante a falsa pandemia, passei a também não confiar em cientistas, médicos e especialistas da área médica.
Agora só sobrou o crédito ao corpo de bombeiros, mas até quando?
Meu nível de confiança em Bolsonaro era de 100% no dia da posse, em 01/01/2019; caiu para 75%, com o episódio do recuo da nomeação de Alexandre Ramagem para chefia da polícia federal e em abril de 2020, com a entrega do vídeo da reunião ministerial que causou a demissão de Sérgio Moro.
Caiu para 50% depois da manifestação “Eu autorizo!” de 7 de setembro de 2021, em que deu a entender que ia tomar providências drásticas contra os desmandos do STF, mas recuou, mais uma vez e emitiu nota pedindo desculpas a seu maior inimigo, Alexandre de Moraes.
Foi para 5% depois de 15 de novembro de 2022, quando nada fez em relação às fraudes comprovadas nas eleições e foi a 0% em 30/12/2022, quando fez uma transmissão admitindo nada poder fazer “por falta de apoio interno”, entregando o governo, de mão beijada, para o comunista Lula e seus asseclas.
Esse argumento é fraco, porque Bolsonaro cedeu ou recuou em inúmeros casos de atos ilegais de ministros do STF, para o que não precisava de “apoio interno”.
Seu último ato de governo, revogando um decreto que impedia Nicolás Maduro de vir ao Brasil para a posse de Lula, mostra isso.
Talvez tenha sido porque a facada tenha afetado muito a força emocional de Bolsonaro.
Tenho muitas saudades do DEPUTADO Jair Bolsonaro.
Luigi Benesilvi
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ATUALIZAÇÃO (24/01/2023)
Lula aproveitou uma manifestação pacífica de 8 de janeiro, para armar uma invasão aos prédios do Congresso, STF e Palácio do Planalto, evento usado por Alexandre de Moraes para destituir o governador do DF e seu Secretário de Segurança por 90 dias, mandar prender 1 índio, 238 idosos, 8 deficientes, 19 jornalistas, 45 crianças, 3 bebês, 1700 manifestantes, 104 empresários e 12 policiais. Mandou censurar 1 Canal de Notícias, 31 canais de Youtube e 9 humoristas. Nenhum bandido foi preso nesse período.
Lula já substituiu o Diretor-Geral da Polícia Federal, 5 diretores regionais e 26 diretores estaduais da PF, sem que houvesse quaisquer protestos na mídia de interferência na Polícia Federal, coisa que Bolsonaro foi acusado ao tentar substituir o Diretor-Geral e acabou retrocedendo.

Resumo: Em menos de 4 semanas Lula expurgou o governo de seus adversários, se livrou de seus opositores e críticos, coisa que Bolsonaro não ousou fazer em 4 anos, por insistir em atuar no que chamava de “dentro das 4 linhas” da Constituição.
NOTA
Este texto é apenas um desabafo de alguém que está apenas procurando entender como foi que o maior fenômeno político popular da história do Brasil conseguiu se tornar politicamente tão fraco em apenas alguns anos de um excelente governo.
Depois de escrever tudo isso, percebi algumas coisas importantes realizadas por Jair Bolsonaro: impediu que o PT assumisse o Brasil já em 2019; foi um excelente gestor público, mesmo não tendo usado as prerrogativas de Presidente, como devia e não cumpriu uma de suas principais promessas, a de não entregar o governo aos comunistas.
Mas pode ser que tenha feito uma coisa também importante: mostrou ser possível governar sem entregar o governo a políticos corruptos e fez isso contra muitos grupos poderosos.
Isso pode vir a ficar na mente da população e ele pode ser lembrado como o político que tentou “mudar as regras do jogo” e tornar-se um paradigma comparativo que o povo pode usar para avaliar de todos os governos do Brasil. Só o tempo dirá se esta previsão é correta.
Quando alguém muda as regras do jogo, prejudicando aqueles que o dominam há muito tempo, acaba pagando um preço muito alto por fazer isso.
De qualquer maneira, estou ressentido com Bolsonaro, porque ele sempre falou ou fez entender que sabia como impedir a volta ao poder do “Fórum de São Paulo”, o que não era verdadeiro.
Livros que Bolsonaro parece não lido ou não praticou o que os autores ensinam: “ A Arte da Guerra – Sun Tzu”, “O Príncipe – Maquiavel” e “As 48 Leis do Poder – Robert Greene”.
Fiz um registro sobre a pademia, que pode ser lido neste link.
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É lamentável tudo isso que estamos passando…
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